Amor Virtual
Um amor virtual com cumplicidade
vale mais que um relacionamento
ao vivo, rosto a rosto. Mas nada natural.
Um dia você aprende que as verdadeiras amizades continuam a crescer, mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem tem na vida. Aprende que não temos que mudar de amigos, se compreendermos que os amigos mudam.
Nota: Trecho adaptado do poema de Veronica Shoffstall.
À distância
Há quem por ti de longe vela,
Deseja te ver sempre brilhar,
Oferece-te carinho e zela
Por tua felicidade e bem-estar.
Alguém com palavras pincela
O quanto encanta o teu olhar,
Compõe versificada aquarela,
Almeja admiração demonstrar.
Tanta dedicação assim revela
Ser pouco importante o lugar,
Se uma paixão existe e é bela
Até a distância poderá superar.
Por que nos conhecemos? Por que o acaso o quis? Foi porque através da distância, sem dúvida, como dois rios que correm a unir-se, nossas inclinações particulares nos impeliram um para o outro.
Virtual realidade
Me pego pensando muitas vezes,
Somos reflexos de um passado esquecido,
Penso em "Lost", já estamos mortos,
E o que vemos é a lembrança do que havíamos sido.
Como estrelas distantes já mortas,
Que para nós perpetuará seu brilho,
Relembro de "Caverna do Dragão",
E na verdade somos o sonho de quem esta dormindo.
É a teoria da conspiração,
O verde da mar e o azul do céu,
E o espirro no distante Japão,
É o terremoto avassalador na América do Sul.
Como no revolucionário Matrix,
Oque você vê não é o que realmente é,
É como a primeira visão de um cego,
Então você diz, apaguem a luz,
Pois essa visão não quero ter.
Assim caminha a humanidade,
Em um lampejo de sobriedade,
E mesmo careta na real realidade,
Seremos loucos por natureza,
E não fake da atualidade.
Descanso,
Meu corpo pede terra que me abrace,
Relembro dos objetivos que havia traçado,
E se mesmo partindo seja dolorido,
Mesmo que eu fique o amor será desperdiçado.
Eu não existo sem você
Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você
Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você
A DOR QUE DÓI MAIS
Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.
Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.
Já pensaram como seria se a quantidade de amor que as pessoas dizer ter em redes sociais,
fossem colocadas em pratica no mundo real?
...Quando estamos perto nos distanciamos,
Quando estamos longe virtualmente nos amamos...
As três linguagens do amor concreto: a linguagem da cabeça, a linguagem do coração e a linguagem das mãos. Tem que haver harmonia entre as três, de tal maneira que você pense o que sente e o que faz, sinta o que pensa e o que faz e faça o que sente e o que pensa. Isto é o concreto. Ficar somente no virtual é como viver numa cabeça sem corpo.
Hoje percebia como você faz falta.
Sinto falta de lembranças que nunca tivemos.
Sinto falta do seu beijo que nunca roubei.
Sinto falta dos seus abraços que nunca tive.
Sinto falta só seu cheiro em meu corpo, onde nunca tocou.
Sinto falta de seu sorriso ao olhar para mim.
Mas estas tantas faltas, não me faz te desejar menos.
Estas faltas nunca fizeram sermos menos presentes e amigos.
Este é o preço do amor virtual.
Cartas
Eu sinto saudade
Da carta escrita,
Tão leve e bonita
Na simplicidade
Da intimidade
De quem escrevia…
Hoje, todavia,
É brega, passado,
Foi posta de lado
Nesta era fria…
As coisas pequenas
Perderam valor.
Moldaram o amor,
Puseram antenas
E formas obscenas
Nas coisas mais belas…
Ficaram nas telas,
O calor, a vida
A mão não sentida
Nas frases singelas…
Ah, modernidade…
Engoliste cartas,
Fizeste lagartas
Que sem qualidade
E sem humildade
Se julgam normais
(por serem iguais)
Vivendo de abraços,
Sorrisos e laços
Que são virtuais…
A imensidão visita a dor de um amor distante, porém nem mesmo os corpos apartados separam dois corações unidos!