Amor Gótico
Perdido
Estou perdido nas lembranças dos bons momentos;
Nas sombras dos diferentes hábitos que aflige me.
Voo a procura do aconchego, sossego e paciência;
Como um grande pássaro nas graças dos ventos.
Carente dolente e só no esplendor da aurora;
Perdido Voo na calma das asas da saudade.
Ó cruz áspera do martírio, das amargas nostalgias;
Já não sei mais o que neste meu jardim chora.
Pela saudade que aflige e cega minha alma?
As tramas vivas dos teus espinhos, que enfeitavam
Com teus,os doces beijos a minha ossada?
Ou os loucos desejos, que fez meu corpo ser devorado?
Que dor. ó cruz que atrás de mim encravada encontra se
Hoje meu cadáver de braços abertos sobre ti deito;
Estremece a brisa, as pálpebras cessam se para sempre;
Por fim adormecem meus castanhos olhos na escuridão.
Já não sei mais quem sou eu ou o quem já fui;
Debruço minha alma sobre o jardim dos moribundos;
Enquanto seu amor sob a mansidão da delicadeza;
Cortinada vejo sobre um coração paladino repousar.
É nossa luz, não nossas sombras que nos assustam. Você precisa cavar fundo, muito fundo para descobrir o que realmente lhe faz feliz.
Separo notas distendidas
Nas sombras há algo que não posso moldar
São cigarros que nem trago comigo
Dispersos em mundos medíocres
Alto falantes submersos em épicos solares
Gritam um jeito de me camuflar
Não posso conter a ida e parto
Ao sol ao mar ao sul
Do precioso caminho inundado, ainda existe
Agora há corvos a titubear o céu
Restos de uma gangorra travada
Nem ondas se formam mais
Neste mar de amar
Navegar é perfeita emoção
E é feliz quem diz
Que foi eterno o que pouco durou...
Há um brilho dourado
majestoso sob a mira de um eterno deus
há cânticos
sobre as sombras de um lago
brotam mares e luares
há auto amor nas suas mãos
mas sinceras despedidas
libertarão correntes
que bailarão e seguirão sempre
os céus sabem
o agora e o que fazer?
se és a luz
que meus olhos vigiam
seguem
longe da plena escuridão
depois da tarde
enquanto a noite não chegar
viver ou morrer
é ter a sorte de sempre ...
"" Entre sombras que pairavam em águas quânticas
sandices adulteradas
capachos habituais
num credo de simples horror
surras faciais
manchas no amor
que agora são da paz...""
'DISJUNÇÃO'
Carrego teus olhos nos meus,
Perdidos em sombras disfarçadas.
Participo das tuas noites perdidas,
Ludibriada em paixões lufadas...
Abraço-te não mais como a flor que imaginei,
A essência do perfume não mais existe.
Sonhos de outrora encarcerou-se,
Gracejos ficaram tristes...
'Direções' serão outras,
Não há culpados quando a dor é ausente.
Andar-nos-emos outros destinos,
Discorrendo-nos do presente...
Envolto nas pedras que seremos,
Nas almas acorrentadas em fragrâncias.
Seremos como velhos artigos:
'O aMoR oCuLtO eM lEmBrAnÇaS.'
“Eu estava saindo das sombras que me prendiam em algum lugar, era como se estivesse saindo de uma caverna para ver o sol que brilhava lá fora, estava conhecendo verdades que sempre existiram, mas que tinha medo de olhar por causa da claridade que doía como o sol que arde para quem sai do escuro. Esse era eu.”
Sorria sempre, pois o seu sorriso tem o poder de modificar situações adversas e clarear as sombras que tentam se aproximar.
Nem sempre terei o sol nos meus caminhos
e nem tanto quero só sombras pra viver
Busco abrigo que protege, que não esconde
Pois vivo da luz, que guia o meu proceder
Se para sempre jamais é o que tem de ser
Vejo em tuas sinuosas palavras o tecer
Como pedras de amolar o destino pra crer
Que a tua clara ideia também irá escurecer
Almany Sol
Vem-me, às vezes, um sonho fugitivo e estranho ao pensamento perturbado; Sonho sem medo as sombras do passado, e o futuro me torna pensativo. Por que me faço ao riso alheio esquivo? De onde me vem este ar desalentado? Este fundo pesar inexplicado, esta grande tristeza sem motivo? Não sei... A mágoa obscura que me invade talvez seja somente uma saudade que o mundo vil não pode compreender... Saudade de outra gente e de outra vida, que inda vibra e palpita, dolorida, na imperfeição do meu ser
POR DO SOL
O por do sol brilha neste quarto escuro
Reflete nos meus olhos sombras de tristezas
Tentando iluminar meu tempo na escuridão
E me salvar da queda que me deixou cego
Embora não consigo achar a mim mesmo
Fecho a porta rangente com trovão
Fecho meus olhos esqueço que sou homem
Enquanto o por do sol se vai desaparecendo
No ato que a deusa Themis bate seu malhete
Meu destino é sentenciando a viver na solidão
Sob as lagrimas que brotam de uma rachadura
Gotejado como chuvisco em um jardim vazio
Choro lagrima de saudade da pessoa certa
Choro pelas cicatrizes que nunca se curam
Dos acenos de um adeus embora nunca tenhas ido
Enquanto você vive na vereda da minha vida
Choro cachoeira de lagrimas que ao seu tempo cai
Correm selvagemente pelas escadas da minha vida
Colidindo-se no que se chama de tristeza
Parecem que tem nuvens nos meus olhos
"E ela andava triste, melancólica, se escondendo pelos cantos da casa, pelas sombras, mas hoje, isso mudou. Ela estava sorrindo.
Sabe quanto tempo não vejo ela tão feliz?
Hoje eu cheguei, cansada e estressada, ela estava na cozinha, de pijama listrado e com os cabelos amarrados de uma forma estranha. Estranhamente linda, como se os prendesse as pressas, sem muito jeito, mas os prendeu. Eu dei boa noite por entre os dentes e ela se virou para mim, confesso que foram os cinco segundos mais longos da minha vida. Aqueles enormes olhos claros me fitaram com tanta ternura e amor, que foi impossível ficar indiferente. A felicidade reside ali, chegou nela e fez sua morada, lá é a sua casa e desconfio que a felicidade nasceu com ela, quase irmãs siamesas.
Ela não disse nada, mas nem foi preciso. Seus olhos e sorriso farto me disseram tudo. Ela é assim, quando triste, não dá para disfarçar, mas quando está feliz é um farol brilhante que guia os barcos cansados para um seguro cais.
Durante o jantar ela falou das risadas altas na lanchonete, de como o tempo passa devagar quando está ao seu lado, quase em câmera lenta. Ela é boa nisso... É como se nos transportasse para aquele cenário, deu até para sentir os aromas que pairavam no ambiente, seu perfume dançava no ar. Ela contou rindo de como gosta de se ver refletida nos seus olhos profundos. Disse que isso é puro suicídio, pois não consegue voltar quando mergulha em você.
Ela fica ainda mais menina quando te vê, fica meio dengosa, fala fininho e baixinho. Confesso que a um tempo atrás sentiria um nojo de ver tal cena, mas agora já estou ficando viciada nisso.
Gosto dos seus trejeitos, dos gestos exagerados, como revira os olhos com impaciência a espera do amor que já é correspondido.
Gosto da forma que ela anda, como se dançasse sem tocar os pés no chão. Como ela faz suas tarefas sem esforço pois esta feliz. Ahhh, quem dera eu um dia encontrar um amor assim!
E ela ri. Ri deliciosamente e eu sorvo cada gota de sua felicidade como se fosse algo tão vital quanto o ar dos meus pulmões. E a sua alegria é contagiante, pega igual gripe e me enche de uma febre que nunca desejo ser curada.
Eu a quero assim para sempre, vestida de felicidade, com esse sorriso enorme nos lábios, esse brilho resplandecente nos olhos e seu coraçãozinho que ama, ama, ama, afinal, para o grande baile da vida, não há veste que lhe caia tão bem."
Quem sou eu além daquele que fui um dia?
Perdido entre florestas e sombras de ilusão
Guiado por pequenos passos invisíveis
Jogado aos chutes pelo engano, engano que eu mesmo criei na minha mente?
Salvo pelas mãos delicadas de Deus
Reerguido, mais forte, redimido,
Me salvei!!!
Pelo o que acredito luto, por nós ainda luto...
E no amor? Ah novamente? só dúvidas, eu não sei se é, o que acho que é
Não quero me machucar, não sou qualquer um, não mais que ninguém
Quem sou eu neste imenso planeta?, conto com a minha caneta
Não sou puro, não sou um sábio, mas de espírito em paz
Justo, mesmo que por um instante seja tentado
Graças aos céus sou muito forte, mesmo sem muitos músculos...
Mas será que vivemos outra realidade?
Mas será que estou enganado? Será?
Dois Desenhos
Guardo dentro de mim um reflexo pequeno e outro grande. Duas sombras. Dois desenhos.
Quando amor eu sou gigante!
Se desilusão, nossa, sou tão insignificante... Minúscula escalo as pedras e, em meio ao percurso sinuoso, falo de tantas coisas: do olhar que vejo além daqui, do horizonte que se estende ali, de um tal de desamor, do brusco desencontro, da face frustrante que oferece a realidade naquele instante. Mas gosto mesmo é de vencer os obstáculos e sou maior quando alcanço a planície.
Aí reencontro o amor, faço as pazes com meus sonhos, retomo a coragem e serena vou admirar. Admirar o céu de tarde: o brilho das cores pinceladas que despertam quando o sol se prepara para dormir. Admirar o céu de noite: pontilhado de estrelas ou claro de lua cheia. De manhã: acordo em expectativa. Admiro o céu luminoso do dia, cobrindo meus passos na terra fresca e macia da estrada. A estrada que me fala de caminhos. Linda em pensamento, guarda além das margens, lembranças e acontecimentos. E o melhor, nela está não só o que já foi, mas o que ainda pode ser.
Nasceu ali...
Nas sombras da árvore da vida um casal acompanha o fim do por do sol,
a paixão é muito radical, muito explosiva, ela chega implorando por intensidade, implorando por profundidade,
anoiteceu, a partir dali nasceu unidade, nasceu um grande amor.
O melhor da Humanidade…
No abismo das sombras, quando o caos se faz presente,
Surge a centelha humana, de brilho resplandecente.
O mundo se desfaz em turbilhões de incerteza,
Mas o coração desperto revela sua fortaleza.
No grito da tormenta, onde tudo parece ruir,
A mão que se estende faz a esperança ressurgir.
Em meio ao desespero, a bondade é a corrente,
Que une almas perdidas num gesto eloquente.
A compaixão floresce em terrenos de desolação,
E o instinto de ajudar é a mais pura redenção.
Na face do perigo, a coragem se manifesta,
E o melhor da humanidade, enfim, se manifesta.
Pois é no calor dos momentos extremos e decisivos,
Que os atos de amor se tornam os mais vivos.
E assim, na adversidade, encontramos a verdade,
De que a essência humana é, na ajuda, a eternidade.
Ele caminhava pelas sombras do que um dia fora o brilho de seu próprio coração, crendo que a entrega completa lhe havia cobrado um preço alto demais. Sentia-se despido de armaduras, como se cada pedaço seu já não lhe pertencesse. Talvez acreditasse que, ao entregar o coração, também entregara sua última chance de ser amado, como se, ao esvaziar-se, perdesse o direito de se preencher novamente.
Em noites de silêncio, perguntava-se se o amor realmente existia para ele, ou se não passava de um sonho distante, tão frágil que a própria entrega o tornava inalcançável. Mas foi nesses momentos de solidão que começou a enxergar o amor com uma nova perspectiva: amor é entrega, sim, mas não é posse, nem fim. É sopro, é fluxo — vai e volta, renasce e surpreende.
Entendeu, enfim, que amar é também ser amado, mesmo quando o coração parece partido. Cada pedaço entregue era também uma semente plantada em solo fértil, esperando o momento de florescer outra vez. O amor, ele aprendeu, não se limita a um destino, mas se faz caminho, um convite contínuo para acreditar, para sentir e, sobretudo, para se permitir ser amado de novo.
Ele sorriu, com um novo olhar para si mesmo, para o vazio e para o desconhecido. Afinal, amar, ele descobriu, é a arte de sempre reencontrar o próprio coração nas mãos de quem, inesperadamente, escolhe cuidar dele.
ENTREGA
Aos antigos deuses que espreitam das sombras do mundo ofereço uma prece embebida em lágrimas
O veio de beligerante graça que me nutriu se desfaz em vontades viscerais e ávidas
Vejo empaliceder ao longe, na curva sublime do horizonte esquecido, tudo que busquei no decorrer das eras, consagrado pela abóboda celeste
O peso do inframundo já não repousa em meus ombros, sigo ao desfiladeiro da mortandade e removo minha veste
O brilho do fruto proibido reluzia ao alcance da minha mão
Era furor em beleza íngreme, êxtase em ofegos efêmeros, o ápice da união
O sumo adocidado escorria pelos meus lábios e a vida nunca fora tão absoluta
Perdi o prumo, o rumo, o chão e encontrei lascas de infinidade em segundos suarentos com um toque de cicuta
Que Ártemis zele pelos desafortunados que rejeitam o pesado cálice derramando gozo
Que Héstia ofereça lar aos perdidos e desarranjados que só encontram lábios secos e gargantas ásperas em seu mundo umbroso
Sob os olhos atentos de Urano pode verter leite e mel nas terras inóspitas de um mundo cujo brilho incendeia a alma
No seio de Gaia, unânime senhora, o ápice se eclipsa em vida e homens se erguem para tombar em esmagadora calma
As estrelas mostram a óbvia verdade que o coração que eu um dia possuira sentiu
Há uma infinidade de fios na grande tecelagem das Moiras mas quando dois deles se entrelaçam os céus ribombam em júbilo ou Hades gargalha em seu covil
Do abismo da racionalidade humana soprava o vento gélido da incerteza que a meus olhos já não veda
Abri meu peito e acolhi meu desejo enquanto me lançava naquela gloriosa queda.