Amor em Silêncio
OUSADIA (soneto)
Longe do poetar o amor, a alma nua
A solidão escreve! Um silêncio cego
Do claustro, em um vazio e no ofego
Insiste e teima, sofre e tudo continua
Mas o velho coração na dor entrego
Na esperança que o pesar construa
Prática. E não a uma desilusão crua
Largue o querer, em um aconchego
De tal modo, que o viver no suplico
Então chore, grite, e assim agrade
A ilusão. E então valha o sacrifício
Porque a pureza, barda da liberdade
Da arte casta, nunca usa de artifício
Pra amar com leveza e simplicidade
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
11 de janeiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
NÃO CHORE O AMOR
Não chore nunca o amor perdido
No silêncio sombrio da sofreguidão
Deixai ir, à solta, o luto da emoção
Na dor de o afeto vão adormecido
E quando, à noite, o vazio, for valido
Abrolhai, no peito, a doce recordação
Pura, e feliz, das horas em comunhão
De outrora, e na história de ter vivido
Lembrai-vos dos enganosos, dos idos
Das sensações com haveres divididos
E das maquinas que te fez quiçá doer
E, ao considerar, então, a tua perca
Vereis, talvez, como é frágil a cerca
Da divisão. E que é possível esquecer!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/03/2020, 10’41” - Cerrado goiano
PELO CAMINHO
Eu queria ver no silêncio do escuro
O amor puro, o mais que você quer
Que te agrada, em tudo que quiser
Este o prazimento que eu procuro
Te querer, quero! no olhar seguro
De doce paixão. Poesia a lhe dizer
Ser, estar, para enamorado te ter
Assim, que penso em nós, te juro!
Às vezes eu deixo de pensar em ti
E por aí o pensamento vai sozinho
Pensando se ainda está por aqui...
Neste segundo, você é só carinho
Só satisfação, uma sensação rubi
E, então, levo você pelo caminho!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04, agosto, 2021, 15’47” – Araguari, MG
O abraço é poderosa troca de energia. Gesto de amor, ternura, aconchego e força. No seu silêncio ele nos acalma. No seu calor nos aquece.
Em silêncio revisitei os poemas
como forma de resposta poética
ao amor que encerrou as portas.
Ser amada é claro que importa.
Se crê naquilo que não vê,
não sou eu que vou mais
lembrar do que ficou atrás.
Deus sabe o quê faz.
Eu bem queria desacreditar,
já não te conheço mais;
muita falta você faz.
Inclusive, em datas solenes.
Um amor perene não se compra,
não se vende e não se prova;
amor que é amor é para sempre.
Amor que é amor encontra jeito.
Não sou mulher que se esqueça,
sou flecha que se honra no seio,
cumplicidade e amor bem feito.
O meu coração ainda chora.
Em oração escrevi as prosas
ao amor que importa muito
como se planta mil rosas.
O amor não escolhe outras vias.
Em recolhimento supero
a sua falta de diálogo,
eu assim decreto.
És o meu porquê, e eu a tua razão.
Uma tristeza de amor não cura
pelas mãos de outro amor
apenas se condena a secura.
O meu coração vibra, é feito de fibra.
Ontem, escrevi até um poema
no afã de te fazer país reconquistado,
foi letra semente para o amado.
I
Dear Moon Poetry,
no silêncio do Rodeio 32
foi que eu encontrei
o meu amor tocando
para a Lua canções
do romance profundo.
II
Dear Moon Poetry,
no campos do Rodeio 12
e na velha fábrica,
voltei no tempo
que nós dois víamos
a Lua quando nós
dois éramos crianças.
III
Dear Moon Poetry,
no meio da mata
do Kaspereit
distraída do mundo
olhando a Lua,
descobri que o teu
amor é profundo.
Quando cessa o diálogo dos corações, o amor em silêncio se retira, buscando novamente onde possaser ouvido!
Através dos olhos da alma, pude ver além das fronteiras do coração, onde em silêncio o amor adormecido, aguarda que o vulcão da paixão o desperte!
SEPARADOS PELO SILÊNCIO...
Ela estava distante
E eu não quis incomodar
Viramos e dormimos sem um boa noite dar
No escuro do quarto, tentei me aproximar
E ela se esquivou sem deixar eu encostar
Não sabia como prosseguir e nem o que falar
Então apenas chorei baixinho para não lhe acordar
No dia seguinte eu percebi
A cama estava fria mesmo com ela ali
Apenas me levantei e sai
Seria injusto ficar aonde já não existia amor para mim.
E no silêncio da noite
O único barulho que escuto
É o barulho do meu choro
Talvez seja falta de amor
Talvez a falta de um namoro
Ah como eu gostaria de viver
Em um mundo composto por essência
Onde o importante seria o amor e não a aparência
Em um mundo que não tivesse tanto ego
E que um dia eu pudesse falar que o amor é cego
Acabei me apaixonando por uma mulher, uma mulher muito distante de mim
Era pro amor me deixar alegre
E não me matar assim
Me matar de tristeza e me matar de solidão
Mas o errado fui eu por ter caído no laço da louca paixão
Se eu pudesse eu voltaria no tempo e pensaria mais em mim
E apagaria o momento em que eu me apaixonei por ti
Nossos momentos foram só de amizade
Não pude ser seu amor, só restou a vontade
A vontade de te fazer feliz e me senti realizado
Mas infelizmente nada dura para sempre e um dia se torna passado.