Aniversário Amadurecimento
Algumas pessoas vão amadurecer em alguns anos, e outras em algumas vidas. Simples assim. Aprender a lidar com essa realidade é encantadoramente recompensador.
Algumas batalhas são verdadeiros troféis para os perdedores. Perdas que nos ensinam e nos preparam para a vida.
Acredito que as pessoas precisam adotar a ideologia da autossuficiência, não por um viés egocêntrico e mesquinho, mas no sentido de compreender que a dependência emocional é um veneno para a sanidade, sobretudo neste século de relações líquidas.
Trecho do eBook 'Pílulas de Esquecimento'
Confesso que amei.
Amei, como quem ama pimenta, como quem ama cachaça, como quem ama uma boa fritada de jiló.
E também amei, como quem ama a beleza das flores e das crianças.
E, ainda hoje, eu amo. E mais intensamente do que nunca.
Porque o amor, na vivência humana, ou fenece, ou amadurece.
Afinal, os anos pesadamente empilhados devem servir a algum propósito.
Porque o amor envelhecido deve ser como um amor infantil, puro.
Afinal, só podemos reencontrar a pureza se nos despojarmos.
E regredirmos à nossa essência.
O mais puramente essenciais e despojados que pudermos nos tornar.
Como uma criança.
Porque mesmo o mais temido bandido já foi um bebê, amado, trocado, amamentado, cuidado, por alguém.
Apenas perdeu isso ao longo do caminho. Todos perdemos, ao longo do caminho.
E quem não encontrar esse caminho de volta será apenas amargurado.
Confesso que ainda amo.
Bom, após ignorar todos os conselhos das pessoas que me rodeavam tomei como decisão ignorar o único Ser que não podia.
Não aconselharei a ninguém a tomar decisões se não for com amor. Se andas em uma vida monótona e morta, espere e anseie pelo renascer.
Direi ainda que minha pior atitude foi escolher a paz provida da fuga de uma batalha, me matei após ter perdido tudo o que me valia - Não era
dinheiro, não era bens materiais e muito menos orgulho.
Acovardado, sem um Pai e sem emoções, eu não tinha como valorizar o que passava na minha vida, não valorizei os outros que me amavam nem menos as suas atitudes mais benevolentes.
Agora terei de lidar com o estorvo de lidar comigo, carregarei um fardo amargo de todas as pessoas que magoei, pensando que eu poderia ter feito diferente, eu poderia ter tentado.
Eu nada ganhei além de amadurecimento, quem saiba a velha e boa sabedoria não me volte a ser valiosa?
A formiguinha diferente
Era uma vez uma formiga.
Ela nascera em um dos milhares de ninhos de formigas que existem por aí.
Quando era pequena, ficava admirada com as outras formigas, que iam e vinham, rapidamente, trazendo alimentos e mais alimentos para o ninho.
Sentia que gostaria de fazer isso o mais breve possível. Portanto, enquanto ainda não podia trabalhar e sair pelo mundo, ela estudava maneiras de otimizar o trabalho, de conservar os alimentos, de se comunicar com as outras formigas e de ajuda-las. Ao invés de brincar, ela sentia que deveria estudar. E se preparar.
Ao mesmo tempo, seu coração se enchia de piedade por aqueles que, por alguns motivos, não conseguiam simplesmente trabalhar ou desempenhar alguma função. Algumas formigas tinham medo de sair, outras tinham alguma pequena deficiência, outras tinham algumas histórias para contar do porque simplesmente não podiam ajudar. E ela as ouvia, com empatia e generosidade.
Finalmente, chegou o dia em que ela iria poder sair e vivenciar o que era tudo isso. Estava ansiosa. Foi observando como os outros faziam, com cuidado, para não falhar. E começou a sua jornada. Às vezes, ela achava um pedaço de alimento mais interessante. Mas, ao invés de pegá-lo para si, mostrava para outra formiga e entregava para ela, que saia feliz e contente e agradecida. Às vezes, ela deixava o que estava fazendo para ajudar alguma companheira, e acaba voltando sem nada, mas com o sentimento de que fez uma boa ação durante o seu dia.
Às vezes, encontrava em seu caminho alguma formiga imprudente, que por isso mesmo comia todo o alimento que havia coletado, ou, por estar distraída o dia todo, estava devendo vários dias de produção. Então, ela, compadecida, lhe dava do seu estoque de alimento, e também cumpria jornada extra para repor o que a formiga imprudente tinha perdido.
Às vezes, alguma formiga estressada, reclamava para ela do trabalho, ou da vida, e ela, generosa, se oferecia para carregar o alimento da outra formiga, e acabou que, quase sempre, estava fazendo isso.
E ainda haviam formigas no ninho, aquelas que ela tinha cuidadosamente escutado, e entendido, levando no coração todas essas histórias. Por isso mesmo, ao sair para sua jornada, sabia que deveria fazer tudo por ela e também por aquelas que, por “n” motivos, não conseguiam ajudar. E elas acabaram contando com isso, sempre.
Mas a verdade era que, a formiga sempre tentava fazer o seu melhor. Apesar disso, o chefe das formigas estava sempre bravo e descontente com seu comportamento. Mas, dentro dela, embora buscasse a aprovação do chefe e de todos, ela sabia que contribuía não só com a produção, mas com as suas boas ações para com os demais. Isso era o que mais importava.
Acontece que, certo dia, a formiga se sentiu estranhamente cansada. Para sua tristeza, ela se sentia adoecida e não sabia por que. Avistou, de longe, uma amiga que ela havia ajudado, e que encontrara um alimento melhor naquele dia. Pediu se poderia ficar com ele, para poder se alimentar bem e talvez, recuperar as suas forças, mas a amiga, estranhamente, disse que havia visto primeiro. E ela entendeu. Era justo.
Então, foi caminhando e encontrou algumas formigas que ela havia ajudado, todas ocupadas levando suas coisas. E ela perguntou se poderiam ajuda-la, carregando um pouco para ela também, pois aquele dia ela não conseguiria. E ouviu vários nãos das formigas ocupadas com suas próprias responsabilidades e necessidades.
Então, encontrou a formiga imprudente, que estava forte e bem alimentada. Pediu se naquele dia, ela poderia dividir com ela algum alimento e se poderia, até que ela se recuperasse, substituí-la. Mas a formiga achou que se a ajudasse agora, ela poderia ficar mal acostumada.
Finalmente, voltou para casa sem nada, e um pouco triste. Foi procurar as formigas que ficavam no ninho e que ela auxiliava, para desabafar um pouco. Mas as formigas estavam zangadas com ela, porque não estava mais ajudando e colaborando, já que sabia que elas precisavam e não podiam, por suas razões, fazer o trabalho.
E se sentiu sozinha e sem nada. Perguntou-se o que vinha fazendo da vida, além de levar muitos pesos nas costas e, no fim das contas, não ter feito nada por si mesma.
Passou dias depressiva, solitária, pensativa. Ninguém entendia o que estava acontecendo com a formiga, mas também não se importavam. Achavam que ela estava, talvez, dramatizando a vida demais. A maioria, na verdade, nem a notava. Dentro dela, ela só pedia para Deus devolver as suas forças, para que ela pudesse continuar fazendo tudo da maneira que vinha fazendo, e para não perturbar ou atrapalhar ninguém à sua volta. Mas Deus parecia não escutá-la.
Foi então que, em meio a tudo isso, e esta dor que estava sentindo, que ela percebeu certas coisas da vida. Ela viu que as outras formigas sobreviveram bem sem ela, e continuaram suas vidas, independentemente de sua ajuda ou existência. À duras penas, ela enxergou que ajudar alguém não significa que o contrário será verdade. Ela percebeu que o chefe das formigas nunca reconheceria nada do que ela fazia, porque seus olhos eram diferentes do dela. Ele nem ao menos enxergava, porque um chefe só enxerga aquilo que quer. E ela percebeu que cumprir a função de outras formigas não as ajudavam, apenas as impediam de cumprir seu papel ou de colher os próprios resultados. E que ela não tinha o poder de mudar a vida de ninguém, e finalmente, de salvar ninguém.
Porque, na verdade, ela deveria salvar a si mesma. Agora se sentia livre daqueles pesos desnecessários. Portanto, percebeu que ela tinha estudado bastante, que este era o seu diferencial, mas que nem utilizava seu conhecimento. Ela nem ao menos se conhecia. Percebeu que, produzir para os outros em prol de produzir para si mesma, não a tornava uma heroína, pelo contrário, a tornava, na verdade, improdutiva.
E, agora, com toda essa consciência adquirida, ela aprendera o turno certo da vida. Se tornou diferente, apesar de sua essência ser a mesma. Descobriu que ajudar não significa ter que se prejudicar. Descobriu que amigo é diferente de colega ou conveniência. Descobriu que, em meios às dificuldades, se ela não pensar em si, ninguém irá pensar. Descobriu que não precisa se responsabilizar pelos resultados de ninguém, a não ser pelos seus próprios. Descobriu que ter alguém para contar nos momentos ruins é muito, muito raro, quase um milagre. Descobriu que não tem que se culpar por não agradar a todo mundo. Mas que valia a pena estar próximo de quem realmente gostava dela, do jeito que era, e que a valorizava, mesmo quando ela não tinha nada para dar.
Hoje em dia, a formiga está em busca de seu próprio caminho. Desistiu de carregar um ninho, que nem mesmo era seu. Abandonou as pessoas que ela tanto amava, mas que não era recíproco. Aprendeu que um ambiente hostil pode ser trocado por um ambiente saudável. Mas aprendeu que, mais importante que ser amada, é amar-se. Mais importante que ajudar, é ajudar-se. Mas importante que agradar, é agradar-se. Mas importante que ser respeitada, é respeitar-se. E mais importante que ser valorizada, é valorizar-se.
Ah, e percebeu que Deus sempre esteve com ela, durante todo o tempo. E que, na verdade, não mudou a situação da formiguinha quando ela pedira, porque estava usando a situação para mudar a formiguinha. E fazê-la crescer.
Um dia, a formiga conta o resto da história.
Até a próxima!
Multiplique-se
Saber absorver e distribuir amor, te torna uma pessoa diferenciada.
O nascimento do amor em outras pessoas pode acontecer através do aprendizado que está guardado na tua mente e preservado no teu coração. Durante as lições impostas pela vida sobre as escolhas boas e ruins que fazemos, certamente somamos conhecimentos que despertam o nosso amadurecimento. Portanto quando você se deparar com uma pessoa carente de amor deixe ela beber da sua aguá, multiplique o seu conhecimento, viva essa viagem, você conhece os atalhos.
Vulnerabilidade é a certeza de que não sabemos e podemos tudo. Mas parece que alguns se comportam como se fossem imbatíveis!
O líder discipulador acredita no potencial das pessoas mais do que elas mesmas e as conduz em uma jornada de amadurecimento para multiplicarem.
O pensamento humano é progressivo... amadurecemos... e aqueles pensamentos do princípio se mostram muitas vezes menino, inocente.
O tempo: Revela rugas e verdades, quebra vínculos e fortalece alianças. Traz arrependimento e amadurecimento. Causa dores no corpo mas cura feridas da alma. Nos aproxima do grande dia. Seja de irmos, ou de Ele vir.
"Nem todos os dias são bons e isso é normal. Mas os dias maus são necessários, para o crescimento e amadurecimento do ser humano. E é ele quem decidirá, qual dia prevalecerá durante a sua vida."
Na minha frágil existência imersa no imenso universo...
Quem sou eu?
Um grão de areia...
Pó estelar...
Uma centelha de vida a vagar o infinito...
Quem sou eu?
Quem é você?
Quanto mais se amadurece, mais se percebe que o Amor é a melhor oferta.
Não se engane achando se tratar de uma concepção simplista ou axiomática. Em se tratando de amor, nunca é simples. A maturidade proporciona mergulhos que nos resgatam da enganadora superficialidade dos temas, e nos faz entender que ofertar Amor não é tão simples, mas gera efeitos extraordinários.
Esta não é uma conclusão romântica, pois falar de amor não é só Eros (grego), antes é Ágape e Philos, e porque não, o Eros de Plantão.
Penso que o Amor é uma grande marca do DNA de Jesus em nós. E, como decifrar um DNA, é extremamente complexo amadurecer, entender, e principalmente, praticar o Amor.
O Poeta Russo Dostoiévski escreveu que “o amor é mestre, mas é preciso saber adquiri-lo, porque se adquire dificilmente, ao preço de um esforço prolongado; é preciso amar, de fato, não por um instante, mas até o fim”. Este é daqueles poemas que se deve ter respeitadas todas as suas pontuações, lido e relido. São sentenças profundas, exigindo imersão nos sentidos apresentados, para, de fato, serem compreendidos. Exalta o Amor como sentimento mestre, e alerta sobre o árduo e complexo processo para adquiri-lo, e sobretudo, sustentá-lo.
Compreender profundamente temas fundamentais nos enriquece. Cria uma conexão com nossa evolução. Bem assim, Ofertar Amor é evoluir. É estar mais próximo da identidade de Cristo. Não há como simplificar, o Amor é complexo e divino.
Esta também não é uma conclusão religiosa. Observe a trajetória de Cristo como ser de aparência humana. Repare com acuidade e perceberá que o Amor era sua Grandeza. Ele nasceu, viveu, e morreu em Amor. Independentemente de sua crença na divindade de Jesus, o Amor que ele comunica, já lhe faz sobre-humano. O Amor é tempero. Desencadeia carinho, compreensão, tolerância, relacionamento sadios e fraternos.
A medida em que o Amor é adotado como pedra de toque nas nossas vidas e, simplesmente ofertado sem custos, estaremos mais próximos do Divino.