Amor, Tristeza e Desilusão
Talvez eu seja egoísta, talvez eu seja mesmo. Mas me mostre alguém que nunca foi e eu aceito a sua imposição.
À cada curva da vida possuímos medo, medo não sei do que, do desconhecido talvez. E isso é o mais impressionante, temos pavor de coisas que não existem e nunca aconteceram. Duvidamos da nossa sanidade e nos encolhemos num cantinho esperando que tudo fique bem. Um bem que não faria mal, um mal que não faria bem. Um pôr do Sol que você perdeu, um abraço que se foi, aquele eu te amo que tanto esperou. Mas é assim, nessas curvas da vida, cada um encontra seu meio de se perder e ser perdido.
Nenhuma montanha é tão alta que não possa ser escalada e nenhum de nós é sábio o suficiente que nada tenha a aprender.
Se você acha que não é bom o suficiente para alguém, está enganado. As pessoas nunca são aquilo que se dizem ser, falam por medo de serem rejeitadas, demonstram qualidades que nem elas possuem para impressionar pessoas que não são você.
Estar com a pessoa que nunca briga, que nunca sente ciúmes, que concorda com tudo é estranho, pode até existir, mas duvido muito que alguém seja perfeito à nível de ser idêntico em pensamentos e ambições. Continuo acreditando naquela velha história onde dois corpos não ocupam o mesmo espaço no mesmo momento. Existe uma diferença entre amar e gostar, concordar e respeitar, ser o que você deve ser ou aquilo que mais esperam de suas atitudes.
Tenho a leve sensação de que às vezes, sou um peso para o mundo. Um peso que ajuda a equilibrar toda essa insanidade distribuída do pólo norte até o polo sul.
Não fique cobrando das pessoas para que elas correspondam a seus atos, até porque, elas próprias já são chatas.
Quem muito sabe se espanta. É preciso conhecer pouco e perguntar por desentendido. Ninguém suporta um sabe tudo, além do mais, saber de muito torna-se entediante às vezes, um grande nada. E ninguém quer ser um nada.
Mundo estranho, os inteligentes se calam e os tolos falam. E o fato de estar escrevendo agora faz de mim um possível idiota, mas nunca se esqueça que é sempre bom falar algumas idiotices com tom de ironia e verdade.
Afinal de contas, ninguém é normal. E aqui eu estou, tentando, cruzando meus dedos para parecer um sujeito feliz, enquanto você ai, pensando que eu sou normal.
Um dia você entenderá, que um jardim não é mais florido porque as pessoas se cansaram de cuidar dele.
Cuidado, não se iluda com sonhos. Alguns até parecem palpáveis, mas na verdade, são palavras da boca para fora que significam coisa alguma. Mais vale correr atrás de algo que se ama do que mentir sobre uma coleção de cartazes, diplomas, livros ou medalhas que nunca existiram.
Olhei para o teto, estagnei a esperança, meus desejos, fiz vários nadas. Pensei no medo, no remorso, na perda, em pessoas que achei significar a minha vida e momentos inesquecíveis que nunca existiram. Mas assim é, plantamos sementes, colhemos frutos de ilusões às vezes. Escolhemos parcerias, as certas, as erradas, daquelas que dão dó de tantos erros que embolam e enrolam por ai. Fui enrolado, por uma vida, por cauda de serpentes, abastado pelas minhas críticas, críticas que também pareciam inocentes. Críticas que outros faziam de mim, rumores da minha imaginação, ingratidão, dor, sarcasmo. Acreditar que sabia de tudo, em como amar, amar os outros, à si mesmo, à ninguém. E no fim, tudo que me ensinavam era aplicado com uma boa dose de má vontade. O teto me encarava, me consolava, parecia dizer para eu acordar. Mas ainda assim, não o ouvia, deixava ele no silêncio e por esta razão, perdi pessoas, perdi sonhos, embora acabei percebendo o que era certo ou errado. Ficar calado é bom, é uma virtude da alma, mas não faça isso, não sempre. Negligenciar palavras com pessoas é péssimo, perdê-las é fácil. Palavras ferem, e palavras não ditas ferem muito mais.
Viver é como equilibrar-se numa agulha, na ponta, esperando que o vento seja humilde e suas escolhas não pesem muito.