Apagar a minha Estrela
Jamais irão ver a minha força render os obstáculos vividos, a minha força vem do criador do universo que está sempre presente em minha vida, nem o choro tem a oportunidade de atrasar na caminhada.
Estou preso atado fugindo de mim, minha tentativa na ignorância não soma resultados apenas contraiu ausência em minha felicidade.
Se for pra eu lhe falar o que sou, será melhor você conhecer a minha história então você vai saber quem sou.
Você pode vê a minha personalidade branda suave seguindo em paz de bem com a vida, no entanto não queira conhecer as minhas atitudes, as minhas atitudes está esperando você se apresentar pra eu saber quem você é, depende apenas de você.
A tua imagem que uma vez aparece em meus arquivos temporários, minha mente rejeitou, excluindo para que não reste lembrança.
O que mais me causa estranheza e chama minha atenção é descobrir e saber que chegamos neste mundo sem nada, pertences, movimentos ou falas. Lutamos por tudo, fazemos questão de tudo… rs e no final, partimos e deixamos tudo… partimos sem nada, movimentos ou falas…
Saudade de um tempo...
Arrumando algumas coisas hoje deparei-me com a "minha caixa". Por mais infantil que possa ser, ainda guardo, dentro de uma daquelas caixas enfeitadas - que hoje em dia só as mocinhas românticas da novela tem - cartas e cartões que ganhei ao longo desses 33 anos de vida.
Lembrei então, de um tempo gostoso, em que ainda não existiam os celulares. Por aqui eles só apareceram quando eu tinha 14 anos e só pude ter um aos 18, então... as cartas e o telefone - o fixo - não o celular, não o de casa (porque tb não tinha um) - o orelhão - eram os meus meios de comunicação.
Lembrei da sensação de esperar o carteiro. Nesse tempo conhecíamos o carteiro. Sabíamos o seu nome. Sim, esperar o carteiro era um evento! Era o ponto alto do meu dia quando eu estava aguardando ela - a resposta. Era assim: a gente mandava uma carta. Calculava-se 3 dias, que era o tempo de chegar ao destino. Aí a gente dava 1 dia para a pessoa responder (porque responder uma carta também era especial. Vc se preocupava com o que iria escrever, se conseguiria passar suas emoções, sentimentos, enfim). Depois, mais 3 dias para a carta retornar. E era assim que eu chamava: "o dia da resposta". Ah, que sensação gostosa! Sentir aquele cheiro de papel, de cola, de rasgar o envelope e ler aquelas palavras, que apesar da distância fazia com que sentíssemos a pessoa tão mais perto... e havia ainda as cartas surpresas, sem vc esperar. As anônimas. Minhas preferidas... Hoje em dia não conhecemos mais o carteiro, e a correspondência se resume a faturas das contas do mês.
Lembrei dos telefonemas. Com hora marcada. Comprávamos ficha - é gente, sou do tempo da "ficha". Enfrentávamos fila no orelhão, ouvíamos a conversa dos outros e os outros ouviam a nossa conversa no telefone, que na maioria das vezes, eram confissões apaixonadas... Até porque a gente não se abalaria a sair de casa, enfrentar fila para ligar pra tia, muito menos para a mãe, já que morávamos com ela.
E o que eu fico pensando é que apesar da falta de celular, facebook, whatsapp, instagran, nós sabíamos nos comunicar! Ah, como sabíamos...
07.01.22
Então,
Minha razão, num lapso de tentar ressignificar minha dor, me íntima a aquietar meus pensamentos.
E eu cedo ao meu próprio torpor.
Há sol lá fora.
As pessoas estão vivendo freneticamente dentro de suas “matrixes”.
Há “vida”.
Mas aqui dentro de mim há apenas uma quietude - Antônima da paz - que me causa um desconforto ao tentar dar um passo sequer.
Hoje, após tentar comer algo por volta das 17h da tarde, o que senti ao ouvir aquela música no celular foi uma estagnação por completo ao ponto de me deixar incapaz de qualquer movimento, até mesmo o menor deles: respirar.
A bem da verdade, nada disso é inesperado oi inédito. Era como se eu soubesse, de antemão o que me aguardava: que tudo acabaria de uma forma abrupta, e que esforço algum seria capaz de curar uma ferida que se tornara incurável…
Estou em uma fase muito feliz da minha vida, com realizações e metas alcançadas. Não foi sorte, desde o começo foi Deus, sempre foi Deus.
Penso na morte com frequência, ela tem algo misterioso, me intriga, não que eu queira tirar minha vida, não mais. Não tenho dúvidas que existe algo do outro lado, que a vida é um percurso, uma trajetória findável. Sim, estou ancioso para esse dia, que pode ser amanhã, ou daqui 50 anos.
Não me recordo de não ter sofrido em alguma etapa da minha vida, tudo que tenho recordações, de uma forma ou outra, estava enfrentando algo, passando por algo. Essas recordações me fazem ver o quão tive que ser forte para me manter de pé, o quão suportei coisas para não proferir minha raiva, quando tratado como um objeto. Vou continuar nessa linha, não tenho escolha.
Desde o começo minha vida teve vários viés, oblíqua quase sempre. Entre erros e poucos acertos, fui me moldando, me quebrando, muitas vezes juntando o que restou de mim. Mas desde o começo, Deus está comigo, enxugando meus prantos, mas as promessas de Jesus Cristo me fazem ter forças para lutar a cada dia, amanhã tentarei de novo e de novo, Jesus Cristo estará ao meu lado.
Minha vida ultimamente anda assim como enxergo... Preto e branco, não consigo ver as cores, tudo é cinzento, escuro e me perco nesse arco-íris que tanto falam e que nunca vou poder ver.
- Experiências de um daltônico