Amigo Mala
Peba na Pimenta
Seu Malaquia preparou
Cinco peba na pimenta
Só do povo de Campinas
Seu Malaquia convidou mais de quarenta
Entre todos os convidados
Pra comer peba foi também Maria Benta
Benta foi logo dizendo
Se ardê, num quero não
Seu Malaquia então lhe disse
Pode comê sem susto
Pimentão não arde não
Benta começou a comê
A pimenta era da braba
Danou-se a ardê
Ela chorava, se maldizia
Se eu soubesse, desse peba não comia
Ai, ai, ai seu Malaquia
Ai, ai, você disse que não ardia
Ai, ai, tá ardendo pra daná
Ai, ai, tá me dando uma agonia
Depois houve arrasta-pé
O forró tava esquentando
O sanfoneiro então me disse
Tem gente aí que tá dançando soluçando
Procurei pra ver quem era
Pois não era Benta
Que inda estava reclamando?
Ai, ai, ai seu Malaquia
Ai, ai, você disse que não ardia
Ai, ai, que tá bom eu sei que tá
Ai, ai, mas tá fazendo uma arrelia
O pior som do mundo que existe; é o som do zíper da mala de alguém que você ama se fechando para partir e você não vai.
Dentro da mala
Estou rasgando as cartas, falhei, o que levei foi rejeição. Isso que dá brincar com o incerto quando o amor não está nem perto. Andei na contra mão, nadei contra a correnteza, tomei café gelado e até apelei para a Santa Tereza. Decretei a solidão. Meu bem, aprendi que é mais fácil viver solteiro, gastar todo o meu dinheiro em bebidas, felinos e cachecóis, pegar um avião e embarcar sem direção.
Não chore de mentira, não grite meu nome quando eu for embora. Pelo menos se eu fosse diferente, curasse uma doença ou descobrisse a paz, você poderia pedir para eu ficar, mas, sou apenas mais uma dessas meras mortais. O que me tornou diferente foi o meu astral, que te chamou pra um luau e você correu pra chegar atrasado, sabendo que se fosse pontual eu não iria gostar.
Mas foi minha fuga, encontrei Whisky gelo e solidão. Um quarto escuro em outro país, em outra estação, em outro corpo sentindo outra emoção. O calor do seu amor, que nunca aconteceu, foi criado apenas para saciar meu narcisismo, minha carência que eu supria com a necessidade de sonhar para poder ver seu olhar.
O relógio parou, minha respiração ficou ofegante, meus olhos ficaram sem cor, e por um exato segundo eu senti sua presença sussurrando para que eu não perdesse as esperanças, um novo amanhecer à de vir, um novo vinho à abrir e um novo sorriso à de me sucumbir. Encontrei o nosso fim.
Passagem
A fala voará/seus passos ir-se-ão/a vela ficará sem folhas./O medo cantará/a mala voará/para que o tudo/fique como está./Seus passos voarão/seu pranto ficará/incólume no ar./O ar respirará/o ventre ficará/ditando o seu lugar/ ao sol./Tão próximo daqui/as asas morrerão/e tudo o que existiu/voou em vão...
Postado por milton trindade às 04:18
Se uma pessoa tem em sua bagagem moral, uma mala cheia de consciência, e nem uma bolsinha que seja, de reputação, ela não abre conta em bancos, não financia veículos, e muito menos se elege em algum cargo político... Pense nisso! Consciência é bom, reputação é necessário...
Pra gente mala a única solução são 4 rodinhas e um empurrão... De preferencia bem forte pra distância ficar razoável.
Vazio
Trago a mala vazia
Oh! Ingrato cavalheiro
E por que deixaste partir
O sol que te iluminou por tantos dias?
Por que injustiças
A leiga na arte de esquecer-te?
Subiste ao topo da montanha
E por que não regressas
À base humilde que te ama?
Não enxergas meus olhos nublados?
É a névoa da mágoa que cerca meu
Eu não devo valer nada mesmo...Não,eu sei que sou uma mala sem alça,mas ... O cara preferir continuar sendo mentiroso a ficar comigo?Não,eu devo ser uma chata ...Preciso de um psicólogo,uma barra de chocolate e um vidro daquele seu perfume,que por sinal,eu achei aqui nas coisas do meu pai,e quando eu senti,bateu aquela tremedeira e a velha vontade...A vontade de chorar.