Ânimo, Coragem e Fé
Ela arriscou tudo revelando a verdadeira identidade. É mais corajosa do que qualquer homem aqui. E é o melhor guerreiro entre nós.
E quando eu penso que não aguento mais, lembro daquela reservinha de forças( escondida lá no fundo) e me obrigo a continuar!
Não tenho medo de correr riscos, não tenho medo de ser pobre, nem tenho medo de perder tudo. O que realmente me amedronta é ver o tempo passar, estar descontente comigo mesmo ou com minha vida e não fazer nada para mudar. Meu maior medo é ter insucesso, e o insucesso é traçado a partir de uma linha estreita entre a acomodação e a falta de coragem.
Grave isso na memória, rapaz: um mundo é sustentado por quatro coisas (...): o conhecimento dos sábios, a justiça dos poderosos, a prece dos justos e a coragem dos bravos. Mas tudo isso de nada vale (...) sem um governante que conheça a arte de governar. Faça disso a ciência de sua tradição!
Quem vive com medo morre mil mortes, mas os valentes enfrentam-na uma única vez.
Se ao menos o medo me fizesse recuar, pelo contrário, avanço mais e mais na mesma proporção desse medo. É como se o medo fosse uma coragem ao contrário.
Estamos tão voltados em suprir as necessidades dos outros, tão preocupados com aqueles que convivemos, que acabamos nos colocando em último lugar.
E nesse jogo, descobrimos como não nos conhecemos, e sem o autoconhecimento, não temos noção do que queremos e do que podemos realizar.
Vivendo para o outro, acabamos não mais sabendo como decifrar nossos próprios sentimentos e nos perdemos diante de nossas próprias dores.
Nos ensinaram que deveríamos viver para os outros, cuidar dos outros, mas a vida em sua infinita sabedoria tem provado cada vez mais, que isso não é verdade.
Vamos voltar pra nossa casa interior, fazer um trabalho de autoconhecimento, aceitar nossos defeitos e reconhecer nossas qualidades. Vamos enfrentar as nossas dores e não fugir delas, pois quando as confrontamos, vemos que elas não são tão grandes como imaginávamos.
Precisamos ter a coragem de mudar e aprender a cuidar de nós mesmos.
"Que a nossa existência seja a mais linda expressão de liberdade. Ser livre não implica necessariamente em fazer o que der na telha na hora que quiser, isso é coisa de criança mimada. Ser livre é um estado de espírito que transcende todas as tentativas de condicionamento.
Um ser livre enxerga além dos rótulos, dos gêneros, das 'castas'. Não se prende a necessidade de afirmação de nenhuma natureza, não sente nenhuma necessidade de ser maior; sabe que isso é ilusão.
Liberdade é escolher por onde caminhará, mesmo que os cenários não sejam os ideais. É saber que há dias mais difíceis do que outros, há curvas, há tropeços, mas em tudo oportunidade de significado, de ser em liberdade.
Erra quem pensa que é livre porque escolhe a roupa que usa, o carro que tem, a viagem que fará, o candidato que vai votar. Isso não é liberdade. Liberdade é ser quem é, mesmo quando o mundo parece escuro. É a coragem de manter-se íntegro em dias difíceis e a pacificação que somente os que andam em consciência tem.
Ser livre é relacionar-se com a vida como parte de si mesmo, extensão da própria consciência que se projeta em cada expressão de vida, em cada movimento, em cada oportunidade para ser amor.
Liberdade não se vincula a espaços. Há prisioneiros livres, homens do campo presos. Liberdade se vincula a capacidade de enxergar as tentativas de enquadramento, seja psicológico, religioso, intelectual, social e não permitir algemar-se.
Quem anda em liberdade vive em simplicidade. Esse sabe que jamais necessitará de castelos e exércitos, não se deixará seduzir pela conquista de reinos, jamais tentará controlar mentes. Liberdade é ser quem é e viver na paz que não se vincula à 'bons' ou 'maus' acontecimentos.
Seja na luta, seja na dor, ainda que nem tudo esteja claro, um ser livre enxergará na sutileza dos sinais cotidianos razões para despertar um pouquinho por dia, sempre na direção do rio de paz, aquele que nos abriga mesmo nos dias difíceis, o rio que mora dentro, nos alimenta, nos dá razões para que, independente dos cenários exteriores, nossa existência seja a mais linda expressão de liberdade."
O homem livre é senhor da sua vontade e escravo somente da sua consciência.
Pelo tempo mais escuro, por toda tempestade trevosa, os corpos se unem e dilaceram. Entre piores pesadelos sonhos se entrelaçam. Conjuntos estranhos curam a dor, queimando corpos, onde a neblina impossibilita a visão, deixando cego o animal. Sem dor, sem mudanças, sem coragem. Uma terrível mentira furando órgãos, prendendo-se ao sangue e tomando a vingança. Apavorando-se em seu próprio mundo desesperados por máscaras, transgredindo. Sacrifícios de mortes por beleza.
Com efeito, o homem corajoso não é aquele que realiza corajosamente todos os atos da vida. É o aluno que, apesar da repugnância, obriga-se a levantar para procurar uma palavra no dicionário, que acaba sua tarefa apesar do desejo de descansar, que termina a leitura de uma página tediosa.
Muitos caminhos não dão certezas, mesmo assim segue-se em frente. Por que chega um tempo que a ilusão do tempo foi embora, e que vc tem pressa pra viver e se realizar. Nada precisa ser urgente, mas que seja logo.
O lavrador, o caçador, o soldado, o jornalista e até o filósofo podem ficar desencorajados; mas nada detém um poeta, pois ele é movido por puro amor.
Magoar-se faz parte da vida. Não é possível viver por inteiro sem se magoar em algum momento. A gente tem que viver com coragem.
MEDO DO NOVO
Acordo com medo, desaminado;
Medo do desconhecido, é um novo dia.
Acordo acanhado, e já não penso em nada;
Tem-se medo, se desconfia.
Mas é preciso coragem, não ser covarde;
Pense o que tiver de ser será, vou encarar;
O que vier, estava para vir ou criei?
Só não posso é abandonar-me..
Quer na vida, vigia!
Quer na cama, preguiça!
Quer no dia, sempre de manhã recomece...
Quer nos braços de quem se ama;
Devo sempre cuidar de mim...
A vida é minha.
O aristocrata herda, quer dizer, encontra atribuídas a sua pessoa umas condições de vida que ele não criou, portanto, que não se produzem organicamente unidas a sua vida pessoal e própria. Acha-se ao nascer instalado, de repente e sem saber como, em meio de sua riqueza e de suas prerrogativas.
Ele não tem, intimamente, nada que ver com elas, porque não vêm dele. São a carapaça gigantesca de outra pessoa, de outro ser vivente, seu antepassado. E tem de viver como herdeiro, isto é, tem de usar a carapaça de outra vida. Em que ficamos? Que vida vai viver o "aristocrata" de herança, a sua ou a do prócer inicial? Nem uma nem outra.
Está condenado a representar o outro, portanto, a não ser nem o outro nem ele mesmo. Sua vida perde inexoravelmente autenticidade, e converte-se em pura representação ou ficção de outra vida. A abundância de meios que está obrigado a manejar não o deixa viver seu próprio e pessoal destino, atrofia sua vida.
Toda vida é luta, esforço por ser ela mesma. As dificuldades com que tropeço para realizar minha vida são, precisamente, o que desperta e mobiliza minhas atividades, minhas capacidades. Se meu corpo não me pesasse eu não poderia andar. Se a atmosfera não me oprimisse, sentiria meu corpo como uma coisa vaga, fofa, fantasmática.
Assim, no "aristocrata" herdeiro toda a sua pessoa vai se desvanecendo, por falta de uso e esforço vital. O resultado é essa específica parvoíce das velhas nobrezas, que não se assemelha a nada e que, a rigor, ninguém descreveu ainda em seu interno e trágico mecanismo — o interno e trágico mecanismo que conduz toda a aristocracia hereditária à sua irremediável degeneração.
(Livro "A Rebelião das Massas")