Amigo o que você falou me magoou
Às vezes você só espera que aquela pessoa
faça por você o mesmo que você faz por ela,
e às vezes isto é esperar demais.
“Eu, você e todos nós estamos a procura de algo que ainda não experimentamos, algo que a gente supõe que exista e que nos fará mais felizes ou menos infelizes"
“E eu quero muito. Muito. Porque você tem a voz mansinha e só fala coisa inteligente. E você é cínico sem ser maldoso. Mas não, não. Estou morrendo de vontade de ser eu, mas ser eu só tem me feito perder e perder. E eu quero ganhar. Só dessa vez. Chega.”
Eu me pergunto se é possível ter um caso amoroso que dure para sempre. Se você está casado há trinta anos e "está fazendo o café-da-manhã para quem você ama" e ele entra, seu coração dá um salto? Quer dizer, se não passa de uma manhã comum...
Gente que abraça forte. Gente que chora com você e entende suas dores. Gente que dá ombro e deixa que as lágrimas molhem a camisa. Gente que ama, que é amado, gente que se entrega. Gente doce, gente forte, gente frágil. Gente gentil e de boa índole. Gente que te faz feliz de longe. Gente que gosta da gente do jeito que a gente é.
Ele olhou-a severo: – Que você não saiba qual o maior homem da atualidade, apesar de conhecer muitos deles, está bem. Mas que você não saiba o que você mesma sente é que me desagrada.
Olhou-o aflita: – Olhe, a coisa de que eu mais gosto no mundo... eu sinto aqui dentro, assim se abrindo... Quase, quase posso dizer o que é mas não posso...
– Tente explicar, disse ele de sobrancelhas franzidas.
– É como uma coisa que vai ser... É como...
– É como?... — inclinou-se ele, exigindo sério.
– É como uma vontade de respirar muito, mas também o medo... Não sei... Não sei, quase dói. É tudo... É tudo.
– Tudo?... – estranhou o professor.
Ela assentiu com a cabeça, emocionada, misteriosa, intensa: tudo...
Feche as portas, não pague as contas nem conte a ninguém. Nada mais importa. Agora você me tem, agora eu tenho você. Nada mais importa. O resto? Ah, o resto são os restos. E não importam.
As pessoas estão enlouquecendo, sendo presas, morrendo de overdose e você fica aí pelos cantos choramingando o seu amor perdido.
Você pergunta: “todos os vernizes descascam?” Eu acho que para quem tiver a coragem de deixá-los descascar, sim. E isso é bom.
Você fala em casar. Algum tempo atrás falei nisso talvez por romantismo, por solidão ou brincadeira, ou mesmo seriamente. Não quero casar. Casamento é uma coisa completamente estúpida.
Olha, eu estou te escrevendo só pra dizer que se você tivesse telefonado hoje eu ia dizer tanta, mas tanta coisa. Talvez mesmo conseguisse dizer tudo aquilo que escondo desde o começo, um pouco por timidez, por vergonha, por falta de oportunidade, mas principalmente porque todos me dizem que sou demais precipitado, que coloco em palavras todo o meu processo mental (processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engraçado) e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir. Eu não achei que ia conseguir dizer, quero dizer, dizer tudo aquilo que escondo desde a primeira vez que vi você, não me lembro quando, não me lembro onde. Hoje havia calma, entende? Eu acho que as coisas que ficam fora da gente, essas coisas como o tempo e o lugar, essas coisas influem muito no que a gente vai dizer, entende? Pois por fora, hoje, havia chuva e um pouco de frio: essa chuva e esse frio parecem que empurram a gente mais pra dentro da gente mesmo, então as pessoas ficam mais lentas, mais verdadeiras, mais bonitas. Hoje eu estava assim: mais lento, mais verdadeiro, mais bonito até. Hoje eu diria qualquer coisa se você telefonasse. Por dentro também eu estava preparado para dizer, um pouco porque eu não agüento mais ficar esperando toda hora você telefonar ou aparecer...
Olhe, não fique assim, não vai passar. Eu sei que dói. É horrível. Eu sei que parece que você não vai aguentar, mas aguenta. Sei que parece que vai explodir, mas não explode. Sei que dá vontade de abrir um zíper nas costas e sair do corpo porque dentro da gente, nesse momento, não é um bom lugar para se estar. Dor é assim mesmo, arde, depois passa. [..] A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói, ai, eu sei como dói. Mas passa. Está vendo a felicidade ali na frente? Não, você não está vendo, porque tem uma montanha de dor na frente. Continue andando. Você vai subir, vai sentir frio lá em cima, cansaço. Vai querer desistir, mas não vai desistir, porque você é forte e porque depois do topo a montanha começa a diminuir e o único jeito de deixá-la pra trás é continuar andando. Você vai ser feliz.
No fim desses dias encontrar você que me sorri, que me abre os braços, que me abençoa, e passa a mão na minha cara marcada, no que resta de cabelos na minha cabeça confusa, que me olha no olho.
Você rasga devagar o seu pulso com as unhas para que eu possa beber. Mas um dia será demasiado esforço, excessiva dor, e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância. Uma fruta mordida apodrecendo em silêncio no quarto.
Eu estava me sentindo muito triste. Você pode dizer que isso tem sido frequente demais, ou até um pouco (ou muito) chato. Mas, que se há de fazer, se eu estava mesmo muito triste?