Ando Só
O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.
Eu não ando só
Só ando em boa companhia
Com meu violão
Minha canção e a poesia
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
No caminho da vida, eu não ando só, Deus caminha comigo e se não fosse Ele certamente eu nem aqui estaria.
É Deus quem ilumina o caminho, guia os passos e me conduz ao melhor lugar.
Quando estou cansado, é Deus quem me carrega nos braços.
Quando tenho medo, é Deus quem segura minha mão, renova minhas forças e aumenta a minha fé.
Com Ele ao meu lado eu sei que irei chegar onde minhas vitórias estão e onde meus sonhos se tornam realidade.
Ando triste, ando inquieto, ando só, ando lento, me lamento e desatento no desatino de minha vida. Não sei se corro contra o tempo ou se o tempo corre contra mim, talvez seja só mais uma da vida, quiçá seja só mais uma desventura, dessas que se encontra por aí. Mas de certa forma deixo meu pensar aqui, formosa e pequena flor: Se daqui, minha cara, minh'alma se for, deixarei contigo um pedaço do meu amor, esse amor que deixei guardado, semeado, cultivado e cuidado para você.
ando só
pois só eu sei
pra onde ir
por onde andei
ando só
nem sei por que
não me pergunte
o que eu não sei
pergunte ao pó
desça o porão
siga aquele carro
ou as pegadas que eu deixei
pergunte ao pó
por onde andei
há um mapa dos meus passos
nos pedaços que eu deixei
desate o nó
que te prendeu
a uma pessoa que nunca te mereceu
desate o nó
que nos uniu
num desatino
um desafio
ando só
como um pássaro voando
ando só
como se voasse em bando
ando só
pois só eu sei andar
sem saber até quando
ando só
Andei só
Preciso demonstrar pra ela que mereço seu tempo pra dizer
Um pouco das ideias novas e os lugares onde viajei
Se ela botar fé na minha história que é de rocha e vem do coração
Vou estender o pano mais bonito feito na ilha de Madagascar
Um Bob, um Djavan, um Jimmy na viola, humildade de quem sabe onde quer chegar
Reparei a flor no seu vestido só guerreiro de aura boa pode merecer
E ela parou, olhou, sorriu, me deu um beijo e foi embora
Não vi mais a gata mais tenho minha gaita pra me consolar
Andei só pela noite
Cantei um reggae pros cachorros na rua
Andei só pela noite
Cantei um verso daquele velho samba pra lua
Andei só pela noite
Preciso demonstrar pra ela que mereço seu tempo pra dizer
Um pouco das ideias novas e os lugares onde viajei
Se ela botar fé na minha história que é louca mas não é besteira não
Vou estender o pano mais bonito feito na ilha de Madagascar
Um Bob, um Djavan, um Jimmy na viola, humildade de quem sabe onde quer chegar
Reparei a flor no seu vestido só guerreiro de aura boa pode merecer
E ela parou, olhou, sorriu, me deu um beijo e foi embora
Não vi mais a gata mas tenho minha gaita pra me consolar
Andei só pela noite
Cantei um reggae pros cachorros na rua
Andei só pela noite
Cantei um verso daquele velho samba pra lua
Andei só pela noite
Tudo bem, a vida continua
Andei só pela noite
Eu nunca andei só!
Já caminhei por tempestades
Já mergulhei fundo no tal do sofrimento
Já chorei por sofrer tanta desilusão e
por tanto lamento
Mas sempre sobreviví a todas elas
Sempre!
É que dentro de mim existe
uma companheira chamada : Fé
E toda vez que a escuridão tenta me
empurrar no chão ...
Deus chega bem de mansinho,
segura minha mão e
me diz assim baixinho:
- Nunca pense em desistir
Eu estarei sempre aqui
para lhe levantar e no seu interno jardim
florir!
MAIS UM FILHO
Não, não andei só com uma pessoa
pra poder gerar-te
E eu não me abstive da tua concepção
por um único dia.
Tentei sempre o equilíbrio, o ritmo adequado,
a palavra certa.
Busquei sempre o melhor que sentia em mim
para criar-te.
Confessei-te todas as minhas verdades, vontades,
medos, segredos, pudores, valores, ansiedades e vitórias.
Fiz-te com amor para que pudesses passar isso
para os outros.
Não te senti pequeno nem mesmo em projeto.
Não te sinto grande nem mesmo criado.
Não te vi adotado ou abandonado, pois te abriguei,
não briguei e te alimentei com as minhas mais
íntimas e tímidas entranhas.
Estás no ponto, pronto!
Pronto para o mundo.
Vai e faz o teu papel.
Conquista o teu espaço.
Luta pela tua verdade.
Eu, como sempre, vou estar do teu lado.
Torcendo, vibrando muito porque sempre
Apostei e acreditei em ti como um bom guri.
Que Deus te abençoe, meu filho.
Que as pessoas te gostem, meu livro!
Guria da Gaúcha Poesia
Lavando a Alma
Página 48,
1989
ABSTRATO
Corri para me perder, me perdi para encontrar tudo o que desejava.
Andei só por andar, por entre pessoas que pensam ainda estarem vivas.
Sucumbi ao bem para me tornar mal de corpo, alma e coração;
Sofri para sorrir e acabar deitado no chão.
Despi-me de tudo para que assim o nada pudesse me completar.
Fiz de mim mesmo morada da tristeza e do caos, para desta forma ser mais um imortal
Que morre com facilidade;
Triste do homem que conhece a verdade.
Os templos vagam pelas ruas de terra onde as pedras ficam sempre nos sapatos.
Sou bipolar e não nego, faço do céu inferno e na água não navego;
Prefiro os versos, estes sim são sinceros e acima de tudo, eternos.
Do homem ou da mulher nada espero, do matrimônio sou réu e quem sabe até refém.
Os animais falam as línguas incomunicáveis de fato, os saltos tampouco são altos;
Mas a saúde dos seres vivos é escassa como as latas da dignidade.
Os papos estão sempre cheios, mesmo que de arrogância e ignorância;
As lanchas andam nas ruas e os ônibus nas lagoas.
As pessoas vão quase sempre sobre rodas, pouca gente se incomoda com a moda
Mesmo quando ela é retrógrada.
Eu andei só.
Andei com medo, no frio.
A garganta já dava um nó
E o coração, coitado, vazio.
Meus pés descalços sofriam
Minha boca, tão seca, rachava.
No meu pensamento, pessoas riam.
E eu ainda não sabia onde estava.
Restos humanos espalhavam-se pelo chão
Um sinal da quase unânime desistência.
E, em busca de evasão
Tentava ativar minha inteligência
Eu já não tinha mais controle
As pernas, esbanjavam teimosia
Tudo parecia desmoronar
Corpo e mente estavam fora de sintonia.
Perdi meus óculos, levados pelo vento
ESte que levou também parte da visão
E ali, ao relento,
procurava uma saída daquela imensidão
A lua brilhava com um ar sombrio
Era evidenciada no céu fechado
Refletia na nascente do rio,
Sujo, imprevisível, maltratado.
A fauna local era medonha
Pior que ela, só a flora.
De marcante, uma coruja tristonha
Encima de uma árvore senhora.
Eu continuava caminhando
A cada passo, menos esperança
A força ia, com rapidez, cessando
Na mente, sequer uma boa lembrança.
E eu, àquela altura,
Já não tinha família.
Andava só, numa realidade obscura
Sem pai, sem mãe, nem filha.
Após dois quilômetros, talvez três,
Encontrei uma caverna
E ali, encima de uma pedra
Havia uma pequena lanterna.
Era uma velha lamparina
bem resistente, por sinal.
Tudo parecia ser uma sina.
Uma sequência.
Início, meio e final.
Eu segui pela gruta
Quase para desistir.
Com o sentimento de luta
Mas, com o mundo a ruir.
De repente, algo inusitado.
Um espaço arejado abrigava um violão
Deixei minha lamparina de lado
E, com certa estranheza, sentei no chão.
Um acorde aqui, outro acolá
E eu me renovei
Senti que algo bom ia chegar.
Continuei...
Dali, uma voz me guiava
Uma voz rouca, marcante.
O sorriso, que se ausentava
Surgiu por um instante.
Eu já estava esgotado
As pernas destruídas
Imundo, pessimista, desolado.
O corpo cheio de feridas.
Até que, como mágica
Uma luz irradiou
Aquela história trágica
teve um fim, acabou.
Andei por mais uns cinco minutos
E cheguei a um parque natural
Era tudo muito lindo, perfeito.
Paraíso no meio de um arraial.
Tudo era cheio de vida
Do grão de areia à bela lagoa.
E a vida passada, já esquecida.
Foi trocada por uma sensação boa.
A felicidade finalmente apareceu
Como toda flor tende a brotar.
E todo aquele breu
Foi-se pra nunca mais voltar.
Eu consegui! Triunfei!
Estava risonho como uma criança
E tudo isso que conquistei
foi devido à fé e á esperança.
Pois, quem acredita, sempre alcança!
Durante anos de uma vida povoada,
Andei só, com meu coração despovoado.
Dava bom dia ao vizinho com sorriso no rosto...
Para esconder a vergonha de cada a dia.
Destilava palavras de carinho,
Mas minha carne interna estava desidratada, sem rio.
O amor que sempre me amou, insistia em ficar...
Estava por um triz conservá-lo florido...
Pois eram muitos momentos pálidos, sem colibris.
Me vi num convento onde só enxergava lamento,
Duma escassez de sentimentos de entontecer,
As cores que eu via, era branco e preto,
O branco: não era de paz, era dum tormento-loucura...
O preto: não era da noite com luar, era a morte vestida para me tragar.
Minha sorte foi a de ter nascido teimosa, rebelde, é... rebelde.
Essa rebeldia causou a rebelião de toda uma vida ferida...
Sem cor, ser harmonia, sem poesia...
Me libertou!
A inquietude interior que me vestia me fez ser melhor do que eu via, sentia, e vivia...
Estava tudo entalado na garganta, e, antes que me estrangulassem...
Vomitei com toda a minha coragem.
Rasguei a batina que enclausurava minha espontaneidade,
Joguei-a no lixo, no lixo dos covardes!
Fiquei desnuda, com a face alva, macia e sem poeira.
(respirei)...
Durante muito tempo,
Andei só em meio à escuridão
Pensei que ali eu passaria a eternidade.
Sem amor, sem verdades.
Até que num dia qualquer
Meus olhos encontraram os seus.
Então não me encontrava mais sozinha,
Você veio como o amanhecer,
Trouxe luz e calor, me fez renascer.
Ontem, hoje e amanhã
Nunca serão iguais,
E a única certeza que carrego dentro de mim
É do meu amor por você,
Que a cada dia que passa aumenta.
Às vezes sinto medo.
Medo de não valorizar esse sentimento
E com equívocos magoar você.
E se um dia isso acontecer,
O fim dessa historia, será o meu também.
Pois não vou aprender a conviver apenas
com as lembranças de nós dois.
Quero-te hoje
Amanhã
E sempre.
Soneto de despedida.
Meu amor partiu e
Foi embora sem adeus dizer.
Andei só e na procura desse amor,
Encontrei você.
Mas por que partistes, amor?
Por que me deixou?
Me contentei com a solidão
E isso tudo machucou.
Foi p'ra além do mar e p'ra onde me esqueceu.
Mas isso tudo vai mudar,
O dono da minha vida sou eu.
Eu vou lhe esquecer e progredir
E independente desse amor,
Não lhe quero mais aqui.
Quando andei só me encontrei, porém contestei por não ter iniciado esta caminhada há tempos atrás...
Ando só... Como um barco à deriva... Perdi meu horizonte.
Sem esperança... Me sinto naufragar... Vejo apenas minhas pegadas na areia... Apenas as águas do mar a me tocar.
Caminho em silêncio com meus próprios pensamentos... Solidão!
Somente eu e minhas lembranças, desejando nunca ser encontrada...
Caminhos que eu mesma tracei... trilhas que somente eu andei... Sou como a lua solitária na escuridão da noite... uma pequena estrela perdida na imensidão do universo... Ando só... Sem ninguém ao meu lado... Buscando pelo desconhecido... Perguntas sem respostas ocupam a minha mente... As lágrimas rolam pela minha face... Um nó na garganta... E no peito o grito reprimido... No coração levo as dores causadas de um passado tão presente... Aonde estou indo... Ainda não sei... Só sei que sozinha vago sem nenhum destino... Talvez chegue em algum lugar... Continuo a caminhar em silêncio sem nada encontrar... Se vou retornar... Não sei... Se vou continuar... Não sei... Só sei que por hoje ando só...
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