Amo Crianças e Coisas de Criança
Além da nobre arte de fazer, existe a nobre arte de não fazer coisas. A sabedoria consiste em eliminar o que não é essencial.
Hoje vou viver pra esperança, pra coisas bonitas e sorrisos largos. Mesmo que tudo dê pra trás. Hoje vou andar de mãos dadas com meu anjo da guarda...
Inventor é um homem que olha para o mundo em torno de si e não fica satisfeito com as coisas como elas são. Ele quer melhorar tudo o que vê e aperfeiçoar o mundo. É perseguido por uma idéia, possuído pelo espírito da invenção e não descansa enquanto não materializa seus projetos.
É necessário certo grau de cegueira para poder enxergar determinadas coisas.
Perdão pela falta de jeito. Mas, às vezes, perco o jeito com as coisas. O mundo me parece vazio e eu, decididamente, não gosto de vazios. O tempo nos atropela, a vida nos leva sem cerimônia, o trabalho nos cansa e a gente se pergunta, sem questionar: “Por quê?” E a resposta não chega. O motoboy não chega. O amor da sua vida não chega. A gente não se basta. A felicidade não bate à porta, não existe delivery para a sorte. E passamos a vida tentando, querendo, sonhando, esperando, num gerúndio sem fim, sem charme e sem nenhuma certeza no final. Ah, pára tudo! Se é pra viver, vamos viver direito. Com conteúdo. Troque o verbo, mude a frase, inverta a culpa. O sujeito da oração é você. A história é sua, mãos a obra! Melhore aquele capítulo, jogue fora o que não cabe mais, embole a tristeza, o medo, aceite seus erros, reescreva-se. Republique-se. Reinvente-se. E transforme-se na melhor edição feita de você. Então ame, apaixone-se, erre, erre quantas vezes forem necessárias... Sorria, brinque. Chore, beije, morra de amor, sinta, sonhe, cante, grite, viva... O fim nem sempre é o final, a vida nem sempre é real, a roda nem sempre é gigante, o passado nem sempre passou, o presente nem sempre ficou, o hoje nem sempre é agora. O tempo... o tempo não pára!
Me recordei rapidamente de todas as pessoas e coisas que perdi por ainda não estar preparada para elas, ou por ainda ter muita curiosidade de mundo e dificuldade em ser permanente.
Nota: Trecho da crônica "Tiraram a plaquinha de aluga-se".
De repente as coisas não precisam mais fazer sentido. Satisfaço-me em ser. Tu és? Tenho certeza que sim.
Viva o dia de hoje, não existe amanhã e assim vai. As coisas podem mudar. Aí não tem mais volta, viva cada dia como se fosse o último.
Repara como o poeta humaniza as coisas: dá hesitação às folhas, anseios ao vento. Talvez seja assim que Deus dá alma aos homens.
Te vejo perdendo-se todos os dias entre essas coisas vivas onde não estou. Tenho medo de, dia após dia, cada vez mais não estar no que você vê. E tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância. Serei apenas memória, alívio, enquanto agora sou uma planta carnívora exigindo a cada dia uma gota de sangue para manter-se viva. Você rasga devagar o seu pulso com as unhas para que eu possa beber. Mas um dia será demasiado esforço, excessiva dor, e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância. Uma fruta mordida apodrecendo em silêncio no quarto.
Depende de nós mesmos, de você e de mim, em nossos dois campos de ação, que as coisas sejam ou deixem de ser.