Amigos Mudam
Eu sinto falta de querer fazer amigos em qualquer festa, só pra conhecer gente estranha. Agora as pessoas voltaram a me irritar. Eu voltei a ter que fazer muita força pra sair de casa. Agora, eu fico pelos cantos das festas. Voltei a achar todo mundo feio e bobo e sem nada a dizer. Eu sofro sendo assim, eu sofro porque, quando você acha mais da metade do mundo babaca, você passa muito tempo sozinho.
Quando fizeram a infeliz afirmação
de que a amigos não podem ser namorados
criaram a armadilha
para as pessoas namorarem completos desconhecidos
- que se tornariam até inimigos -
criaram os romances mal-passados.
Tenho poucos amigos, mas não foram comprados.
E quando eles estão juntos, essa história de que são só amigos é totalmente desmentida por qualquer um que vê-los.
Os amigos do Guerreiro da Luz perguntam de onde vem sua energia, e ele diz: "Do inimigo oculto".
Os amigos perguntam "Quem é?".
O Guerreiro responde: "Alguém que não podemos ferir!"
Pode ser um menino que o derrotou numa briga na infância, a namorada que o deixou aos onze anos, o professor que o chamava de burro. O inimigo oculto passa a ser um estímulo. Quando está cansado, o Guerreiro lembra-se que ele ainda não viu sua coragem. Não pensa em vingança, porque o inimigo oculto não faz mais parte da sua história. Pensa apenas em melhorar sua habilidade, para que seus feitos corram o mundo e cheguem aos ouvidos de quem o machucou no passado. A dor de ontem transformou-se na força de hoje.
Juntei todas as minhas forças, e mais algumas que peguei emprestadas de amigos, gurus e santos, e disse adeus à única coisa que realmente me dava alegria nesta vida. Claro que eu adoro meu apê, minha cachorra, meu trabalho, meus amigos, meus livros, viagens, músicas. Tenho uma vida ótima. Mas nenhuma dessas coisas se comparava ao prazer que eu tinha ao ouvir o barulhinho de uma mensagem dele chegando. Ou de quando o porteiro dizia seu nome e o meu coração disparava tanto que eu tinha medo de morrer antes de o elevador abrir a porta. E olhar para ele, com o seu sorriso misturado de pior e melhor pessoa do mundo. E olhar o brilho dos seus olhos sem saber se vinha da alma ou da lente de contato. Enfim: olhar e me sentir errando tanto e acertando muito. Isso tudo fazia valer os últimos dez, quinze ou quarenta dias sem saber se ele estava ou não vivo. Era um jogo estúpido, mas o brindezinho que eu ganhava no final justificava os dias de luta perdida. Mas aí resolvi começar o ano fora dessa palhaçada. Essa não parece a história de uma mulher esperta ou que merece uma história melhor. Quem pode cobrar da vida uma história de verdade se fica alimentando uma coisa desse tipo? Chega (…) A esperança de que ele ligasse ou aparecesse ou ficasse para sempre fazia a vida ser boa não importasse a espera. Mas mais uma vez eu pergunto: essa parece a história de uma mulher esperta e que merece receber da vida uma companhia bacana, madura, profunda e para a vida? Não. Óbvio que não. Por isso, com muito custo, chacoalhei minhas mangas. E só eu sei o quanto doeu ver a melhor coisa do mundo indo embora. Doeu um, dois dias. No terceiro, a melhor coisa do mundo virou a melhorzinha. Que virou a décima melhor. Que não virou nada (…)
Discretamente, enviei sinais de socorro aos amigos. Ninguém ajudou. Me virei sozinho. Isso me endureceu um pouco mais. Não foi só você, não. Foram também pessoas até mais íntimas, (…) me virei sozinho com enormes dificuldades. Não me lamuriei. Mas preciso que as pessoas saibam que isso doeu — exatamente porque algumas destas pessoas (…) importam para mim.
Amigos são amigos, não importa o quanto durou ou quanto durará, porque amigo de verdade fica pra sempre mesmo que apenas nas boas lembranças.
Uma vida sem amigos é uma vida vazia. O mundo é muito maior que a sala e a cozinha do nosso apartamento. A arte proporciona um sem-número de viagens essenciais para o espírito. Amar é disparado a coisa mais importante que existe.
Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria.
Nota: Esse pensamento vem sendo repassado como sendo de diversos autores, entre eles Oscar Wilde ou Marcos Lara Resende. No entanto, trata-se de um trecho de “Crônica para os Amigos”, de Sérgio Antunes de Freitas, publicado em 23 de setembro de 2003.
...MaisEu era feliz antes, quando tinha que contar até 10 para dar tempo de todos meus amigos se esconderem. Hoje, conto até 10 quando quero me acalmar para não quebrar a cara de alguns idiotas que me fazem perder a cabeça.
E este é o perigo que nos confronta, meus amigos, que em uma nação como a nossa, onde damos ênfase na produção em massa, e isto é de importância considerável, onde temos tantas conveniências e luxo e tudo o mais, há o perigo de que nós inconscientemente, nos esqueçamos de Deus.
Não se isole. Faça das pessoas que o rodeiam grandes amigos. Saia do seu casulo. Surpreenda-se. Faça essa brincadeira-repita pausadamente estas palavras em voz audível. Se estiver em grupo, repita-as coletivamente: Eu prometo que, de hoje em diante, não mais dançarei a valsa da vida com as duas pernas engessadas, surpreenderei a mim e aos outros...
“O que está em pauta é a busca, a causa incessante ao que nos é essencial: ter paixões e ter amigos. O grande patrimônio de qualquer ser humano, quer ele perceba isso ou não.”