Amor em Silêncio
São já tantas manhãs
Num profundo silêncio
Sem flores, sol, café
Que vou morrendo de amores
Pulando muros de corações vazios.
O MEU SILÊNCIO
O meu silêncio grita de dor
Seca ferozmente a minha voz
Nada ficou deste poema já seco
Agora vivo afogada de lágrimas
Pois tu deixaste tanto em mim
E as palavras já não têm sentido
Nas letras que tiveram vida em mim
É um desassossego, é tecer no escuro
Nos desabafos entre as páginas soltas
De um velho livro, num poema para ti
No desejo forte de me encontrar
Nos teus braços, perto do teu coração.
DENTRO DO MEU
Dentro do meu silêncio
Há gritos, dores
Há mil árvores por plantar
Flores por colher
Mil sonhos para viver
Viagens por fazer
Há um anjo adormecido
Há mil páginas por escrever
Poemas, versos, sonetos
Há mil afectos embrulhados
De tanta felicidade
Há um coração, se ele explodisse
Coloriria o céu
Dentro do meu silêncio
Que eu amo tanto.
NO SILÊNCIO
No silêncio da noite
Sinto-te chegar
Sinto o calor do teu corpo
Sussurras ao meu ouvido
Amo-te, desejo-te esta noite
O teu cheiro invade o meu ser
Entrego-me às tuas carícias
Não consigo resistir-te
É mais forte que eu
Perco-me nos teus braços
É tão forte o amor que nos une
Tu és irresistível
És sedutor, um apaixonado
Mesmo casados há tantos anos
Somos, seremos sempre
Eternos namorados.
O silêncio mora em mim
Dentro do meu peito ╭✿ ♥
Mas tu moras no meu coração
Num profundo beijo
De mãos dadas coladas em mim.
ENCONTRA-ME
Encontra-me no silêncio
Na lareira que perfumam
Os telhados em fumo
Encontra-me no vento
Que bailam os pinheiros
No eco que sou
Dos pássaros fugazes da noite
Encontra-me nos olhos do outono
Entre as folhas da espera
Que perfumam os meus segredos
Nos braços de cores zumbindo de morte
Que enfeitam nos seios da lua
Floresta que encontra o corpo húmido
De fetos, musgo verde em sombra
Encontra-me pela geada que afaga os anjos
Sim, encontra-me em casa no teu sorriso.
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Loucos…
Como tão poucos
Se desejar
Sem falar
Num silêncio
Cheiro de cio
Doidos…
Ambos os lados
Lobos famintos
Não são mitos
De alma tomada
Seguem a vida
Se entregam
Ambos cegam
Embriagados
Descontrolados
Longe da realidade
Que nada tem de verdade
… ganha o amor
Quando ambos não tem pudor
Se entregam
E se amam
Em devaneios
Seus termos e meios
Eles são animais
No momento nada mais
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Tc_20022024/28
A suavidade da tua voz chega a ser mais bonita do que o silêncio, sabia disso? Adoro a maneira harmoniosa como expressa teus pensamentos.
_________Sinto Que Te Amo_
(Minha Mulher)
❤
SONETO ATORMENTADO
Fere o silêncio da áspera madrugada
no cerrado, um árido vento plangente
que golpeia minha alma ali presente
com saudade em mácula mal curada
Busco iludir-me que o zunido em toada
nada mais seja que ilusão descontente
daquela que põe angústias na gente
para deixar solitário e a ventura calada
E o vento insiste, persiste e não desiste
cortando a paz da noite com ruído triste
avivando a dor em suspiro redundante
Se soubesse quanta nostalgia desgarra
o vento teria dó e não seria tão fanfarra
e muito menos nesta solidão tão falante
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Cerrado goiano
CORTEJO
De que vale evitar a morte, indesejada
Se para o silêncio do chão é o fado
Pois, o que parte, no óbito é calçado
E com solidão a personagem é levada
Com que cortejo desfilar no cerrado
Se o culto deveria estar na jornada
No forrar o cascalho da árida estrada
E não suspiros ao morto derramado
Que importância terá a vida finalizada
Se o elo no amor, então, não foi selado
E tão pouco, a vida, daquele, foi amada
Pra nada adianta ter tarde vazio agrado
Se de volta ao pó, a alma é consagrada
Deixe as rosas de lado, e avance calado
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Cerrado goiano
Solidão não faz parte de estar sozinho consigo mesmo... E sim, o silêncio do mundo nos nossos ouvidos.
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Desaparecimento
Não deixe o silêncio te vencer
Velhice do fim deve ser ingente
Exista, concorde no mais viver
Creia, noite tem amanhecer
Respire com o olhar vivente
Tenha manhã para anoitecer
Pois, saudade, o justo é sofrer
Então, se oponha ao sol poente
Suspire, alente sem se render
Pai, o teu decesso, faz fender
O coração, é choro "sofrente"
Duma lágrima que quer ceder
Não saia do alcance... Tente!
Lute, tente pra luz não morrer!
De sua benção ficarei ausente...
Luciano Spagnol
Junho de 2014, 02'44"
Cerrado goiano
Parodiando Dylan Thomas
NOTURNO (soneto)
O silêncio sobrou-me como alento
E o vento ressoa a última vindima
De ilusão... Desagregada da estima
No tempo noturno bem mais lento
O sino da matriz soa em pantomima
Chamando a esperança do relento
Para que se funda ao sentimento
E derrame em fé e não só lágrima
O sono evoca vinho como fomento
A solidão adentra na noite a cima
O relógio no pensamento, tormento
Me busco, e não encontro a rima
Me olho, o passado vira lamento
E o aninar na vigia não aproxima
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Último dia do mês