Amor e Memória
Foi então que me ocorreu
das memórias nunca ocorridas.
Me ocorreu, que a saudade para no tempo
e a pressa fica a somente estar...
A pressa, que me acompanhou até onde estava a calma.
Quiçá fosse nos teus braços e abraços
ou no amargo do espaço em branco.
Devaneio ideias, pensamentos que nunca tive.
Até que nasce um grande ilusão
de tamanha esperança ou o fim dela mesma.
Então não era amor?
É ai que brota dor e alívio, dor de pensar, alívio em perdoar-se.
Imaginar que todas as coisas que não puderam ser
não foram por singelo
cínico
tímido
e seco amor.
E não foram pelo que? Pelo descaso que trato meus sentimentos agora?
Pela dúvida que incrementa e rodeia.
Porque nessa ilusão de ir e vir.
Um dia, cá eu, pensei que...
isso tudo
não era
amor.
"" Seria interessante se nossa memória pudesse voltar e apagar lembranças que não fazem bem e nem levam a lugar algum...
ECLIPSE (soneto)
Sei de uma saudade, tapera escura
Onde meu coração anda penitente
Memória de uma dor, que perdura
No peito, cheio de suspiro pendente
Ó paixão, só me quer na sepultura
Da solidão, amarrado em corrente
Da agonia, me privando da ternura
De ter-te... me tiranizando a mente
Por que? Bates a porta do querer
Quer me ver sofrer e em prantos
E de sentimento rude e sem valor
Arranca de mim este vazio a prover
Versos toscos e tão sem encantos...
Tal qual a quem... desluziu o amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19 de março de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Ainda sorrio ouvindo seu sorriso, mas é uma pena que na verdade ele só esteja numa memória. Uma memória que provavelmente nunca vou esquecer, pois é nela que eu ainda deposito e fortaleço minhas forças, mesmo que a realidade seja outra. Sou boba eu sei, talvez iludida seria a palavra certa, mas eu não escolhi, pelo contrário, você não me deu chance alguma de escolher, e sim de viver, arriscar tudo por um motivo. E foi bom, eu diria que pela primeira vez consegui sentir algo que nunca imaginaria que pudesse existir. Apesar dos pesares, é você ainda que ocupa todos os espaços da minha mente, corpo e principalmente do coração.
Êxtase
A ausência da memória é infinita
Quando o ser se glorifica
Em pleno êxtase de nirvana
Eu e você nos tornamos um só prana
Um instante, minuto, segundo, milésimo
Viajamos pra bem fundo
Onde se esconde o silêncio do universo
O vértice da alma, sem temores se esbalda
Corre em constante harmonia
Cuspindo a invisível e acumulada agonia
Renovando, energizando
Trazendo no frescor do amor sem amarras
Alegria que contagia e dispensa palavras.
ALVORADA
O tempo e tudo que fazemos com ele
as palavras e os sorrisos disfarçados,
as memorias as que retenho e as saudades dos que amo.
Os sonhos arquivados nas prateleiras,
o pó entre as memorias das coisas simples,
e de novo os sonhos que ninguém sonha como eu sonho
porque me debato antes de qualquer alvorada.
De novo eu e só entre o fim e o principio de tudo
que eu mesmo escolhi e aqui moro no lugar
por nome Fim do Mundo.
E que Mundo é este?
Saberás tu me responder a cerca das coisas simples,
fala me e e me responde e eu te direi tantas coisas,
as coisas que moram entre a razão e o coração.
O meu coração que bate tão pouco,
porque pouco ou nada tem...
e a razão que perco porque tão mal a entendo.
Saberás tu o dia que escurecera todas as manhas,
o dia que que alvorada deixar de existir?
O tempo o meu e o dos outros
que me acompanham lado a lado.
Você me esqueceu ou perdeu a memória?
Passou tão rápido em minha vida,
E eu que acreditava que era amor.
Memorias de um sonho perdido
Entendo que é impossível esquecer,
ainda ouço sua voz ao anoitecer
Penso em tudo que vivemos juntos
Lembro das palavras não ditas
Memorias de um sonho perdido
Esquecido em tempo que não volta atrás.
Nosso começo passou meio sem querer
Partiram nossas histórias
Restaram lembranças trazidas pelo vento.
Tudo tem um motivo no fim
Em teu olhar eu me vi recomeçar
Perdido eu lembro do que vivermos
Busco um motivo pra tentar seguir
Tristezas foram embora me deixando aqui
Sozinho em meu quarto morro por dentro.
Lembro daquele beijo esquecido
Bem lá no fundo eu quero que volte
Mesmo com a dor de lembrar de mim.
As vezes me pego, sonhando
esperando o telefone tocar, vejo o tempo passar
não acreditando que tudo acabou.
Me pego sozinho trancado no quarto
e quando fecho os olhos, te sinto tão perto
Sei que o que vivemos não acabou.
ROTINA
Tão suave o sabor, aquele de fruta vermelha
Na memoria das minhas manhãs de cada dia
Despertando os nossos corpos em poesia
Nos beijos, que n’alma acendem a centelha
E envoltos na tênue luz que o quarto invade
Ao teu olhar, o de malícia, revelo o meu jeito
Eu e você...Na maestria dos toques perfeitos
N’um amar, e amar, na loucura da felicidade
Pois são só teus todos os meus momentos
Do doce desejo que perdura além do tempo
Força do sentimento que ilumina meu ser.
O nosso castelo não é quimera, é bem querer
E dia-a dia, no conforto do teu peito proclamo
Você é minha loucura mais sã...Eu te amo!
Eu sinto saudade de cada momento, de cada palavra, de cada gesto contigo. Cada memória tua que fazia-me lembrar, me segurou em teus braços tão firmemente com um olhar daqueles de amor à primeira vista, aquele olhar de que não poderia colocar algo mais maravilhoso no mundo. E foram-se meses de colo, meses de noites perdidas, meses de alegrias e a cada ano que passava você dizia "mas passou tão rápido que nem a aproveitei". E passavam-se anos, 2 anos, 5 anos, mas parecia que cada momento trazia a você a melhor sensação do mundo. Meu primeiro dia na escola, minha primeira palavra, meu primeiro sorriso e até mesmo a minha primeira fraturação. O tempo só passava e eu crescia e não percebia que ter você era tudo que eu precisava pra ser feliz. Chegando na fase dos problemas e tudo isso estava longe, você num canto e eu no outro. Mas sabe, hoje em dia eu só quero lembrar das coisas boas. Cada passeio, cada carinho, cada dia em que eu estava doente e você me tratava como princesa, não me deixou faltar nada nunca, nunca passei fome, nunca necessitei de ajuda, nunca repeti de ano, nunca me decepcionei com alguém pois você me ensinou "confie somente em mim". Nunca desrespeitei o próximo, porque você me ensinou o valor que o amor tem, o valor de que o amor acaba com a guerra. Você me ensinou a amar.
Então nesses anos tudo mudou e a distância só me prejudicou. Mas passamos mais 1 mês unidas em uma casa temporariamente, mas foi o suficiente para eu me sentir bem. Ano novo veio com muitas novas emoções, então eu descobri que deveria perder o medo do que eu mais tinha para mostrar que o amor supera tudo, não se cabe nesse texto o contexto da história, eu não vou expor isso, mas foi uma batalha para mim e mesmo assim eu não consegui. Mas eu sei que quando olhava pra mim, tudo mudava, tudo que importava era nós. Mas então o melhor veio, eu não precisei mais perder esse medo para demonstrar o quanto eras importante pra mim. E sim, aqui estava você, tão perto de mim, metros de distância, talvez um quilômetro, mas nada que minhas pernas não podiam alcançar. Eu juro a você que a cada dia e a cada momento que eu entrava por aquela porta e via aquele seu sorriso em me ver, ah, eu me sentia a pessoa mais feliz do mundo. Então eu pude ter seus carinhos novamente só que quem cuidava de alguém dessa vez era eu, só que você sempre teimosa, não aceitou isso.
Eu queria saber exatamente se a culpa foi minha, ou o porquê de você ter desistido de tudo. No começo eu não aceitei, pois eu pensei que tinha desistido de mim, desistido de ver o que sua princesa se tornaria um dia. "Bióloga? Cantora? Engenheira? Você tem muitos sonhos e precisa fazer a sua escolha, quero ver você formada com um sorriso no rosto e virar pra sua rainha e dizer 'eu consegui'."
Infelizmente não será possível ver isso de pertinho, não é? Mas não foi porque desistiu de mim, hoje em dia eu entendo isso.
O que realmente aconteceu? O que a vida fez com você? O que era preciso fazer para tudo voltar ao normal?
Essa é a vida, retira de nós nosso porto seguro para nos testar, para ver até onde nós conseguimos ir. Mas você pensa que eu desisti? Não, eu estou aqui. Por mim? Não, por aquilo que você sempre sonhou que eu seria um dia e SEREI, Uma mulher independente centrada em seus sonhos, o que traria orgulho a você.
Eu nunca vou desistir de trazer a tua felicidade mesmo que eu não possa a ver, eu sei que você sentirá orgulho de mim por onde quer que esteja, e que na verdade sua moradia sempre será dois terços do meu coração, tomando a maior parte do meu peito com toda essa paixão e amor e razão da minha vida. É apenas saudades, mas o tipo de saudade que aperta e não nos deixa relaxar, não nos abandona jamais, porque acima de tudo, a saudade me faz jus a tua presença aqui. É essa saudade. Eu sinto saudade. E sim, eu sinto saudade de você mãe, eterna rainha.
Sem memória
Dedico a alma do ontem sem memória do acaso Estou junto com a saudade Longe do perfume que exala meu coração Quero poder estar com o toque suave da canção da poesia Meu coração anseia por ti a espera do momento em memória Trago comigo o gosto da manhã Sinto o cheiro suave de hortelã
* * *
Vem a aurora Vem a saudade Vem a dor aguda na mente sem consciência Não vou pensar Não vou sofrer, abro os braços em direção a vida Sento e espero a resposta, vejo o sangue correr sem pressa e sinto minha alma Levitar em meditação ao cosmo. Com vibração ao infinito anseio a espera da luz
mesmo que você perca a memória e não se lembre mais de mim, estarei lá, tentando te fazer apaixonar por mim mais uma vez...
ESCREVO
Escrevo é o que sou
Histórias perdidas
Esquecidas na memória
Gravadas no coração
Inventadas com sabedoria
Do meu saber observar
Ficções que são encantos
Memórias que não aconteceram
Sonhos que morreram e não viveram
Escrever é uma forma
De agradecer, perdoar, esquecer
O que só o destino teve culpa
As palavras são a minha respiração
Elas dã-me vida e eu dou-lhes o meu coração
A minha alma nas memórias guardadas ou não.
Bati a cabeça na quina
E no sangue que escorreu
Sequei.
Perdi memória e cafeína
E o pedaço que caiu
Deixei.
Cansaço de todas as quedas
Venceu o meu mar de cruz.
Desde lá, o meu peito carrega
Receio no que conduz.
De preto e branco – e transparente
Sobrou nem sei o quê.
Só um tom indiferente que nem deu
Pra conhecer…
E aí
Veio sua cor no meio da minha fraqueza
Lembrando que construir muro
Nunca é fortaleza.
Derrubando o meu eu de mentira
Só pra (eu) me encontrar.
E aí
Veio pra me colorir
No meio da pobreza
Lembrando que eu estava tendo
Mais gasto e despesa
Sendo de uma planeta morto
Só por controlar.
Agora
Traz o seu universo e faz de mim
Um coliseu
Deixa eu conhecer a cor
Que não nos pertenceu…
E fazer dela mais bonita
Pra nossa chegar.
Qual é o tom amarelo
Que te escureceu?
Deixa eu conhecer a dor
Que não reconheceu
Que o ouro estava escondido
Onde a gente dançar.
E aí
Eu me encontro por ser sua
E você por ser meu.
Aí cê vira mais de si
E eu cresço no que nos doeu
Lembrando
Por que eu voltei a mim
Pra te somar.
Tira esse casaco, a camisa
Chega e me aflora
Que só quem sente frio é quem
Pode escolher
Como fazer conforto e juiz.
Abre a tampa do buraco
E não nos deixa fora
Que só quem cai no fundo
É quem pode enterrar morto
E fazer raiz.
E eu colo as nossas bochechas
No meio dos invernos
Enquanto acham, eles
Que o (só)l é perspicaz.
Qual a cor das suas queixas
E do que lhe é eterno?
Eu quero lápis nos pedaços
Do que nos ré, faz.
Se os mais fortes
São os que sentem muito
Como eu diria há um tempo atrás…
Que cor é que o seu planeta
Pode ser e traz?
Tô te pedindo um passaporte
E ele não é gratuito
Qual o preço do planeta
Onde o pouco
Não é muito?
Vem
Ser o troco
Do que a vida nos deve
Vamos como em um filme
Com coragem de olhar.
Vem ser tudo de uma vez
Que é o suficiente
Pega essa lanterna
Para (só) assim,
Nos assombrar.
E aqui
Bato a cabeça na quina
Espero que limpe o sangue
E que compartilhe o seu.
Vou abraçar sua cicatriz
Se formos tipo gangue
Dentro de um museu.
Que eu quero você completo
E sem nada para esconder
Qual é a cor do seu planeta
Onde o meu pode caber?
Quero que tudo de antes
Seja pra explicar a força
Do que vem agora
E que essa não seja
Mais uma pandora.
Eu vou abrir a caixa
Porque, aí, me achei
Se ser leve é levar
Pra que descartar
O que nem poderei?
Porque já nos bordei
No que lembrei de mim
E no que eles perdem
Por demorar no sim.
Será
Que a vida veio nos pagar?
Será
Que a poupança nos
Poupará?
Será
Que a pergunta pode
Não
Nos machucar?
Será que podemos ser
Com ponto
No será?
Eu sei
Que mesmo se não ficar
Deverei dever um tanto
Por cê ter feito
O me encontrar.
E eu só espero
Que tenhamos a inteligência
De nunca mais tanto voltar
Ao que seria nossa ausência
E fraqueza por não chorar.
Então,
Qual a cor, me diz
Pra desvendar seu planeta
E não morar de aluguel?
Eu quero te colorir
Passeando em um cometa
Onde bater a cabeça
Não seja algo cruel.
Cê promete me sarar
E nunca fazer buracos
De balas
Para depois dar band-aid?
Quero sentar na sua mala
Fazer dela a nossa sala
E nos fazer viver
De sede.
Hiato
Fiz a ti um verso,
Uma lembrança,
Fiz a ti uma memória,
De tantas outras, fiz a ti.
Revés o mundo tem,
O seu explicável,
Seu firmamento trancado,
Abraça-me.
Anamnese eu,
Diferente de tantas outras,
Intensa,
Cobra-me.
Tu,
Uma centelha de estímulo,
Calmo,
Espero.
Uma escada ao ar livre,
A conversa, a curva do sorriso,
Um toque, o beijo... O beijo!
O tchau.
Por você
Eu troco a lembrança
De quem sou
Pra que lembre quem és
Serei apagada da sua memória
Para que tenhas memórias suas
Por você
Deixarei de existir
Para que possa novamente sorrir
Minha memória ruim me ajuda as vezes. Graças a isso consigo te tirar da cabeça por umas 2 horas por dia.
Eu vou ficar velho um dia e minha memória vai definhar junto com o meu corpo.
Quando eu tiver 82 anos e morar só no asilo de idosos vou sentir medo por está te esquesendo, o velho vai correr na casa de cópias com a única foto que você enviou para ele(aquela triste sem sorriso) mas os atendentes vão avisá-lo que aquela foto já está muito velha, "não tem como se tirar uma cópia dessa velharia de papel vovô".
Então mais dia menos dia ele vai chorar pela última vez olhando sua foto manchada de tempo, dessa vez ele não vai tomar cuidado para que as lágrimas não caiam na foto, ele vai se permitir chorar como se chora em um velório.
Quando a debilitada memória o deixar o trair, ele em fim vai ter paz correto? Aí é que todos se enganam. O verdadeiro amor não está na cabeça, ele se encontra no peito. durante décadas aquele amor enraizou como um Jequitibá milenar enraíza, a tristeza do amor não correspondido deixou as raízes afiadas como facas, e quando a memória falhar e deixar o probre velho na mão, elas vão entrar em ação.
O coitado vai chorar o choro mais doido, vai ficar dias sem comer, vai ficar noites e mais noites em claro, e o pior, o pobre idoso nem vai saber o porque de tanta dor, o porque de seus olhos despejarem tantas lágrimas sem aviso, a qualquer hora do dia ou da noite.
O coitado vai aprender sem saber que o verdadeiro amor não fica nas lembranças, e sim no peito, quando não é correspondido ele machuca,ele dilacera, e que o verdadeiro amor nunca envelhece.
Com 82 anos eu não vou lembrar, mas ainda vou te amar.