Amor de Sangue
O sangue escorria, naquele líquido vermelho a dor se ia, era necessidade, diferente do desejo e insanidade, a dor parava, descansava. Os olhos fechavam, ali escurecia, sentia-se bem, era o lugar onde se encontrava, sentia o coração ficar calmo aos poucos, história escrita com sangue, se tornando melhor. Pedaços vazios. Mutilação. Restaram os pedaços que se tornaram cicatrizes, aquelas que mais tarde ao passar a mão, se orgulhou por ter aguentado fortemente sozinho, sem precisar da ajuda de quem o julgava e acabava com suas esperanças de viver a história que escrevia.
O sangue escorre sobre meu lábios
Meus sonhos já foram destruídos
mas, sem razão, há um pouco de esperança em mim.
São três da madrugada
e enquanto a lâmina desliza sobre minha pele
minha mente se mutila com uma questão
Por que não pode ser eterno?
Os ponteiros do relógio parece que nem se movem.
Enquanto eu choro
Tudo parece tão distante e impossível
Igual ao seu amor.
Sob sua pele fria ainda corre seu gélido sangue, e em sua boca um sorriso, quase tão imperceptível quanto a poeira no espaço.
Em seus olhos o brilho fosco de uma longínqua estrela, mas em seu coração o amor de um universo inteiro.
O sangue que corre em minhas veias e pulsa até esse meu coração vermelho carmesim é mesmo uma corrente de um amor intenso. Benditas sejam as almas que mesmo perante todas as adversidades humanas são capazes de expor e demonstrar seus sentimentos e emoções.
A FORÇA DE UMA GOTA .......
Tudo começou no ano de 1973, precisamente no dia 05 de maio, um sábado de outono, naquela época as estações eram bem definidas, sabíamos exatamente em qual delas estávamos, verão fazia calor, inverno fazia frio, primavera florida com temperatura amena e as folhas caiam das arvores por causa do vento do outono...
Naquele sábado como em todas as tardes, eu uma garota de quase dez anos de idade, saia no alpendre da minha casa com a minha bicicleta vermelha Caloi, isto mesmo naquela época a maioria das casas não tinha garagem, então o espaço coberto entre a casa e a calçada chamava-se alpendre, com muro baixo e portão pequeno.
Aquele sábado foi diferente de todos os outros dias, alguém ,ou melhor, um garoto havia invadido meu espaço para andar de bicicleta, isto mesmo invadiu porque aquela calçada com um pequeno trajeto de uns 15 metros até a árvore era minha por direito, afinal eu morava ali desde os 3 anos de idade, como ele ousava andar com sua bicicleta azul no meu espaço sem me pedir permissão..., fiquei com cara de boba, frustrada, entrei com a minha bicicleta pra dentro de casa porque alguém que eu nem sabia o nome tinha roubado a minha rotina de todas as tardes..., fazer o que, o jeito foi brincar de boneca.
No domingo novamente, o mesmo invasor estava lá pedalando, se deliciando usando aquilo que era meu, a calçada!!
Durante aquele final de semana ouvi minha mãe comentar com meu pai que tínhamos novos vizinhos, conclusão o invasor era meu vizinho!!
A surpresa maior foi na 2ª.feira já de manhã, precisamente as 7hs, 4ª.série do primário, primeiro ano de um projeto pedagógico onde as 4ª.séries teriam 03 professores para que assim fossemos preparados para o ano seguinte (5ª.série) onde teríamos cerca de 07 professores. Formávamos duas filas no pátio, uma de meninas e outra de meninos, uma ao lado da outra, eu como uma das mais altas ficava no final da fila, e quando olho para o lado quem eu vejo na fila dos meninos da minha classe, ele o invasor de calçada, que me deu um sorriso meio encabulado (hoje sei que ele sempre está sorrindo..) e eu mais encabulada ainda, mesmo morrendo de vergonha e sentindo corar o meu rosto retribui. Toca o sinal no final da aula, hora da saída da escola, como éramos vizinhos o caminho que era curtíssimo até as nossas casas seria o mesmo, bastava atravessar a praça e já estávamos em nossos lares. Não me lembro direito de como ocorreu, só sei que daquele dia em diante e durante os próximos 16 meses nos tornamos inseparáveis, nos estudos, nas brincadeiras, dividindo até a calçada...., éramos cúmplices, amigos, enamorados, apaixonados e qualquer outra palavra que possa descrever um encontro de almas, estávamos juntos todos os dias das 7horas da manhã até a hora de dormir. Brincávamos de tudo, brincadeiras de meninos e meninas, havia um consenso silencioso e nato entre nós... tínhamos nossas filhas que eram duas galinhas a Pipa e a Dita quando brincávamos de casinha, inclusive a Pipa foi dada a ele por mim... e o mais interessante que tínhamos a conivência de nossos pais que gostavam de nos ver sempre juntos, eu até comecei a comer feijão que eu detestava e não fazia parte do meu cardápio por causa dele, o invasor.
Hoje mesmo forçando minha memória que não é das piores, não consigo me lembrar a data correta destes 16 meses que literalmente nos misturamos, nos tornando um só. Lembro-me apenas que assistimos a um filme, à tarde na TV e que o casal de garotos da história fazia um pacto de sangue, furando o dedo e colocando um dedo sobre o outro para que o sangue se misturasse. Comentamos o fato no dia seguinte com o meu irmão, ah o maluco do meu irmão que não pensou duas vezes e nos perguntou se queríamos fazer o pacto igual ao do filme, acho que nem tivemos tempo de responder e lá estava meu irmão com uma faca de cozinha com a ponta bem fininha furando o meu dedo e o dedo do “invasor” que naquela altura já era o meu melhor amigo, namorado e tudo que descreva querer estar junto com alguém todo o tempo, dizendo as palavras “eu os uno em pacto de sangue”!
Passaram-se 39 anos deste fato e tenho plena certeza de que aquela pequena gota de sangue entrou em nossas veias, percorrendo nossas artérias e vasos, indo direto aos nossos corações, oxigenando nossos cérebros e todo o nosso corpo como se fosse um “veneno” do bem..., uma pequena gota que se misturou com todo o sangue de nossos corpos e que passou a fazer parte do nosso organismo como um todo.
A força dela fez com que apesar de tanto tempo longe um do outro, sem noticias, vivendo de hipóteses e apesar de todas as condições e situações que vivemos durante esses anos sem nos ver, se apagassem, pois sempre fizemos parte um do outro, nunca esquecendo do que vivemos lá em 1973 e tendo a certeza e a esperança lá no fundo do coração que um dia a vida nos resgataria e faria que nos reencontrássemos para continuar a nossa história juntos até o final dos tempos, pois apesar de SER APENAS UMA GOTA DELE QUE ENTROU EM MIM E UMA GOTA DE MIM QUE ENTROU NELE, EXISTE MUITO, MAS MUITO MESMO DELE EM MIM E MUITO DE MIM NELE.
- Sonhava com o Amor dos contos de fadas. Ser um príncipe para minha princesa, onde o amor pode tudo, vence tudo. O amor que salvamos um ao outro e o mundo vendo aquela ligação de paixão sem fim.
- Era só um sonho!
- É incrível como eu mato o amor tão rápido quanto começo a amar.
- Basta andar de mão dada e o amor surpreende o interior.
- Basta poucas palavras e estou envenenado.
- Você não tem medo de Morrer?
- Claro que tenho, mas tenho mais medo de passar a eternidade em um mundo sem amor.
Pro Seu Amor
Pro seu amor, eu tenho tudo
Desde o meu sangue até a essência do meu ser
E pro seu amor, que é meu tesouro
Deixo minha vida inteira aos seus pés
E tenho também um coração
Que está cheio de amor pra dar
Que não tem limites
Um coração que bate por você
Devo dizer que quando estamos longe, seu corpo volta para mim em meus sonhos. Posso sentir sua pele contra a minha, e sinto cada osso do meu corpo doer.
Nunca senti isso por ninguém. É como ter uma corda em volta do meu peito e ela ficasse me puxando para você.
Eu atravessei um oceano. Eu invadi um castelo para olhar você nos olhos e dizer que te amo, sabendo que não diria de volta.
O sangue nos impõe a irmandade, mas é o amor que os define. Entre o sangue e o amor, fico com o amor. Há amigos que sabem amar como ninguém. Feliz dia do irmão, amigos!
Nós amamos tanto nosso povo, que eles [os brancos] acham que odiamos aqueles que estão infligindo injustiça contra ele.
(Malcolm X)
Meu altruísmo é como minha carne, meu sangue, meus músculos. Meu amor próprio é como meus ossos. As situações são como chuvas carregadas de ácidos.
Por amizade ou por amor, suporto dilacerações, corrosões. Mas tudo tem um limite, e quando a chuva chega aos meus ossos, não há nada que eu possa fazer senão me esconder da chuva, esperar que ela passe e sair por aí. Um esqueleto clamando pela própria recomposição, jurando nunca mais se deixar cometer o mesmo erro - até a próxima chuva.
Queria um mundo sem sangue
para que as pessoas não morressem quando o perdessem.
Para que ele não corresse mais rápido quando eu o visse.
Um mundo sem sangue para que não me criticassem quando eu amasse aquele que possui o mesmo em suas veias.