Amar é

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E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. Aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode curar dores emocionais, Descobre que se leva anos para construir uma confiança, e apenas segundos para destruí-la.Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa... por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém... Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo. E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!

Veronica Shoffstall

Nota: Trecho adaptado do poema de Veronica Shoffstall.

Amar alguém é viver o exercício de não querer fazer do outro o que a gente gostaria que ele fosse. A experiência de amar e ser amado é acima de tudo a experiência do respeito.

Amar cria raíz, sim. Cria, independente de ser verbalizado. Basta sentir o amor para que fiquemos dependentes dele, uma dependência boa, daquilo que nos faz sentir vivos.

Martha Medeiros
Crônica "Eu te amo", 2004.

Nota: Trecho de texto originalmente publicado na coluna de Martha Medeiros, no website Almas Gêmeas, a 20 de novembro de 2000.

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As possibilidades de felicidade são egoístas, meu amor. Viver a liberdade, amar de verdade, só se for a dois... só a dois.

Amor

Amemos! Quero de amor
Viver no teu coração!
Sofrer e amar essa dor
Que desmaia de paixão!
Na tu’alma, em teus encantos
E na tua palidez
E nos teus ardentes prantos
Suspirar de languidez!

Quero em teus lábio beber
Os teus amores do céu,
Quero em teu seio morrer
No enlevo do seio teu!
Quero viver d’esperança,
Quero tremer e sentir!
Na tua cheirosa trança
Quero sonhar e dormir!

Vem, anjo, minha donzela,
Minha’alma, meu coração!
Que noite, que noite bela!
Como é doce a viração!
E entre os suspiros do vento
Da noite ao mole frescor,
Quero viver um momento,
Morrer contigo de amor!

Nunca chore diante das pessoas que não entendem o significado de suas lágrimas porque amar é uma arte mas nem todo mundo é artista.

De longe te hei de amar
– da tranquila distância
em que o amor é saudade
e o desejo, constância.

Do divino lugar
onde o bem da existência
é ser eternidade
e parecer ausência.

Quem precisa explicar
o momento e a fragrância
da Rosa, que persuade
sem nenhuma arrogância?

E, no fundo do mar,
a Estrela, sem violência,
cumpre a sua verdade,
alheia à transparência.

Cecília Meireles
MEIRELES, C. Antologia poética. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2001.

De todas as maneiras
Que há de amar
Nós já nos amamos
Com todas as palavras feitas pra sangrar
Já nos cortamos
Agora já passa da hora
Tá lindo lá fora
Larga a minha mão
Solta as unhas do meu coração
Que ele está apressado
E desanda a bater desvairado
Quando entra o verão

Detesto coisas mais ou menos, não sei amar mais ou menos, não me entrego de forma mais ou menos.

Desconhecido

Nota: A citação é atribuída a Clarice Lispector, mas não há fontes que confirmem essa autoria.

Jurei te amar eternamente, mas como não sou eterno, juro te amar até o fim da minha vida.

Se amar fosse pecado, o céu estaria vazio.

Amamos a vida não porque estamos acostumados à vida, mas a amar. Há sempre alguma loucura no amor, mas há sempre também alguma razão na loucura.

Nada do que eu já fiz me agrada. E o que eu fiz com amor estraçalhou-se. Nem amar eu sabia, nem amar eu sabia.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Dies irae.

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Amar sem penar é bem raro. O verbo cumprir custa caro. Amor é bem fácil achar. O que acho mais difícil. É saber amar.

O dia dos Namorados para mim é todo dia. Não tenho dias marcados para te amar noite e dia.

Amei-te e por te amar
Só a ti eu não via…
Eras o céu e o mar,
Eras a noite e o dia…
Só quando te perdi
É que eu te conheci…

Quando te tinha diante
Do meu olhar submerso
Não eras minha amante…
Eras o Universo…
Agora que te não tenho,
És só do teu tamanho.

Estavas-me longe na alma,
Por isso eu não te via…
Presença em mim tão calma,
Que eu a não sentia.
Só quando meu ser te perdeu
Vi que não eras eu.

Não sei o que eras. Creio
Que o meu modo de olhar,
Meu sentir meu anseio
Meu jeito de pensar…
Eras minha alma, fora
Do Lugar e da Hora…

Hoje eu busco-te e choro
Por te poder achar
Não sequer te memoro
Como te tive a amar…
Nem foste um sonho meu…
Porque te choro eu?

Não sei… Perdi-te, e és hoje
Real no […] real…
Como a hora que foge,
Foges e tudo é igual
A si-próprio e é tão triste
O que vejo que existe.

Em que és […] fictício,
Em que tempo parado
Foste o (…) cilício
Que quando em fé fechado
Não sentia e hoje sinto
Que acordo e não me minto…

Só deixarei de ter amar quando
O véu da morte cobrir minha face,
Mesmo assim nascerá em minha sepultura
Uma rosa em cujas pétalas,
De sangue, estará escrito: Amo você!

Já não me importo

Já não me importo
Até com o que amo ou creio amar.
Sou um navio que chegou a um porto
E cujo movimento é ali estar.

Nada me resta
Do que quis ou achei.
Cheguei da festa
Como fui para lá ou ainda irei

Indiferente
A quem sou ou suponho que mal sou,

Fito a gente
Que me rodeia e sempre rodeou,

Com um olhar
Que, sem o poder ver,
Sei que é sem ar
De olhar a valer.

E só me não cansa
O que a brisa me traz
De súbita mudança
No que nada me faz.

Fernando Pessoa
PESSOA, F. Novas Poesias Inéditas. Lisboa: Ática. 1973 (4ª ed. 1993). p.135

Amor verdadeiro
É fácil amar o outro na mesa do bar, quando o papo é leve, o riso é farto e o chopp gelado.
É fácil amar o outro nas férias, no churrasco, nas festas ou quando se vê de vez em quando.
Difícil é amar quando o outro desaba, quando não acredita em mais nada e entende tudo errado. Quando paralisa, perde o charme, o prazo, a identidade e a coerência. Nessas horas que se vê o verdadeiro amor, aquele que quer o bem acima de tudo. É esse o amor que dura para sempre, na verdade, esse é o único tipo que pode ser chamado de amor.

Ana Jácomo

Nota: Trecho de um texto de Ana Jácomo, muitas vezes atribuído erroneamente a Pedro Bial.

É possível amar o ser humano caso você não o conheça tão bem.