Antes e Depois
Antes de dormir sou tudo o que quero, no sonho sou o que o inconsciente permite, depois de acordar já não sou mais nada digno de poesia.
Há uma triste realidade onde antes do tempo algumas crianças viram adultos e depois de um tempo alguns adultos viram crianças.
Antes de ir espere! quando ficar me olhe, depois de me olhar me sinta, e quando me sentir me curta. Milhas e milhas distante, uma vontade separada por vários Km, cada centímetro, milímetro, milésimo de segundos, como conter essa vontade que só se faz verdade virtualmente? como saciar essa anseia de ultrapassar todas as barreiras para poder esta ai? Não tem como, ou não? tem como então? Esperar é o que tenho? Agir é o que devo? Não sei o que é o certo, ou o exato, mais o que eu quero, não depende do contrario. To aqui e não vou fugir, apenas esperar, tua vontade, teu agir.
- Sentei esfreguei os olhos
primeiro um depois o outro
antes de um longo suspiro
quis me assegurar se
eu era de carne de vidro ou de aço
vulnerável ou só incapaz
eu feita de couro branco
com sorrisos inflamados
me estiquei estralei os dedos
me encostei no primeiro lugar
tomei um copo de água
a garganta ardeu
outro lugar inflamado
estou presa no chão
e eu sempre estive no céu
estou no vigésimo andar
incomodada e acomodada
em uma carcaça errada e errante
parcialmente inflamada
outro lugar ferido
querendo ser livre
dedos e polegares presos
em uma caneta suada
em folhas de papel incardidas
quase amareladas
eu pintei o teto as paredes
com o resto do azul marinho
pintei a alma exibindo meu fôlego
estou caindo do vigésimo andar
o cigarro acabou
o café está quase pronto
e não vai dar tempo
eu sei que estou quase caindo
antes de escrever mais um verso
mesquinho e inquieto
sentei esfreguei os olhos
primeiro um depois o outro
antes de um longo suspiro
quis me assegurar
que alguém me leria
e como em um sopro
me joguei tentando ser livre
completamente inflamada.
Antes da criacão do facebook:
O homem era um ser social.
Depois da criação do facebook:
O homem passou a ser um ser virtual
SURFAR
E agora, José. José para onde?
Antes de tudo ouvir o tango Argentino de Bandeira.
Depois retirar a pedra do caminho.
Brincar um pouco com as andorinhas de fio do Quintana
Fazer Mestrado e Doutorado... Nunca serei nada.
Só não quero passar pela agonia do parque de João e do outro José.
Entender... Que te amo por não amar bastante ou demais a mim.
Entender... Ainda, que é necessário Amar!Amar!E não amar ninguém.
Queria voltar a fumar.
Tragar como Augusto e pensar nas bocas que gostaria de escarrar.
Entender que viver é ser o outro.
Entender como Manoel que a maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Por fim quero fugir
Ser qualquer.
Entender, que eu sou o que no mundo anda perdido,
Entender, que eu sou o que na vida não tem norte.
Em fim. para onde? Surfar.
..
Amor é praticamente uma empresa, precisa antes de tudo, investimento e depois muito jogo de cintura e boa administração para não falir.
Penso que a bonança, que sempre vem depois da tempestade, chega antes para alguns e é tardia para outros.
ESTAÇÃO
O inverno termina algum dia incerto.
Nem antes nem depois
que finalize o frio.
Não importa como lhe chames,
nem a data que dite o almanaque.
O inverno é inverno.
As moças poderão ignorá-lo
e vestir primavera em setembro,
enamoradas das quimeras.
Mas uma mulher já tem sua experiência.
Tudo chega a seu devido tempo.
Estou com saudades do que eu era, não posso voltar a ser como antes, não depois de tudo que vi da vida. As vezes chego a não me reconhecer, do quanto fui moldada, enrijecida pelas dores que senti, do tanto de coisas que ouvi e nunca consegui filtrar, das injustiças que me fizeram soltar um grito de liberdade. Todas as lembranças carrego na mala. E elas vão sempre me fazerem lembrar do que eu fui, mas nunca me farão ser outra vez.
Preciso de psicólogo para fazer terapia. Advogado para me orientar antes e depois dos meus crimes e de dinheiro para fazer compras.
Não é que a lamentação só vem depois do amor, é que antes não sobrava tempo para lamentar, mesmo com a falta de apetite, a barriga apenas sentia um frio, que alimentava e que a enganava.