Amigo Leal
A esperança é a última que morre por ser resistente o bastante para não se deixar seduzir pelas investidas da realidade.
Se o espelho tivesse a mesma generosidade da tecnologia embutida nas modernas câmeras fotográficas seríamos sempre belos diante deles, e nas 24h do dia.
Ah... salvo as exceções, claro, afinal há, na humanidade, beleza exterior e interior real.
Nunca vendo a falsa ideia que sou "SEMPRE" uma pessoa boa e legal, porém asseguro-lhes que o meu esforço para tal em situações que me obrigam ser o oposto disso é grande, e muitas vezes eu até consigo alcançar o sucesso, mas quando é preciso, na falta de opção, faço o download da minha versão peçonhenta.
É preciso aceitar as coisas que não podemos mudar, mas nem sempre somos obrigados a conviver com elas, na maioria das vezes vivenciá-las é uma questão de escolha.
Assim como na decoração de um ambiente, aplica-se na vida. Tudo que está apenas ornamentando pode ser substituido ou descartado em algum momento, especialmente quando não mais combina com o contexto.
Há momentos que as pessoas precisam mesmo é de um choque de realidade e não de colo. Se colo fosse solução, referência de apoio ou estímulo essencial para se levantar cresceríamos imunes a todos tipos e formas de dores, pois quando crianças colo foi o que mais tivemos.
Não te descubro para entristecer-te ou perturbar-te, apesar do mau jeito, o faço sem querer atingir-te, mas se te revelo perdoe-me por conhecer-te tão profundamente sem eu mesma saber.
Não há mal algum em viver, também, focado num futuro próspero. O mal está no viver contando que a prosperidade de outros lhe fará viver no futuro.
Esse vírus, altamente epidêmico, chamado omissão tem como um dos sintomas a manutenção de tudo que está errado na sociedade. O medo de ser castigado pelo divino é um dos fatores cruciais que fazem com que as pessoas optem pela paralisia e por não quererem enxergar a necessidades das mudanças, bem como a importância de terem atitudes responsáveis no que diz respeito ao papel que lhes cabe na preservação dos bens essenciais que dão sustentação ao sonho de que um dia o mundo poderá ser melhor para todos. Que bens são esses? São aqueles que no íntimo você, que lê este texto, tem em mente, mas que igualmente, por razões pessoais, não faz nada pra mudar.
Nem todo "Bem" é bom, nem todo "Mal" é mau. Existe "Mal" que com o Tempo percebemos que foi um prêmio, um benefício, uma libertação ou até mesmo uma salvação, bem como existe "Bem" que, da mesma forma, acabamos descobrimos que foi um enorme estrago, um retrocesso ou um atraso na nossa vida que no fundo nos causou muitos prejuízos, que nos manteve estagnados ou numa prisão.
O que torna o ser humano fraco é o fato dele valorizar as suas carências mais do que tenta suprir as suas necessidades.
A língua afiada de quem abre a boca e mostra que tem língua, porque as palavras já são esperadas, faz menos mal do que os efeitos da língua de quem esconde que tem uma.
Não gosto dessa obrigação de ter que perdoar quem nos fez um mal, acho que ignorar e deixar que o Tempo dilua o incômodo que este mal provoca dentro da gente conforme vamos adquirindo entendimento sobre o desconforto, as razões e os ensinamentos que este mal nos trás, além da reflexão sobre a importância do outro nas nossas vidas, pois pode ser mais sábio, porque pode facilitar uma conversa sincera no momento apropriado para que a questão seja resolvida no coração de ambos. Temos sentimentos e não somos obrigados a passar por cima de nós mesmos para perdoar quem já passou por cima dos nossos sentimentos. Se formos capazes, ótimo, mas o perdão não é um plug e nem o coração é uma tomada cuja a conexão é manipulável. O perdão é um sentimento divino e não deve ser tratado como um bem material. Ninguém "acelera" a sua evolução só porque perdoou uma pessoa, uma vez que tem dificuldades para perdoar outros em outras oportunidades, mas dá passos largos quando aprende a não magoar o outro e não ter que viver dependendo do perdão alheio, consequentemente consegue libertar o seu próximo desta árdua obrigação de ter que perdoá-lo quando não está preparado. É todo um processo longo de aprendizado e como todo processo se desenvolve através de etapas, e as fatias do Tempo são bastante parceiras no auxílio da disseminação da angústia e do peso do perdão "rotulado". Não precisamos nos cobrar porque não somos capazes de perdoar alguém em tempo record, mas precisamos vigiar nosso instinto de vingança, este sim é um sentimento inferior, que não acrescenta, que não abre portas para o progresso espiritual, que não consegue trazer o tempo para ser seu aliado no processo da evolução. É muito louco viver a paranoia de exigir de nós mesmos o perdão ao outro, estando a todo o tempo precisando ser, igualmente, perdoados por algum ato que da mesma forma fere o coração de alguém.Tempo e diálogo, quando possível, são suficientes.
Não devemos viver a vida focados em "perdões", mas sim na ausência de razões para obtê-lo, especialmente quando este é importante para nós.
Quando, em ambientes religiosos, a igualdade de direitos não é respeitada, o "jeitinho" é exercido e a falsidade e a desarmonia encontra terra fértil constata-se que nem "Deus" tem tanto poder assim na salvação da espécie humana.
Deus está disponível para todos, mas não é aliado de qualquer um, e só podem contar com ele aqueles cuja as ações estão coerentes com a propaganda que fazem de si, bem como em sintonia com os sentimentos que dizem ter.
A carência afetiva e a busca prioritária por uma companhia podem ser fortes aliada da atração que nos aproxima de pessoas que se apresentam, num primeiro momento, muito sedutoras, porém com o tempo se revelam problemáticas e potencialmente desequilibrada emocionalmente, trazendo grandes transtornos para as nossas vidas.