Aristocracia
É um argumento dos aristocratas, esse dos crimes que uma revolução implica. Eles esquecem-se sempre dos que se cometiam em silêncio antes da revolução.
A democracia tem necessidade de justiça, enquanto a aristocracia e a monarquia podem passar bem sem ela.
É próprio das democracias preferir na arte os valores imperfeitos aos genuínos, que são aristocráticos e anti-utilitários..
Em nenhuma parte do Brasil a formação da família se processou tão aristocraticamente como entre canaviais...
Quanto a você, da aristocracia,
Que tem dinheiro, mas não compra alegria,
Há de viver eternamente sendo escrava dessa gente
Que cultiva hipocrisia.
O aristocrata herda, quer dizer, encontra atribuídas a sua pessoa umas condições de vida que ele não criou, portanto, que não se produzem organicamente unidas a sua vida pessoal e própria. Acha-se ao nascer instalado, de repente e sem saber como, em meio de sua riqueza e de suas prerrogativas.
Ele não tem, intimamente, nada que ver com elas, porque não vêm dele. São a carapaça gigantesca de outra pessoa, de outro ser vivente, seu antepassado. E tem de viver como herdeiro, isto é, tem de usar a carapaça de outra vida. Em que ficamos? Que vida vai viver o "aristocrata" de herança, a sua ou a do prócer inicial? Nem uma nem outra.
Está condenado a representar o outro, portanto, a não ser nem o outro nem ele mesmo. Sua vida perde inexoravelmente autenticidade, e converte-se em pura representação ou ficção de outra vida. A abundância de meios que está obrigado a manejar não o deixa viver seu próprio e pessoal destino, atrofia sua vida.
Toda vida é luta, esforço por ser ela mesma. As dificuldades com que tropeço para realizar minha vida são, precisamente, o que desperta e mobiliza minhas atividades, minhas capacidades. Se meu corpo não me pesasse eu não poderia andar. Se a atmosfera não me oprimisse, sentiria meu corpo como uma coisa vaga, fofa, fantasmática.
Assim, no "aristocrata" herdeiro toda a sua pessoa vai se desvanecendo, por falta de uso e esforço vital. O resultado é essa específica parvoíce das velhas nobrezas, que não se assemelha a nada e que, a rigor, ninguém descreveu ainda em seu interno e trágico mecanismo — o interno e trágico mecanismo que conduz toda a aristocracia hereditária à sua irremediável degeneração.
(Livro "A Rebelião das Massas")
Eu sabia que a minha hora ia chegar algum dia, mas nunca imaginei que morreria num caixão tão luxuoso.
É de se lamentar de como a democracia atual, tranformou-se de forma tão insana, em uma aristocracia patrícia. Onde somente quem tem algum fundo monetário grandioso, tem opiniões válidas.
Em momentos de crise o brasileiro encurta o campo de visão, perde o modo Aristocrático, e então manifesta-se dentro dele o ser ególatra individualista, resumindo, o famoso jeitinho brasileiro. O melhor jeito de tornar se uma pessoa com atitudes contemptível.
(...) Enquanto a direita briga pelo mel na chupeta e a esquerda por uma chupeta, a aristocracia engorda a mingau de colherada.
Não nasci para pertencer a elite econômica,minha aristocracia será eternamente intelectual, jamais burguesa.
No início a educação era privilégio de aristocratas. Hoje ela é luxo de burgueses. Alguém ainda tem dúvidas das razões pelas quais o Brasil é um celeiro de desigualdades!