Amizade e o Perdão
Aos que um dia me magoaram e partiram, agradeço. Abriram vagas em minha mente e em meu coração. Aos que um dia eu magoei, peço perdão. Todavia, que as vagas também ocorram na mesma proporção. Afinal, atitudes humanas carecem de equilíbrio.
Quando você transmite uma função que era dever seu para outras pessoas, elas aprendem o que era seu papel aprender.
Todo líder tem a capacidade de tornar pessoas ruins em pessoas boas, e pessoas boas em ruins, para o público no qual tem influência.
Assim como reciclamos as coisas que estão velhas tornando útil, podemos fazer os maus exemplos se tornarem um aprendizado. Podemos reciclar as coisas ruins da vida em utilidades para o nosso crescimento.
É melhor ir para um lugar onde iremos sofrer e crescer, do que ficar em um lugar onde iremos sofrer e morrer.
Nunca ajude ninguém pensando no que ela pode fazer por você depois, afinal de contas, nem todo mundo é capaz de pagar as dívidas a vista, algumas sempre serão parceladas em menores valores.
O maior erro de um liderado é querer ser servido quando tem que servir, é querer ser professor quando tem que ser aluno, é querer receber sem dar, precisamos aprender a ser servo antes de ser Rei se não sabemos nossa posição nunca chegaremos a posição que Deus quer nos colocar!
Nunca mais fico de bem.
Vez ou outra, na minha infância, eu escutava alguém dizer: "vou ficar de mal! Nunca mais fico de bem". Achava isso bem estranho; ficava pensando o que seria esse 'de mal'. Fato é que não entendia aquela fala. Até porque, como geralmente vinha da boca de uma criança, depois de poucos minutos, uma chamava a outra para "voltar a ficar de bem". Lembro que nunca fiquei de mal. Por volta dos 8 anos, tive uma discussão com umas amigas e fui embora pra casa. Não tinham se passado nem 15 minutos quando elas foram me chamar para jogar queimada. Não havia em mim um só resquício de irritação. Nem nelas.
Mas, lá com uns 13 anos, voltando de ônibus da escola, uma de minhas amigas que cresceu e estudou comigo entre os 7 e 9 anos, começou a me instigar, falando que a escola dela era milhões de vezes melhor que a minha. Tivemos uma discussãozinha de adolescente, em que eu fiquei curtindo com ela, levando-a na brincadeira, e, no final, ela ficou bem brava. Foi uma tolice, porque foi a primeira vez que alguém ficou de mal de mim. E o afastamento que veio em seguida foi bem doloroso. Nunca deixei de gostar dela, mas não a procurei para pedir que voltássemos a ficar de bem, nem ela a mim. Só fomos voltar a trocar algumas palavras quando já éramos adultas, casadas, com filhos. Não é lamentável?
Depois disso, aprendi o que era ficar de mal; é deixar o mal crescer dentro da gente; é perder aquela virtude infantil de sentir o valor do outro. É óbvio que o outro não deixou de ser querido; é óbvio que gostaríamos de reatar os laços; mas deixamos o rancor ir crescendo, permitimos que ele vá dando um sabor amargo nas lembranças antes tão doces ou tão bem temperadas. Tantas aventuras, gargalhadas, travessuras que nem nos permitimos mais ventilar na memória... Agora estamos de mal.
Antes fossem só as crianças que ficassem de mal; elas sim, sabem fazer isso do jeito certo! Jovens e adultos perdem a linha, esquecem como se faz. Para a criança, o outro é o que importa, porque nem mesmo consegue distinguir de fato onde é que termina o eu para começar o outro. Esse é o tempo em que se é um com o outro. Não é adorável?
Então começamos a crescer, nos individualizamos. Sabemo-nos separados e assim nos fazemos. Cada um para o seu lado e se há motivos para discussões, e sempre há, agora pode haver também a separação sem volta. De uma grande e linda amizade pode ficar apenas uma dor no peito de quem não teve o amor pueril que chama a crescerem juntos.
Isso acontece porque, em algum ponto, entendemos que o outro se apequena. Não somos mais um com ele, agora somos mais. Quando o olhamos, ou dele lembramos, maior que ele está aquilo que nos irritou, chateou ou indignou; e isso toma uma proporção maior do que o valor do outro. É importante perceber o quanto isso é sério e é fácil entender se exemplificarmos usando uma cédula de valor.
No Brasil, a cédula de maior valor é a de 100 reais. Pois bem, se acharmos uma cédula suja de barro, ou com um pequeno rasgo, ou toda amassada, embolada, ainda assim nos alegraremos pela sorte de tê-la achado. Independentemente do seu estado, ela não perde o seu valor. Com as pessoas deveria acontecer exatamente assim: a pessoa tem o seu valor e não o perde por ter-nos feito algo que nos entristeceu. Jogá-la fora, 'matá-la' em nossa vida, querer nunca tê-la conhecido é, para mim, um dos maiores males que pode existir entre as pessoas. É mesmo algo comparável à morte; tão ou mais doloroso que ela.
Quando vejo amigos se afastando com o tom de até nunca mais, ou um tempo próximo ao nunca, dói em mim. Quanta estupidez! Quanta vida jogada fora! Lembro da parábola do filho pródigo. Sim, porque aquele filho ficou de mal do pai. O pai não; este nunca guardou rancor pelas intempéries do filho. Com certeza, ficou muito triste, muito chateado; mas rancoroso, jamais. E, desde então, sua vida foi esperar o seu retorno, esperar para poder o abraçar novamente. Claro que seguiu a vida fazendo o que devia fazer e amando todos os seus. Mas vivia à espera do filho que nunca deixara de amar.
Penso que eu 'puxei' isso do Pai. Não sei ficar de mal. Nunca soube e espero jamais aprender. Fico sim irada vez ou outra, e me derramo feito lava de vulcão. Mas passada a erupção, mal lembro do que a causou. Tantas feitas, uma questão qualquer que poderia ser resolvida de uma maneira mais amena. Tantas vezes tenho de pedir perdão... Mas ficar de mal, isso não é pra mim. Continuo achando estranho como da primeira vez que alguém falou isso perto de mim. Só que naquela época não doía, até porque nem era sério. Hoje, no mundo adulto, o 'ficar de mal' é uma terrível doença; é um grande mal. É a própria doença do mundo!
São elas (minhas emoções) as responsáveis por me manter em pleno exercício das minha faculdades mentais
Perdoe de coração a traição, pois nem todos evoluíram a ponto de serem totalmente verdadeiros com seus sentimentos.
Hoje eu não vou lamentar, ou usar de palavras para tentar aliviar a minha dor, hoje eu quero pedir perdão, não um perdão da boca para fora, mas um perdão que não tem mágoas ou ressentimentos, eu sei que quando machucamos alguém, ou quebramos a expectativa e principalmente a confiança de uma pessoa, não podemos querer que ela lidar como se nada tivesse acontecido, eu sei disso, como também sei e acredito no poder do perdão sincero, e acredito no processo mental para passarmos por cima disso, mas você tem que querer, eu respeito o seu tempo, e respeito a sua dor, mas não dá para prosseguirmos dessa maneira a vida toda. Eu te quero bem, e estou do seu lado para te apoiar e te ajudar. Eu peço perdão porque houve um arrependimento sincero, e se houvesse a possibilidade de voltar no tempo, eu faria tudo diferente. Já li muitos posts na internet dizendo que não há lógica em sermos curados por quem nos feriu, ou continuar uma amizade depois de um término, como também já ouvi que não ferimos quem amamos, mas somos seres humanos, imperfeitos, cheios de falhas, e também podemos ser assolados por medo, desespero, e inseguranças. Eu não espero que me perdoe da noite para o dia, mas eu espero que queira e esteja disposta. O perdão vai além da nossa mente, ele ultrapassa as barreiras no nosso interior, da nossa alma. Só a gente para julgar a nossa relação, e o que estamos passando, não é como ler posts na internet, ou receber conselhos de outras pessoas, pois a nossa história é única, e não precisa seguir regras ou padrões para dar certo, basta ser do nosso jeitinho, do jeitinho que queremos e que nos faz bem.
A falsidade e traição pode vir de todos os lados. Mas nenhuma dói tanto quanto aquela da pessoa que está ao seu lado há tanto tempo e tão perto. Lado a lado, mas incapaz de perceber quanto sofrimento causaria.