Ares
Dirigível nos ares a deriva
São folhas levadas ao vento
Metáforas vivas é a vida
E a vida
Em cada vida uma eternidade
Em cada eternidade uma vida breve
Porém imortal
É a vida
Que se vive e se sabe como viver
Quanto tempo te esperei
já nem sei...
cruzei os mares
busquei outros ares
te encontrei.
E agora o que farei
com este mar que entre nós está?
Já sei...
sairei a velejar...
navegarei, navegarei
até em teus braços descansar.
Ares varam minha janela.
Fico teclando enquanto
o espaguéti não cozinha.
Eu quero mais chuva.
Pra lavar a terra
e a minha alma
empoeirada..
Ares
O sofrimento que gerava dor entre os olhares
Sem contato já não gera mais aqueles pesares
A vida, por mais difícil, ainda trás bens singulares
Prova que não só na sorte esta o destino, mas principalmente nos azares.
Passados cravam vidas sempre nos mesmo lugares
Por que prender-se a um lago, se existem sete mares?
Novas oportunidades podem ser vistas,
Se acima de tudo amares
O amor próprio, que aniquila o amor ópio,
E permite conhecer novos ares.
Eu queria escrever uma coisa bem bonita
Mas ela mora em outra casa
Respira outros ares
E ama outro alguém
Oração para Aviadores
Santa Clara, clareai
Estes ares.
Dai-nos ventos regulares,
de feição.
Estes mares, estes ares
Clareai.
Santa Clara, dai-nos sol.
Se baixar a cerração,
Alumiai
Meus olhos na cerração.
Estes montes e horizontes
Clareai.
Santa Clara, no mau tempo
Sustentai
Nossas asas.
A salvo de árvores, casas,
E penedos, nossas asas
Governai.
Santa Clara, clareai.
Afastai
Todo risco.
Por amor de S. Francisco,
Vosso mestre, nosso pai,
Santa Clara, todo risco
Dissipai.
LIGADA A MIM
Lhe dei corda para que pudesse subir e você voou
Assim preferiu, ganhar novos ares, então partiu
Aonde o vento lhe levar, permitirás
Até que possa encontrar seus sonhos
O vento sopra e te leva pra lá e pra cá
Cuido para que não se soltes de mim
Pois há algo que nos liga
Assim permanecerei cuidando de ti
Quando não puder mais suportar o forte vento
Estarei pronto para lhe mostrar o caminho a voltar
Se assim não puder com suas próprias forças
Irei ao seu encontro para te buscar
Lhe dei impulso para poder subir
Me mantive distante para de longe lhe guardar
Mais quando quiser voltar
Sempre a tenho ligada à mim
DE MUDANÇA
Decidi que vou me mudar.
Mudar de ares. Sem medo e sem receio de deixar memórias e/ou pessoas pra trás. O que deles for verdadeiro, me acompanhará, eu sei. Se tiver que manter qualquer coisa à distância, sei que conseguirei. Entretanto, às vezes é preciso se libertar. É necessário cortar o cordão umbilical, mesmo que se deixe sentimentos órfãos do lado de lá.
Estou correndo de aventura. Ao contrário, quero é achar um lugar para fixar residência e laços. Pode ser que eu bata em vinte municípios e cidadelas antes de conseguir me atrelar definitivamente. Ouço as propostas, não me prendo aos quereres, exceto o meu de ter angariado forças ao longo dos últimos tempos e ter chegado a essa conclusão. Diria brilhante, não fosse comum.
É apenas uma decisão.
Pretendo contar lá em casa quando for a hora certa. Sei o pânico que vai gerar nos meus pais eu sair da asa deles. O que, na verdade, é um tanto engraçado visto que moro sozinho há três anos e já pago minha contas, dou um jeito na minha comida e, principalmente, de ter roupas limpas. Apesar da mamãe reclamar do jeito que a Ana passa minhas blusas, ela já admitiu – uma única vez – que eu tenho me saído bem nessa tarefa.
Decidi mudar não por ter poucos amigos ou chances. Nem ao menos por ter enjoado do lugar onde moro. É que, aqui e do jeito como as coisas estão, eu sei exatamente como chegar e estacionar na minha zona de conforto. E antes que você aponte um dedo pra mim dizendo que é só sair dela, olhe para si mesmo e me diga se você também não se sente tentado a encostar nesse lugarzinho tão confortável.
É normal, acredite.
Se nada der certo, eu volto. Não tenho vergonha de dizer que até voltar a dividir um teto com meus pais eu voltaria. Cara, não é retrocesso, mas a gente nunca sabe como será o dia de amanhã. Todas as possibilidades precisam ser analisadas. Boa sorte, vai dizer meu pai. Talvez seja pelo fato dele ter saído da cidade dele e ter parado onde moramos agora. Ele sabe bem como é isso de querer trilhar a própria estrada.
Eu vou encarnar meu desejo e achar meu caminho. E vou achar.
Uma multidão possui muitos ares as vezes parecem gelo, outras fogo, e nesses diferenciais de temperaturas, que a hostilidade parece viver. MARBREDA
Acontece que o sol se escondeu e em outros ares me encontro agora, sabia eu a minha condição, a contradição me apavora. Sai da contramão desdizendo a lei que eu mesmo criei, incitando meus erros como humano e transcendendo sobre a teoria da verdade que sempre imaginei. Tal vida desaguada em carros envenenados a rachar, em vias perigosas e mortalmente lindas, alguém deveria se machucar. Se não eu, com meu gosto por perigo, nem tu que como as outras vive a se aventurar, se não na velocidade no jogo devasso da conquista que tão bem atiça somente para provocar. Já não quero ser teu jogo, pra ser sincero eu nem me lembro tanto assim. Minha realidade é tão retorcida, que embaralha a vista e não desce pro coração! De domingo a domingo vivo a minha vida e nela quase nunca me sinto só, tenho vários amigos, dentre eles alguns inimigos que adorariam me ver na pior. Tendo muitas vezes compreender o motivo dessa impaciência toda. Se for para perder tempo, prefiro me afastar! se for para crescimento farei de tudo para não vacilar. São tantos calos no pensamento que predomina a fração de momento onde meu sorriso diariamente está. Não peço para que me entenda, nem eu, no mais louco questionamento consegui essa façanha alcançar. Talvez na morte minha voz será ouvida, não sei se compreendida, de certo lembrada. É com retrógradas da vida, que o por do sol é a minha despedida, até um novo ciclo começar.
Eu queria ser um passarinho
Livre pelos ares
Queria morar no meio
Dos pés de flores
Queria voar até a sua janela
E lhe observar
Lhe acompanhar em todo
E qualquer lugar.
Juramento
Quem nunca acordou inalando ares de
despedida?
Desconfio, se disseres que não.
Acenar ao longe faz parte desta vida,
Atrás dos olhos somos só solidão.
Receber a alma e luz, é o primeiro ultimato.
Deixar de ser inquilino materno...
... pra ser indivíduo exigem tal ato.
Decreto de ser sozinho, solitário eterno.
E para preencher nosso conjunto,
Procuramos quem faça intersecção.
Mas uma hora cada um explora seu próprio
mundo...
... voltamos a ser só solidão.
Chega a saudade, chega a lembrança...
Fica a fotografia e a distância.
E acordei com anseio de passado,
não me importando com o tempo que leve o
futuro.
Na amizade não existe ampulheta ou estado...
... o predomínio é do sentimento puro.
E quem sabe a solidão...
... não seja o fim de quem ama!
Mas só um instante de separação,
aguardando a próxima trama.
E há anseio de futuro, não existe drama.
Amigos para sempre eu juro.
E juro, e juro.
Geração individualizada de energia elétrica
Tenho um pensamento com ares visionários, o qual consiste em uma teoria sobre o rumo que será (ou já deveria ser) tomado por muitos países no sentido da geração sustentável de energia elétrica, portanto, passo a discorrer sobre os aspectos dessa questão preponderante para um bom andamento do desenvolvimento sustentado relativo às matrizes energéticas. Vislumbro o cenário para um porvir dentro de poucas décadas, uma tendência que pode ganhar força já no paradigma socioambiental contemporâneo.
Posto isso, enxergo a importância da ideia que denomino como "geração individualizada de energia elétrica", a qual se traduz por práticas e dispositivos setorizados focados para se suprir demandas energéticas nos âmbitos residenciais e corporativos, dessa forma, sob o espectro crescente de novas tecnologias e equipamentos em gênese nas vanguardistas universidades e centros de pesquisa, tanto para fins industriais como domésticos, tendo em vista a otimização do consumo de energia elétrica. Destaco a aplicabilidade de primorosos e importantíssimos equipamentos geradores de energia limpa, ou seja, por meio de processos não poluentes para amealhar eletricidade sem trazer danos ao meio ambiente. Sou entusiasta das turbinas eólicas, das placas de energia solar, dos geradores por meio de energia cinética e biomassa.
Minha ideia consiste na construção de casas ecológicas e prédios corporativos/industriais incorporando soluções arquitetônicas e de engenharia, aliadas a mecanismos e eletrodomésticos que otimizam o emprego da energia elétrica, mas o grande diferencial é a instalação de equipamentos de geração de energia para suprir a demanda da respectiva construção, com efeito, gerando-se energia a partir de uma determinada residência, por exemplo, um percentual de eletricidade proveniente da rede da respectiva concessionária de energia deixaria de ser demandado, num efeito coletivo amplificado, muita energia seria poupada nesse processo, acarretando uma necessidade cada vez menor de se recorrer à ampliação da matriz energética nacional. Inicialmente, toda novidade tecnológica, por mais útil e necessária que seja, tem um custo de produção elevado, entretanto, com o decorrer do tempo, em razão da demanda de consumo e aplicação, os custos são automaticamente minimizados, tornando mais acessíveis e presentes essas tecnologias nos lares, empresas e indústrias, sem dizer que na zona rural isso terá um efeito poderosamente benéfico, visto que as possibilidades de geração de eletricidade de forma localizada implica em autossuficiência, ou menor dependência de infraestrutura e de um fornecimento de energia alheio à propriedade. Afora a geração de energia elétrica, os biodigestores, por exemplo, proporcionam a geração de um outro tipo energia, que é o gás natural, o qual além de poder ser empregado para combustão em fogões etc. ainda pode movimentar geradores de eletricidade a gás; agregue-se a necessidade de popularização dos carros elétricos, os quais poderiam ser abastecidos domesticamente, propiciando imensa economia à população, entretanto, isso se chocaria com "grandes interesses", por exemplo, da Petrobras... Os desdobramentos possíveis partindo da geração individualizada de energia elétrica são amplos, uma força motriz em prol da sustentabilidade no campo energético.
O Brasil, privilegiado devido aos seus atributos geográficos, tem atualmente a configuração de sua matriz energética disposta em 75% da geração de eletricidade proveniente de usinas hidrelétricas, complementadas por usinas termoelétricas, as temerárias usinas nucleares e as demais fontes alternativas. Destaco o fato de as turbinas eólicas serem mais viáveis que as usinas nucleares, por vários motivos, cujo investimento se pagará ao longo dos anos, sem os riscos de catástrofes ambientais e produção de lixo atômico. Essa é uma macrovisão, que se grandemente fracionada, resulta na ideia da geração individualizada de energia segura, limpa, inteligente, sustentável, técnicamente viável e, com o decorrer das décadas, economicamente compensadora. Tantos são os argumentos prós, mas a acolhida depende da capacidade de visão das lideranças, da boa vontade, da sensata compreensão do grave contexto ambiental do planeta e da colaboração individual ecoando no coletivo, englobando as diversas esferas sociais.
Deixe-me só, por um instante.
Deixe-me curtir esta solidão.
Deixe que eu respire esses novos ares,
E assim voltar ao tempo bom.
Diferente de ontem que me sufocava,
Dessa eu necessito, me acalma.
Não pesa e nem dói, liberta a alma.
Já doeu, já sofri.
Mas lutei e sobrevivi.
Agora vá e não olhe para trás.
Hoje nada tirará minha paz.
Eu queria ser um pássaro
Livre pelos ares
Queria morar no meio
Dos pés de flores
Queria voar até a sua janela
E lhe observar, lhe acompanhar
Em todo e qualquer lugar.
ares ardis nas sombras
dom sobre a morte
sempre tardio
senhoras bastardas
entre trevas absurdas
como vegetais
exclamam as mesmas virtudes
como operas de sonetos
abandonados em algum lugar
esquecido nos maiores sonhos
passados por aquelas belas canções
entre os trechos vertiginosos
no profundo da alma gótica.
Libertar-me dessa prisão,
Conhecer novos ares,
Novos lugares
Enfim me buscar
Reconhecer que é possível,
Ainda que o impossível
Tente Tirar forças
Resta-me tentar.
Como se tudo fosse apenas um teatro,
Uma peça, uma ficção.
Mas não
Esse ai no espelho... Sou eu...
BA - BAMBOLEAR DA MENTE
Daqui a pouco estarei em outro lugar
Respirarei outros ares e devagar
É o premio merecido que me dou
Afinal só eu sei pelo o meu corpo passou
Foram exames que não acabaram mais
E foram dores e medos sem falar os ais
Mas estou aqui indo para a Bahia contente
Vendo que apesar de tudo sou indigente
Passei pela minha dor só na solidão
Vou para o resort encontrar a mansidão
Minha mente estará num alegre bambolear
E cada descoberta ira muito me alegrar
Afinal sou indigente graça a Deus
Ao meu mal eu consegui dar um adeus.
Bahia, eu daqui a pouco estarei ai!
André Zanarella 03-09-2012
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/4431948
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