Amor Dostoiévski
Eu não posso calar-me quando meu coração grita(...) sonho todos os dias que, em alguma ocasião, em algum lugar, hei de encontrar e hei de conhecer alguém...Aí, se soubesse quantas vezes me apaixonei, só em imaginação!
(...)concretamente, apenas por um ideal que aparece nos meus sonhos. Eu, em sonhos, imagino novelas completas.
(in Noites Brancas)
Como explicar que o homem, um animal tão predominantemente construtivo, seja tão apaixonadamente propenso à destruição? Talvez porque seja uma criatura volúvel, de reputação duvidosa. Ou talvez porque seu único propósito na vida seja perseguir um objetivo, algo que, afinal, ao ser atingido, não mais é vida, mas o princípio da morte".
A literatura é, por assim dizer, uma pintura e um espelho; um espelho das paixões e de todos os nossos sentimentos; é, ao mesmo tempo, instrução e lição edificante; é crítica e um importante documento humano.
Os erros e as dúvidas da inteligência desaparecem mais depressa, sem deixar rastro, que os erros do coração; desaparecem não tanto em consequência de discussões e polêmicas como graças à lógica iniludível dos acontecimentos da vida viva, que às vezes trazem consigo o verdadeiro escape e mostram o caminho adequado, senão logo, na primeira altura, num prazo relativamente breve, em certas ocasiões, sem haver necessidade de se esperar pela geração seguinte. Com os erros do coração o mesmo não sucede. O erro do coração é de maior monta; significa que o espírito, frequentemente, o espírito de toda a nação, está doente, sofre de qualquer contágio e não poucas vezes essa enfermidade, esse contato, implicam tal grau de cegueira, que toda a nação se torna incurável... por mais tentativas que se façam para a salvar.