Ando
(...)ando mudando os sentimentos, guardando a sete chaves e doando só para quem realmente precisa, porque às vezes você se doa e só leva pedrada na alma.
Eu tenho aprendido a me aceitar assim, porque o que parece aos outros indiferença, é na verdade uma forma de se proteger do desassossego alheio.
QUANDO EM QUANDO
Quando ando,
vez em quando... Canso
nesse fago,
que me afago... Manso.
No meu tranco,
levo um branco...
E respiro tonto, tanto!
Que quando em quando...
em meu encanto
eu desando... Pranto.
Perdido no canto do meu silencio
eu desencanto...
Em sentimentos prontos.
Eu desato aquele clima
d'aquele ponto propenso
e aos mandos do meu casulo tenso,
Eu abro, assas coando...
Os tímpanos do meu comando.
Antonio Montes
Poema ando triste :(
Quero que se lembre de mim não pelos ditos, mas sim como um som que não deixou imagem nem cheiro ou rastro, quero partir sem choro, deixar de mim apenas o sorriso e a alegria que tu me viste, e que digam, ele não foi fraco, que saibam que fraco foi a deixa do amor nâo entendidi como digno.
Cansei.
Se tu pensas que eu ando só contigo para curtir, não é. Eu amo-te e só te quero a ti. É por isso que eu ando contigo.
►Minha Minas Gerais
Ando de dia em uma cidade agitada
Desfilo a noite sobre a cidade iluminada
Onde existem estrelas disfarçadas,
Onde a Lua se perde dentre tanto brilho
Onde os vaga-lumes encontram suas casas,
Onde os pássaros se escondem do frio.
Faço caminhadas por entre os passeios
Caminho sem rumo, sem senso
Sinto o vento me ultrapassar pelos becos
E, como uma fornalha, me aqueço, sem medo.
Vejo sombras a passar
Vejo criaturas metálicas a transitar
E no bosque, aquele aroma de final de semana,
Aquela sensação que meu corpo tanto ama
E mesmo sem ter o mar, eu viajo em ondas imaginárias
Escutando os sons vindos das minas
Memorizando as pedras nas idas e vindas.
Os tempos estão deveras mudado
Poucas são as vezes que vejo bois fora dos cercados
Os carros de madeira hoje estão nos museus
Mas se passo perto do arame farpado, escuto os mugidos do gado
E por dentro das rochas de minha igreja,
Ressoa as vidas dos escravos, imortalizados em lendas
Onde as pessoas dizem escutar o bater de suas algemas.
Meu querido estado, construído pelo barro
Das crianças dos pés descalços
Dos amantes do pão de queijo, e do caldo
Lindas mineiras, formosas por natureza
E sobre as montanhas, o nascer das cachoeiras
A selva verde, que torna a paisagem uma nova forma de beleza
O sabiá, que viaja por entre as árvores,
E descansa quando percebe que já está tarde.
Dos bosques e os parques ecológicos
Das chácaras aos incríveis zoológicos
E os diversos monumentos históricos
Mariana, Tiradentes, Outro Preto
São partes do descobrimento perfeito
Belo Horizonte, a capital do meu trânsito
Onde os semáforos entram em pânico.
Minha terra, que se estende através das serras
Meus córregos e rios, que percorrem por dentro das florestas
Aqui está meu recanto, vivo enxergando encantos
O Sol brilha, e reflete as pedras valiosa
Transformando as colinas em vistas maravilhosas
A terra de onde brota as flores mais belas
As andorinhas, que fazem acrobacias durante o dia
Eis que, acerca dos morros, estão os refúgios do louro
Ó terra divina, origem de minha vida
Ó terra de poetas, progenitora de palavras eternas.
Um dia
Um dia eu te encontro.
Um dia eu provo do teu beijo.
Um dia ando de mãos dadas com você.
Um dia tomaremos um sorvete juntos.
Um dia te chamarei de meu amor.
Um dia você vai ser minha namorada..
Quem sabe... Um dia
MEUS PASSOS
Por onde, neste mundo, ando
Os meus rastros deixo exarados lá no chão...
E os meus passos são contados, incessantemente
E os meus atos calculados, cuidadosamente
E minha vida se desdobra em dizer sim ou dizer não,
Emudecer ou querer falar, sair ou então ficar...
E o meu grito faz silêncio nesse instante,
E o meu silêncio grita alto incessante,
Perturbando, gradativamente, o sono
Dos que contam os meus passos
E calculam os meus atos, mas...
Me admiram mesmo sem querer!...
AUTOR: Sivaldo Prates Ribeiro
Em toda a parte onde eu ando, / Ouço este ruído infindo: / São as tristezas entrando / E as alegrias saindo”.
Eu ando um pouco calada.
Esperando no meu silêncio,
Deus se manifestar,
e meu milagre chegar!
Porque ele vai chegar!
A minha fé me faz acreditar!
Carrego nós olhos o coralino avistar
Mais ando por caminhos belos
Sufoco ossos e almas com destreza
Mas tenho a fonte da sinuosidade
Na língua o veneno da perdição
Por onde galantes palavras atravessam
Os sons que lhe aspiram parecem ser agoniantes
Mas não passam de eterno chamariz dessa melodia
A beleza de cores e formas letifica
Mas não engana, acoberta enfeitiça
Sabendo não cativar
Aos pobres de alma se entregam e despencam no conto
Letargia que se acha normal
Mal se sabem o fim é uma construção abissal
Como serpente se aproxima, como um leão ataca
Sua fuga nem se vê, sua missão já foi feita
E pelas beiradas buscara os filhos da luz.
Andarilho.
Ando por aí...
Querendo um amor encontrar;
Um sorriso, um poema,
Um alguém para amar.
Ando por aí...
Ao acaso do destino;
Enrolado nos fios da saudade,
Com o coração em desatino.
Ando por aí...
A procura de um olhar...
De um jardim de versos e rimas;
De um sonho...um sonho pra sonhar.
Ando por aí...
Navegando nas ondas do amor;
Nas lembranças de seus beijos;
Nas chamas ardentes de seu calor.
Ando por aí...
Perdido em mil caminhos;
Voltando em memórias passadas;
Relembrando de seus carinhos.
Ando por aí...
Vendo o tempo passar;
Entre flores e espinhos,
Continuo a ti amar.
Ando por aí...
Entre realidades e ilusões,
Viajando no trem do destino;
Sem paradas. Sem estações.
Ando por aí...
Em uma saga voraz,
Atravessando mares e desertos;
Em busca de sonhos...de paz.
Ando por aí...
A mercê da solidão;
Semeando aos ventos,
Fragmentos de paixão.
Ando por aí...
Não sei onde vou Parar
Sem pejo, sem grilhões;
Só um horizonte a desbravar.
Ando por aí...
Na contramão da saudade;
Correndo a ermo, sem medo,
Na busca da felicidade.
Ando por aí...
Nos sete mares a navegar;
Em busca de um porto seguro,
E uma estrela para me guiar.
Ando preferindo o silêncio.
E guardar o que restou de bonito aqui comigo, antes que entre tantas falas que não levam a lugar nenhum, não sobre nada.
De tantos tombos que levei, acho que perdi meu coração em uma dessas quedas, agora só ando com a razão.