Ando
Estão sempre questinando
Merecendo um lugar no pódio
Ando odiando tanta coisa nessa vida
Que odeio até o ódio...
Ando VICIADO em você; LOUCO pra te ver de novo; O que isso quer dizer? Uma ETERNIDADE com você é muito pouco! "sirpaultavares"
Eu sou o olhar que penetra nas camadas do mundo,
ando debaixo da pele e sacudo os sonhos.
Não desprezo nada que tenha visto,
todas as coisas se gravam pra sempre na minha cachola.
Toco nas flores, nas almas, nos sons, nos movimentos,
destelho as casas penduradas na terra,
tiro os cheiros dos corpos das meninas sonhando.
"Ando me distanciando de pessoas mesquinhas. Assim evito MAIS pra saber da minha vida, MENOS invejosos e MAIS bençãos pra mim....Afastando de quem não tem nada a compartir, tampouco a acrescentar."
—By Coelhinha
MEDO
Ando apressadamente
Ligeiramente...
Rapidamente...
Ouço vozes...
Sussurros, murmúrios...
Altos, baixos...
Roucos, suaves, estridentes, maledicentes...
Risonhos, melancólicos...
Tristes, alegres...
Esperançosos, lamentosos...
Queixosos...
Caluniosos...
Como um caleidoscópio de sons.
Elas se emaranham na minha mente.
Sufocam meu tímpano.
E gritam no meu ouvido.
Ressoam, retumbam, propagam, reverbera por todo meu ser.
Me sufocam, me agridem, aterrorizam.
Apresso o passo...Tento fugir...
Estou cercada, cercada por uma imensa e sufocante multidão...
Mas estou só, sozinha...
Isolada numa ilha cercada por multidões.
Olho cada pessoa desta multidão...
São tantos rostos...
Desconhecidos...Conhecidos...
Mas estou só...
Completamente só... Sozinha.
Me abraço...Me aqueço...Me sinto
Sinto a dor...
Ela vem forte...
Em imensas ondas...
Devastando meu ser...
Me perco nesta insana música destes vozerios.
Me maltrato, me resguardo, me domino, me aquieto.
Olho pros lados, cercada, cercada e acorrentada pelos meus medos.
Temores que me aprisiona.
Aflições que me algema.
Sozinha, sozinha e prisioneira.
Sinto um grito angustiante e apavorante emanar de dentro do meu ser.
Minha alma grita e emiti sua libertação.
Deixo a fera que existe em mim...
Se soltar...
Dominar, invadir...
Me liberto...
Liberto do medo, da angústia, das aflições.
Agora ando sem medo.
Theo Lanusa
Ando sem tempo pra gente azeda e vazia. A vida é boa demais para perdermos nosso tempo do lado de gente que literalmente nos azeda. Ninguém merece pessoas sem humor, sem conteúdo interessante e que ainda por cima só sabem criticar e julgar os outros. Mentes vazias cansam qualquer um. O mundo pertence às personalidades intrigantes.
Eu moro sozinho. Eu durmo numa rede. Sozinho. Eu ando sozinho por aí. Também ando acompanhado. Mas nem sempre me sinto sozinho. Só às vezes. Sozinho ou acompanhado. Eu aprendi que a solidão é algo que eu carrego dentro de mim. Solidão não é descer a Rua Augusta sozinho de madrugada, admirando as garotas na calçada. Solidão não é atravessar as ruas totalmente bêbado, descer as escadas do Gruta e não encontrar ninguém pra jogar bilhar, e ficar dando voltas em torno da mesa girando um taco imaginário. Solidão talvez seja ouvir as bolas caindo na caçapa. Solidão não é uma casa no meio da neve. Solidão talvez seja minha avó contando histórias de assombração. Um garoto de doze anos chorando sozinho numa cama com saudades de casa. Solidão não é ter o telefone desligado na sua cara. É você ouvir notícias de um país distante num rádio velho. O que eu quero dizer é que há pilhas de romances e poemas sobre a solidão. E você acha que eu nunca sinto medo? Eu penso em Hemingway com a espingarda na boca e Silvia abrindo o gás. Estamos chegando perto demais? O velho bêbado apaixonado pela garota de 23 anos e sonhando em fugir com ela pra Las Vegas. Existe algum outro tipo mais cruel de solidão? Não estou vaticinando meu fim. Estou sussurrando em seu ouvido um segredo. Você faz o que quiser com ele. Pensa bem se isso também não é solidão. Saber é solidão. Não é você ser abandonado no meio do mar. É você ter consciência num navio de bêbados. Não é uma tempestade sobre a cruz no Gólgota. É aquela cidade onde o sol nunca se põe. A solidão não é uma senhora de capuz parada na beira da estrada. Talvez seja o padre vociferando no púlpito. A solidão é um show de rock and roll e a garota gordinha modernete e cheia de opiniões e que vai voltar sozinha pra casa enquanto sua amiga burra e linda ficou com o guitarrista da banda. Não é o sujeito no caixão com as mãos em torno do rosário e o nariz entupido de algodão. Isso não é solidão. A solidão é o velório que sempre foi uma piada triste. A solidão é a passagem dos dias. A solidão não é um blues de Corey Harris. A solidão é o carnaval. A solidão é um farol. Eu apenas me deixo guiar. A solidão vai durar eternamente. O dia que eu sentir que não pode mais ser assim, juro que dou um jeito nisso. Ou então como diria o último boy scout, eu arrumo um cachorro.
Coração pichado
Eu ando e vejo por aí, vejo muros, vejo prédios, pequenas e grandes construções, vejo muitas pichações
Na verdade é o retrato fiel, rabiscado, borrado, pichado dos corações de muita gente, que já se misturam com suas próprias pinturas
Como na grande Cidade, a limpeza se faz necessária, será preciso muita tinta para alvejar e clarear
Para atingir um alto grau de clareza, para recuperar toda beleza, só vejo uma solução!
Nas paredes somente tintas já resolve. Nas pessoas só colorir não adianta, tem que arrancar o escuro da alma, clarear os pensamentos, para tornar límpido e cristalino
Voltar a ser criança, coração novo em folha, um ser humano transparente
Pintar com cores alegres os muros que dividem os corações, se livrar de antigas pichações, quebrar as barreiras, derrubar fronteiras, repintar as nossas vidas, retornar a tonalidade que no tempo ficou esquecida
Ando por aí sem rumo
Por causa de todos
Por causa de mim
Bravo sem fim
E o mar aberto
Eu dou um novo passo
Uma melodia doce
Um gosto salgado trágico
A onda fria me esquenta
Molha meus pés
Seca o meu coração
Esse calor é de um café que esfriou
Mas me acordou
Para ver tudo de novo
Eu precisando de ajuda
Mas não pedindo socorro
Logo me resolvo meditando
Em minha história
Assim entendo que o som de dentro
É mais alto do que o som de fora
Já trilhei caminhos "certos",
hoje ando a esmo;
e se junto as mãos
não é pra encontrar ninguém
senão a mim mesmo.