Aniversário de Filha Distante
Eu acordei um dia
De meus sonhos loucos
E me vi nos braços
Da filha de um caboclo
Foi da filha do coronel
Que ganhei meu anel
E me pus nos pomares
A apreciar seus olhares
Com uma beleza singela
Que se fez como cinderela
A cantar em minha janela
Trazendo alegria a minha vida tumultuada e fria
Onde só existia, bebedeira, caos e uma vida em ruína
Hoje sou feliz porque encontrei a saudade
E com a simplicidade fiz verdadeira amizade
Não caminho mais sozinho, pois descobri que o destino
Deve ter nome estampado no peito
Não dou mais importância ao dinheiro
Porque conquistei o direito ligeiro
De ter a escritura do coração faceiro de alguém
Nesse coração fiz minha morada
E dele não me aparto por nada
Me ofereceram ouro, já me ofereceram prata
Mas decidi que minha poesia é somente de minha amada.
Ninguém foi capaz de perceber o quão destruída eu estava;
Nem mesmo aqueles que me chamam de filha.
Tem-se criado uma geração deveras confusa e egocêntrica, filha da ostentação de um individualismo proeminente em detrimento do bem comum.
E ela falou que não tinha entendido
E eu falei que fui capturada num amor bandido
Mas, minha filha, há quanto tempo ‘cês se falam?
Mainha, não importa o tempo, ele é meu príncipe encantado
Minha mãe natureza
Minha mãe natureza, tão perfeita e misteriosa!
Sou sua filha, minha mãe natureza,
Tu és a mais bela de todas as mães.
Gyza
Poesia ao "meu" Pará
Sou filha desta amada Terra
De diversidade natural
Onde o vermelho de sua bandeira
Representa suas lutas
Trago no meu sangue suas culturas
Por ser filha desta amada Terra
Por ser filha do "meu" Pará.
Tens saborosa culinária
Desde o pato no tucupí até o tacacá
E suas frutas regionais
Admirada no Pará inteiro
Como bacaba, pupunha
E o açaí: o fruto negro.
Encanto-me com teus cantos
E me embalo em tuas danças
Como o xote, carimbó
E seus rítmos calientes
Que danço acompanhada ou só.
E suas lendas que fazem parte
Do imaginário popular
Como a lenda do curupira
Do boto e do guaraná
Faz reunir os amigos
Para na porta da casa contar
Contar suas lendas
Cantar seu hino
E fazer poesia ao "meu" Pará.
--- Carta honrosa de filha para pai ---
Meu pai, meu amigo!
Meu pai! Como tenho aprendido com meu pai!
Em alguns estágios da vida, seus conselhos pareciam duros e sem sentido.
Em meio a murmúrios, mal absorvia, no fundo do meu núcleo, aquelas palavras soavam bondosamente, minha atitude era coerente à sabedoria.
Meu pai viu sua princesinha crescer, amadurecer, chorar, sofrer, adoecer, e quase partir antes dele.
Mas nem todo lado da história foi só abatimento.
Meu pai me viu sorrir, brincar, dar altar gargalhadas junto as gargalhadas deles; entre muitas conversas divertidas, conversas engraçadas, cheias de glória; momentos de luta, momentos de superação, momentos de perdão, momentos de abraço forte, momentos de demonstração:
"Eu amo o meu pai! Pai, me dá um abraço?"
O meu pai ao meu nascimento exclamou, declarou com olhos repletos de agrado: "Eis a minha princesinha!"
Tem sido e será pra mim essa a imagem do meu pai, não importando o tempo que passe: homem honesto, trabalhador, leal à esposa, única namorada em sua vida inteira, minha mãe, a esplendorosa dona.
Meu pai, às vezes com o coração doendo, calava-se para não piorar a dor que nos via passar, por causa de certas desilusões; chorava-se muito na solidão do quarto.
Meu pai pode ter sido o maior pai coruja, hoje, eu sou a filha coruja que nunca existiu outra igual.
Meu pai, eu o defendo como sendo parte de mim, como exercendo o papel contrário, como de mãe para filho.
Meu pai, sangue do meu sangue, homem de princípios, homem que ensinou a não tirar nada de ninguém.
Ensinou-me a pontualidade, e a não confiar em quem fala demasiadamente.
Meu pai em sua frugalidade, homem de poucas faculdades intelectuais, porém, visão empreendedora e natureza ponderada.
Meu pai, não sabendo exprimir o que sentia por nós, compreendo que seu amor por nossa família transborda em seu coração.
Meu pai me ensinou tanto..., que alguém me amaria se unicamente esperasse até o casamento. Como lutei e sofri para me manter, mas consegui!
Meu pai, ninguém pode falar nada de mal do meu pai, pois o conheço.
Meu pai, se alguém falou, não passara de mentira e desgraça à pessoa que ousou de tal ultraje; amaldiçoada seja a calúnia, é infeliz e miserável quem a proferiu, pois não tem Deus no coração.
Meu pai, eu assino embaixo como num documento, mesmo adulta, não mais aquela moça ingênua e rúptil (esse tempo venceu a validade).
Agora chegou o tempo da alegria, da motivação, da amizade, do carinho, do amor, do cuidado, do zelo, do respeito, desses nobres valores.
Meu pai, eu jamais esquecerei os lindos dias que passamos juntos: as graçolas, o bom humor, a troca de ideias, muitas cuias de chimarrão.
O tempo de menininha na memória ficou: escovávamos os dentes juntos; apenas um olhar, era aquela festa de risos, memoração engraçada e imaculada.
Meu pai, meu herói, amigo de Deus, esposo dedicado, pescador de homens, não és perfeito. Meu amigão!
Meu pai!
Nunca vou deixar de amar um ser tão transparente assim.
Meu pai que se chama Altair.
(Livro: Colecionando laços e notas musicais da alma.
2016, ISBN: 978-85-920747-0-8 - adaptações).
Michele Stringhini - Poetisa
Filha de Andrômeda
Munida de imprevistos anatômicos,
Despojada das verossimilhanças,
Portadora de um grupo muscular glúteo
Severamente avantajado;
Porção mínima, média e máxima,
Salientemente distribuída,
Na saborosa face posterior de teu quadril.
Havia sido abençoada,
Pela desproporcional opulência genética,
A notória capacidade hereditária de locomoção,
Evidenciava tua imponente estrutura óssea.
Pude apreciar,
Por meio de minhas órbitas oculares infatigáveis,
Vossa deslumbrante rafe perineal, 'Amada',
Tua pelve imaculada, projetava Ílio, Ísquio e Púbis,
A tríade mitológica, com inegável determinação.
Deslizando com perícia clínica,
Por entre os planos de corte,
Sagital, coronal e transverso.
Profissionalmente rotacionava
Em circundução pelos eixos,
Latero-lateralmente, ântero-posteriormente
E para o delírio absoluto da multidão atônita,
No sentido craniocaudal.
Desalinhando,
Até os seres mais santificados,
Com tua beatitude.
Produzindo saliva gotejante, agridoce, viscosa.
Satisfação, sempre foi o termo adequado,
E para ti, minha gratidão,
Filha de Andrômeda.
Deus Único
Filha sou tua
Deus de toda grandeza
Que aos meu olhos com clareza
Faz-me ver toda beleza
E ao encanto de cada dia
Sopra o teu vento de certeza
Que tu és o meu Senhor
Pai de toda fortaleza
Branca.
A minha filha
Não cresceste ao ponto de eu não poder te colocar em meus braços;
Nem és tão pequena que não saibas caminhar tua vida;
Só que eu preferia quando nos meus braços eu podia te acolher a qualquer momento.
Se ora estou aqui, ora estou lá. Hoje sou mãe, amanhã sou amante, depois de amanhã sou filha, para logo mais ser amiga.
MINHA FILHA THALITA
Tem o cheirinho que o papai mais gosta
Tem os beijinhos que eu quero sentir
Tão pequeninA que cabe em meus braços
Por mais que cresça sempre caberá
Tha, Thatazinha
Minha pequenina
És bênção pra mim
Minha Thalita
Você é o presente que Deus me deu
Você é a filha que trouxe alegria
Só Deus sabe o bem que você faz pra mim
Tão pequenina que cabe em meus braços
Por mais que cresça sempre caberá
Minha Thalita és a felicidade
Que coloriu os meus dias