Amor é Fantasia
"" Por ficar alheio à passagem do tempo
o oceano é casa de não voltar
marte ou morro, tanto faz
matar ou morrer jamais
a cela fica vazia no pensamento
mas na verdade lá estou
preso a uma condenação (sem provas)
como aquele que falta um dedo na mão
o meu epitáfio será o mundo, pela liberdade que escolhi não viver
leia-se onde puder
no vento passeia o poeta
mas preso porque ama uma mulher...
O difícil e perigoso caminho de amar em plenitude, sem cobranças e em liberdade quando nunca se fala a verdade sem justificadas fantasias, nem quando se pensa baixinho para nos mesmo.
"TEMPUS PERDIDI" - O TEMPO PERDIDO
Levei a arquitetar, no meu passado,
Uma torre de sonhos e quimeras,
E lá dentro, na torre, como feras.
Prendi os meus desejos com cuidado.
Numa aureola de amor, inebriado,
Meu coração, perdeu-se, nessas eras,
Em Loiras fantasias, primaveras
Cheias de flor, num sonho embalsamado.
Um dia despertei; olhando o mundo,
Perdi a fantasia; diante de meus olhos
Havia um longo abismo negro e fundo.
E o meu olhar chorava! hoje sorri:
É que num roseiral transformo abrolhos;
Pasmado só - do tempo que perdi!
Coimbra, Portugal - 1907
Por isso as viagens são interessantes,
nunca precisamos repetir o mesmo lugar
mas o fazemos pelo prazer e felicidade de estarmos lá...
"" Na calmaria, segue adiante
brisa leve, cantando pássaros
desafios, curvas ingênuas
turbilhão para refazer a harmonia
calmaria, turbilhão
calmaria
resta o sal como presente
depois de tanta doçura
turbilhão, calmaria
até a chegada do luar...
"" Aí o obvio apareceu
era a asa tomando forma
crisálida mirando horizontes,
ser
o tempo de espera, enfim chegara ao fim
como um filme repleto de emoções
a porta se abre indicando a oportunidade
é preciso desfazer a trama
o ruido é voraz
no peito inerte que jazia
o tempo de espera, não aguarda mais
leva embora os sonhos
e deixa a realidade tomar forma
ao voo...
Saudades dos tempos em que os rios iam bater aos mares e os oceanos às mais longínquas terras. Saudades dos tempos em que éramos só duas pessoas sem sonhos ou regras. E por isso, sentada peço, que os astros se encontrem, que a lua e o sol partilhem sempre o mesmo céu, cansada rogo, que as orações sejam sentidas, que os dedos não se entrelacem de novo. E, lá longe, sinto que me amam de coração no chão, sinto que o silêncio quebra barreiras para me ter por perto. E bem longe, onde os navios não conseguem passar, onde a água não pertence ao mar, de lá longe, vêm guerreiros para me acordar. Saudades! E o vento bate sem pudor, e as flores morrem de desamor, bem longe, por passos que não me pertencem, colinas que se estendem e no fim um sorriso. Rogo, deitada nos escombros de um sonho lúcido, que o sonambulismo prevaleça.
E que assim, se o destino o quiser, eu permaneça nos teus braços.
►Nárnia
Vamos nos ver de novo, Aninha
Vamos para Nárnia
Para o nosso reino
Aproveitar a noite estrelada
Voando por entre as nuvens, sem medo
Eu sinto falta de suas bochechas rosadas
Sinto falta do seu beijo.
Aninha, vamos subir aquela colina
Vamos, tenho uma surpresa,
Quando chegarmos lá em cima
Traga junto a sua incerteza
Pois gritarei para o mundo o quanto te acho linda
Pois te nomearei minha alteza
Para minha juventude e por toda a vida.
Vamos nos perder em meio aos nossos sonhos
Sem duvidarmos, vamos apenas sonhar
Pois, enquanto não acordarmos,
O que sonharmos será real, pode acreditar
Prometo que nada irá te machucar
Irei me controlar para não morder seus lábios
E, por alguns segundos, deste mundo poderemos escapar.
Aninha, vamos para a lua
Você sempre a cobiçou
Mas não se esqueça de levar uma blusa
E o meu amor.
Eu te prometo a felicidade
Te prometo reciprocidade e lealdade
Meu coração lhe deseja de mais
Em Nárnia nosso mundo será um palácio de fábulas reais
Nossos beijos serão mágicos
As fadas irão nos cerca, e voaremos em campos fantásticos
Nossos sonhos serão realizados
A liberdade estará protegia em nossos braços
Eu te prometo tudo isso em nosso recanto encantado.
Tantas serenatas eu já te fiz
E hoje finalmente você sorriu para mim
Valeu a pena, a caneta ficou até cega
Mas agora sinto como se fôssemos almas gêmeas
Tudo que mais quero é levá-la aquela terra,
E torná-la a rainha, soberana dela
Serei seu, seu rei, e você será meu tudo
Juntos eu sei que jamais estaremos em apuros.
Aninha, vamos para Nárnia,
Uma passagem só de ida
Aninha, me dê sua mão, sorria
O dia será radiante
A noite nos dará o ar do romance
As flores, os vaga-lumes, o amanhecer do Sol
E lá da colina estaremos nos remexendo embaixo do lençol
Aqui eu escrevo mais uma vez sobre nós
Vamos, Aninha, sem ti ficarei só.
É quando, a mulher ver outro céu
O céu daquele homem
Se apaixona pelo céu que ele mostrou
As cores diferentes
Uma nova música que sai de dentro do peito
É um novo cheiro
É o cheiro que ela deseja respirar
A vizinha...
Descendo a escada, olhar fixo em nada físico, mutável... E... uma visão de um futuro sem limites e intransponível e imutável...
Tão frágil... Mas,... Tão segura de si e do porvir.
Vejo! Me vês! Ou talvez não em partes...
Não estas ali por completa.
Sabes e tens plena certeza que é só uma fase.
Agora já nem olhas para aquilo que tão útil, se faz inútil...
Outro mundo; outras pessoas; novos sonhos... E... Novos amores!
Mas...
Ainda tem algo que nunca morrerá!
Está aí... e vejo.
Vejo você... antes e depois.
Apenas ser.
E... Todo possível.
A Esperança Jamais Abandona...
E se de repente a gente olhasse
Pela janela, à espera, à espreita
De ver chegar, suave e precipitado
O homem que o amor expressa?
Um cavaleiro, príncipe guerreiro
Culto, astuto, com ares de herói
Vestindo armadura e grande elmo
Cessando-me o sonho que mais me dói?
E se de repente, a esperança
Se tornasse quase palpável
Vista e ouvida, sem enganos
Naquela vinda, fim do aguardo cruel?
E se de repente a gente visse
Bem ao longe, a silhueta do esperado
Decorada, perenemente sonhada
A cavalgar, garbosamente compassado?
E no encontro chegado
Quais palavras seriam ditas?
Ou quiçá, silente e necessárias
Sobrestadas na pressa das carícias
Dói, viver a vida sem ter ao lado
Um companheiro, confidente
Um amigo leal, sorridente
Que torne nossa alma mais quente