Ando
Eu sou um viajante
Ando pelo mundo
Às vezes sem rumo
Buscando um destino
Seguindo uma estrela
Como uma brisa
A soprar pelos ares
No oceano, ou nas montanhas
Pois sou como uma ave
As vezes o que busco é só o sol
E a cada passo que dou uma nova surpresa. Ando encontrando coisas lindas pelo caminho, flores de delicadezas. E há quem chame isso de sorte ou de destino. Mas eu, prefiro chamar de Deus!!!!!
Papo pro analista:
Eu mesma me machuco pra eu mesma me curar.
Eu ando por aí aumentando o volume de tudo. Aumento o volume do frio, da fome, do sono, da dor, da saudade, da sujeira no pé, da roupa furada, da cama desfeita, da louça na pia, da geladeira vazia, da toalha molhada, das lâmpadas queimadas.
Aumento o volume que é pra criar uma espécie de dimmer da minha prórpia vida. Como se eu pudesse amplificar tudo o que me espeta pra, depois, eu mesma diminuir. Como se, aumentando tudo, eu criasse, automaticamente, o controle de reduzir o ruído que alfineta em mim.
É, eu sei. É uma pequena ilusão de poder que eu criei para me sentir um pouco rei de tudo que me machuca.
Se você me machuca, eu arrebetendo a ferida, a estico por todos os cantos, jogo pimenta e belisco a carne com alicate sem fio. Depois eu cuido de fazer as suturas e acredito estar cuidando de um estrago que eu mesma orquestrei. Às vezes, por falta do que cuidar, nesse meu vício de auto-tortura, me ponho a te machucar, gratuitamente, para que talhos e fraturas expostas se abram em mim como faz um terremoto ao rasgar o chão do mundo. E depois, talhos e fraturas expostas, o deleite de remendar, ritualísticamente, cada um deles.
Desde muito pequena, eu mesma me torturo para eu mesma de curar.
Me torturo pra fazer canções; me torturo pra chorar e combinar com uma noite de chuva; me torturo pra me consolar; me torturo para eu ser - e mais ninguém - o carrasco a me maltratar.
Me torturo pra ninguém me machucar.
E pra ninguém vir me curar.
Faço tudo sozinha.
Sofro tudo sozinha.
Conforto tudo sozinha.
Mas, hoje, eu me pergunto: e esse carrasco que eu cuidei de criar pendurado em mim? Eu que tenho ele ou é ele que me tem? Dá jeito da gente se desgrudar?
Ando partilhando a vida com os amigos, vivendo de um jeito novo, curtindo o presente, ando me aventurando nas delícias da cachoeira, dos igarapés, do jogo de vôlei.
Não fomos feitos um para o outro, não fui feita para muitos homens, muitos homens também não foram feitos para mim, quero atrair quem me atrai, quero sintonia de corações.
Curto homens que leem livros, grisalhos, cheirosos, aventureiros, homem que sabe o que quer, homem que se adapte ao meu jeito, homens leves, bem-humorados, saudáveis.
Tenho que aprender a amar o outro como ele é, tenho que aprender a não esperar coisas que o outro não pode me dar, tenho que aprender a ser feliz também com o defeito alheio.
A minha melhor opção é enfrentar o medo de frente, abraçar as não garantias da vida, viver com o propósito de ser feliz, estar consciente das coisas que virão, em sintonia com o universo.
Até penso em ter uma namoradinha, porém logo análiso que ando sem tempo, e o tempo que tenho é pra tocar guitarra.
Ando sem inspiração, ando sem alma. Sempre vagando no escuro, fazendo paradas nas esquinas do passado. A dor me dissipa. A vulnerabilidade me incomoda. A inconstância me preenche, me dopa. Entra e faz o que bem entende, sem me dar o direito de sair correndo para qualquer direção, para um lugar extinto desse presente apático.
Não me lembro como eu era.
....Cada vez que ando, cada vez que comtemplo...vejo que o tempo é realmente uma grande ilusão...pormenorizada...nas antevisões...de passado, de presente...e de futuro...
Eu não sei ser feliz direito.
Ando pela vida e ela não se resolve,
Com as mãos fechadas esperando a luta.
No escuro, sem saber de onde vem o golpe.
Meus punhos estão cerrados,
Também está apertado meu coração.
Ando parecendo que vivo com uma sacola vazia que nunca se enche, não se altera, não se enche de alegria.
Nexo
Minha vida não tem rumo, nem norte
Faço dela um labirinto íntimo e sem fim
Ando inseguro com cada passo que dou
Porém nada é tão seguro quanto nossos próprios passos
Meus sonhos só são meus porque me incluo neles
Se não, sonharia para os outros
Minha vida não tem rumo, nem norte
Faço dela um isqueiro aceso
Com todo aquele gás que um dia acaba
E se por acaso pensar a idiotice de querer ser imortal
Que pobre serei...
Um medíocre servo de seu próprio ego
Cansado, cansado, perdido.
Não quero ser imortal
Quero apenas ser eterno...
- Qual é o problema? Para ser eterno não precisa ser imortal.!
Basta ser gente, humano, vivo, único
Basta ser aquilo que surge da alma
Aquilo que grita sem controle, “estou aqui, eu existo, eu sou você”
Para ser eterno basta viver.
Conto de fadas contemporâneo: Ando virando abóbora muito tarde! Antes, meia noite e agora só lá na alta madrugada! Alô, fada madrinha? Alô?
Confesso que ando meio desligada ultimamente, e por incrível que pareça não é por uma paixão rotineira ou por um novo amor platônico, pra mim o meu diário ambulante e meu rádio bastava, percebi que pra se sentir bem não precisava de alegorias, maquiagens e futilidades, eu estava bem comigo mesma apesar de estar sozinha fria e seca, talvez por meio das decepções que haviam acontecido recentemente. É eu resolvi mudar um pouco as coisas levar meus pensamentos a outra direção e estar fora de amores que só me fariam mal. O verão havia chegado e eu nao precisaria estar presa a um ser incerto e bipolar, não estou com paciência pra ser levada por olhares penetrantes e falsos. Eu estava cansada de amores de verão. Eu já sabia que os amores sempre acabariam com alguém desgastado e com certeza seria eu a garota imprevisível e indecisa.
"Ando meio confusa com o meu estado de espírito, a inquietude é a única que vem me acompanhando logo após da minha querida duvida que não me deixa em paz, ha esses momentos que me tiram o sono, ow coisa ruim de sentir! Problemas e mais problemas e nenhuma solução, qualquer dia desses apareço é submergidas a elas".
-É que eu ando com medo. Não quero morrer de amor como Afrodite. Além do mais, mãe, você passou a vida inteira maldizendo o amor.
-Tudo tolice, meu flho. Só vale a pena viver essa vida se for por amor. Por nada mais.
Penso, logo escrevo.
Mato, logo recordo.
Choro, logo sofro.
Ando, logo caio.
Fico em silêncio, logo fico só.
Procuro, logo acho.
Amo, logo vivo.
Sonho, logo realizo.