Âmago
Entendi
onde tudo começou
quando o tempo passou
no amago da nossa dor
em um barulho ensurdecedor
gritos se aliviam
nos olhos que nos guiam
estrelas reguiadas
a um novo caminho traçado
com cordas embaraçadas
no fundo de um navio
da maldição daquele rio
os monstros corroeram
e as pessoas de mim correram
como cidadãos aterrorizados
nos cantos enquadrados
persistindo em nossos laços
um tanto elevados
engolindo a hipocrisia
meu deus mais que agonia
foi quando eu mais refletia
no fundo do meu ser
querendo transparecer
buscando algum prazer
colidido no falso lazer
que evolui monstros
em seus pontos de encontro
no medo e no risco
na luz do dia eu rabisco
São folhas e folhas
levando a informação
pro ser trancado na alienação
que vai da simplicidade
até o medo da mortalidade
em abrangências e incompetências
com a falta de veemência
virado em suas próprias dependências
como fogo que arde
na sua pele parda
os alvoroços na falta de almoço
nos desgosto nos olhos
só querem as motos
e o lucro que grita
e si próprio escandaliza
e o sangue vermelho
mostra o empecilho
no meio do caminho
de que fomos torturados como os índios
fugindo da natureza
reagindo com estranheza
e de novo a incerteza
persistindo na luta
que segue como uma gruta
ela pela queda da agua
e nós pela queda das lágrimas...
Sabedoria está no âmago dos seres, porque ela não consta em diplomas, mas sim no aprendizado da vida.
Namorar
Namorar é a melhor forma de extravasar
É o âmago desses corpos entrelaçados
Juntos descarregam energias estacionadas
Ao toque de mãos que escorregam a todos os lados
Momentos de troca dos calores espontâneos
Corpos lapidados a quatro mãos delicadas
Entregam-se numa troca constante de lisonjas
Ardem em fogo numa paixão ferozmente gostosa
Exibem seus charmes como a dança da garça
Seus gingados chamam atenção de quem passa
Demonstram imensuráveis prazeres na presença
Do outro que tanto e incondicionalmente ama
Imaginam a cena da flor desabrochando
Numa entrega total de ambas as partes
Delírio que os levam no momento
A uma fonte de luz a brilhar delicada.
Âmago
É que eu gosto das coisas do jeitinho que são. Sem enfeites demais, sem perguntas demais, sem regras demais, sem culpa e sem arrependimentos demais. Eu gosto das coisas no meio termo. Nem perfeitinhas demais, nem confusas, nem felizes demais. No ponto.
Acho que as coisas têm mais graça quando são ao natural mesmo, sem nenhuma obrigação, recíprocas. Não dá para ficar mendigando carinho, ou aceitando qualquer “você é importante”. Tudo tem estado tão banalizado, que até o “eu te amo”, em algumas circunstâncias, perdeu o significado real. Por que tem sido tão difícil achar uma relação duradoura, ou um parceiro que não tenha medo de encarar a “coisa séria”? Tem sido tão difícil, talvez pelo fato de que, cada vez mais, as pessoas se denominam autossuficientes. Já está se tornando bem comum ouvir um “eu estou melhor sozinho”. Até que ponto estar bem é estar sozinho? Até que ponto o amor próprio é melhor do que o amor compartilhado, recíproco? Desde quando amar virou algo singular?
Seria, no mínimo importante, se as pessoas levassem um pouco de amor na mala, de vez em quando, para o caso de precisar. Levar amor na medida certa, não machuca, não dói, não pesa. Liberta! Levar amor no sorriso, no olhar, no cuidado, nas gentilezas, é engrandecedor. Cura! Levar amor no abraço, no ouvir, no apoiar, só faz um bem danado. Porque o amor se manifesta em toda parte, de muitas formas. O amor é o remédio para muitos conflitos existenciais, para muitas famílias desestruturadas. O amor é o caminho para a liberdade de fato, sentida. Porque o amor verdadeiro não é aprisionador, mas libertador. Não é egoísta, é compreensivo. Não subtrai, soma. Porque amar ainda é a fórmula mais importante para ser feliz nessa curta passagem pela vida.
Pedaço Meu
Dos muitos sonhos tidos,
e muitos foram, alimentei o meu âmago
de todos eles.
Quando quis sair desse tormento, já de há
muito era presa do teu amor, que percorria
pelo meu corpo, cercando todos os espaços,
e presente estando, em todos os momentos.
Cercado, preso, fui me tornando um ser que
só sabia viver do teu calor, se não te via,
procurava-te, eras a fonte que saciava a sede
de querer que eu tinha.
Pedaço meu, que tanta falta faz, sem ti é viver
no nada, é passar pela vida em branco, sem dela
sentir o que de melhor existe, o gosto doce
diferente, do amor.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Mrmbto da U.B.E
Pândego é o petiz que aventa o seu âmago e aspira instantaneamente a sumidade obducta e perene a ser obsequiada ao ufanismo.
Nossas ações e nossas reações
são reflexo do que vai em nosso âmago
e de como queremos que o mundo reaja a nós.
Sim, quero
a reticência do teu colo
no âmago liberto do teu olhar
por quê?
serei tua, sempre tua
se me conquistares...
Um poeta clichê , tem seu valor
Mesmo jogado e empoeirado
Do seu âmago ao leitor
Da solidão de um dia ser folheado .
Deus é o Sustento
No âmago da tristeza, quando as lágrimas
fazem rios na alma percebemos o quanto
estamos perto de Deus. Somente Ele para
nos sustentar.
Vazio de nada
No âmago da alma, grita uma voz silenciosa
Clama ao "noús" seu vazio cheio de nada
Nada que enche o vazio cheio de nada
Nada que nada tem para adentrar ao vazio cheio de nada
Nada, de nada
Ah, quão bom seria, assaz, fosse meu vazio, vazio de nada
Ah, quão maravilhoso seria, quiçá,
Houvesse apenas uma gota de entusiasmo
Seria o suficiente para desaguar o nada vazio, vazio do nada.
Entusiasmo, ânimo...valiosos sentimentos, preciosas virtudes
Vem, sopro do vento, traga ânimo à minh'alma
Vem, sopo do vento, enobreça o âmago que clama
Clama em sua alta voz silenciosa
Clama o clamor da alma
Perscruta o íntimo do espírito
Ouve, ouve, os gemidos inexprimíveis
O palpitar de dois corações enamorados é tão sublime e voraz. Causa explosões no âmago de nosso ser, dando vida à um novo universo pessoal. Cria galáxias de esperanças com inúmeros planetas de possibilidades. Nos tornamos estrelas cadentes, envoltas pelo fogo místico dos corpos ao se encontrarem. Viva o Big Bang do Amor.
O herói que habita no âmago invisível de sua alma
Todas as coisas raras desse mundo são caras, com exceção de uma, a saber: a amizade.
A miserabilidade dessa coisa singela e fraternal entre duas pessoas, torna a mesma, algo extremamente valioso e sempar no mundo em que vivemos.
Juntos, esse dois seres apaixonados um pelo outro, são imortais e imbatíveis, partilham alegrias e frustrações, discussões e perdões, medos e segredos, ajuntamentos e dissenções.
E quando um se vai, deixa um vazio impreenchível, envenenando a alma alheia, que sofre por perder parte de sua essência.
Na simplicidade das coisas mais banais da vida, encontramos a água inesgotável da felicidade e da esperança, que pode ser bebida gratuitamente pelos dois seres que se agradam de estarem um com o outro, se complementando eternamente entre si.
E assim, quando um está cercado de trevas por todos os lados e a luz insiste em não aparecer, pode enxergar ao longe, cavalgando a passos largos, quase como se sobrevoasse, o seu herói, o seu ídolo, que, fazendo a poeira levantar, prova, com uma elegância peculiar, que você nunca esteve ou estará, sozinho.
No momento exato de sua morte, quando estás esparramado ao chão e podendo contemplar o sorriso da vitória na face de seu adversário, que está prestes a disferir o último golpe, eis que surge o seu amigo, que desembainhando a espada da esperança, te joga para o lado e enfrenta o seu inimigo cruel , que prontamente parte em retirada, por temer os olhos intrépidos daquele que não faz outra coisa senão protegê-lo com todas as suas forças, entregando, se preciso, até mesmo a sua própria vida.
E no amago do meu ser, me vi chorar me vi sofrer...
Por muitas vezes desisti.
Mas enfim achei o bom, o justo o certo o melhor...
Da vida todo o sabor, que agora chamo de amor...
Você...
A atitude de agradecimento, quando proveniente do âmago do seu ser, envolvida pelo sentimento de amor, tem a capacidade de abrir um portal mágico nos planos superiores...
Pintar o interior é deixar a beleza no resplendor do âmago, sorrir a alegria do vivenciar interno.
Não se iludindo com olhos falsos, pois estes não veem o belo da alma.
Aos que fingem ouvir, não basta contar-lhes verdades, pois fingem entender a mímica do vento e o silêncio das frases! Mas basta apenas saber preservar a chama da verdade e cuidar dos olhares, para que estes não se tornem cegos, aprenda com as tuas atitudes e respeite os teus semelhantes, espalhe os bons valores e deixe a pureza da tua alma brilhar.