Amor de Primos
Distante o meu amor, se me afigura
O amor como um patético tormento
Pensar nele é morrer de desventura
Não pensar é matar meu pensamento.
Seu mais doce desejo se amargura
Todo o instante perdido é um sofrimento
Cada beijo lembrado uma tortura
Um ciúme do próprio ciumento.
E vivemos partindo, ela de mim
E eu dela, enquanto breves vão-se os anos
Para a grande partida que há no fim
De toda a vida e todo o amor humanos:
Mas tranqüila ela sabe, e eu sei tranqüilo
Que se um fica o outro parte a redimi-lo.
Quanto a mim o amor passou...
Eu só lhe peço que não faça... Como gente vulgar...
E não me volte à cara quando passa por si...
Nem tenha de mim uma recordação em que entre o rancor...
Fiquemos um perante o outro...
Como dois conhecidos desde a infância...
Que se amaram por quando meninos...
Embora na vida adulta sigam outras afeições...
Conservam nos caminhos da alma...
A memória de seu amor antigo...
E inútil...
Amor verdadeiro você percebe no olhar, no sorriso, no jeito de falar, no jeito de abraçar e até no jeito de brigar.
Eu protegi o teu nome por amor
Em um codinome, Beija-flor
Não responda nunca, meu amor
Pra qualquer um na rua, Beija-flor
Minha fórmula para a grandeza no homem é Amor Fati: não querer nada de diferente, nem para frente, nem para trás, por toda a eternidade. Não apenas suportar aquilo que é necessário, muito menos dissimulá-lo - todo o idealismo é falsidade diante daquilo que é necessário -, mas sim amá-lo...
O amor de um pelo outro é como uma extensa sombra que se beija, sem qualquer esperança de realidade.
Mas não há paixão sofrida em dor e amor a que não se siga uma aleluia.
Quero um amor sossegado. Alguém para me abraçar, assistir um filme, jogar baralho, viajar, conversar, contar o dia, fazer cafuné, dar apoio, confortar. Quero troca, carinho, respeito, cumplicidade. O amor é uma amizade sem inveja. É um sonho com realidade. É uma realidade sem photoshop. O amor é um abraço apertado, um olhar que se encontra, um silêncio que não incomoda, um barulho de onda, um gosto bom. Não tem serenata, mas tem bilhetinho dentro da bolsa. E rotina, cansaço, discussão, divergências de opinião. Mas, acima de tudo, tem paciência. E vontade.
O Amor
O Amor é semelhante ao homem que semeia um arado.
Após ter munido o solo de todos os cuidados, ele lança sua semente e espera que ali cresça uma vegetação vistosa que lhe ofereça bons frutos.
Quando isto ocorre, aquele semeador é feliz e redobra seus cuidados com o solo e lança mais e mais sementes neste, pois sua dedicação é correspondida.
Mas se de outro modo no solo não cresce boa vegetação e por isso o semeador não obtém bons frutos, este pode até tentar corrigir o que porventura ele tenha feito de errado, dando até uma atenção ainda mais especial ao solo.
E se ainda assim o solo não se fertiliza e seus cuidados com ele não geram uma boa colheita, o semeador entristece, abandona o solo e sai a procura de outras terras onde possa semear na esperança de dias melhores...
A gente precisa é de um olhar fresco, que não envelhece, apesar de tudo o que já viu. É de um amor que não enruga, apesar das memórias todas na pele da alma. A gente precisa é deixar de ser sobrevivente para, finalmente, viver.
Se o escultor despreza a argila, terá de modelar o vento. Se o teu amor despreza os sinais do amor a pretexto de atingir a essência, o teu amor não passa de palavreado