Amadurecimento
Carta de um ex-apaixonado
Imune dos teus ataques estou. O conjunto formativo do meu ser criou um escudo imbatível. Ele responsabilizou-se a proteger-me. Em algumas ocasiões posso aparentar ser frio, mas esta é apenas uma resposta automática do meu corpo que visa evitar recaídas. O amor, próprio e para com os outros, ainda se encontra no meu interior.
O fato de você me ignorar já não me faz sofrer noites de ansiedade, meus pés não soam demasiadamente, como antes, a espera de uma resposta sua. Sua frieza já não me arranca lágrimas. A sua ausência deixou de me causar dores internas. Meu corpo aprendeu a comportar-se no mundo sem o seu do lado.
Você trouxe a mim outra concepção do uso do amor para com indivíduos frios. Deixei de me portar como quando me conhecera. Pensava eu que aqueles incapazes de corresponder um amor e/ou exageradamente insensíveis não carecessem de amor. Todavia eu estava equivocado, eles necessitam muito mais de amor que os demais, eles não sabem o que é esse sentimento, estão estagnados às geleiras contidas em suas almas, desconhecem o calor e a vivacidade proporcionados pelo amor.
Mesmo após ter a ciência que você precisava extraordinariamente de amor, ainda assim, eu decidi afastar-me de você. Cresci enquanto habitante deste mundo de errantes. É natural procurar seres evoluídos quando nos elevamos como ser humano. Cansei de transbordar amor pelos poros e permitir percorrer sentimentos benévolos pelo meu corpo aos inaptos a corresponder tamanha magnificência.
Ignorar não faz parte de mim, ainda lhe tratarei como alguém valioso. Porém você jamais terá o que um dia fora capaz de receber da minha pessoa.
Machucados corporais saram, com o tempo formam-se as cicatrizes, não tornam a doer como quando se originaram. Feridas na alma são desprovidas de cura definitiva, haverá, esporadicamente, um resquício que fará com que a lesão torne a sangrar novamente.
Ter caráter é saber reconhecer e admitir seus próprios erros com a consciência que eles são necessários para o seu crescimento e amadurecimento!
Gosto de ser repreendido pois assim eu posso analisar em que eu estou errando e tomar providências para não voltar a errar.
Fale mal de mim, me critique positivamente ou negativamente, sou cheio de erros, cheio de falhas.
Mas nunca diga que sou uma pessoa sem caráter.
Não preciso ser melhor que ninguém, apenas preciso ser o MELHOR de mim mesmo, e o resto fluirá naturalmente!
Agradeço cada ruga, cada marca de expressão em meu rosto. Agradeço a idade que tenho. Agradeço os meus primeiros fios de cabelo branco... Agradeço a você, querido tempo, pelo discernimento e sabedoria que aportam hoje em mim.
O tempo cicatrizou muitas feridas, mas alguns males ainda permanecem latentes sob lesões recém fechadas... sei que preciso mais de você, Sr.tempo. Preciso de mais rugas e cabelos brancos, mais sabedoria e discernimento para entender que tenho que deixar pra lá o que não tem jeito, e me apegar - se não às escolhas certas - àquilo que é ao menos verossímil.
Sei que o tempo me fará ver que aquilo que parece insolvível tem seu preço muito mais baixo do que aquele que minha atual percepção imatura consegue enxergar. Essas cifras com vários zeros que vejo agora, talvez valham na verdade um simples sorriso ou abraço, ou uma palavra certa num momento certo, ou talvez apenas um silêncio conveniente.
Vou deixar maturar... tempo, tempo, tempo. Vou deixar o fruto da insciência cair e apodrecer ao solo. O adubo fará florescer com o teu passar, amigo tempo, lindos pés-de-experiencia e pés-de-aprendizado.
Somos a certeza do que não queremos, a dúvida pelo caminho a seguir, o talvez que pende entre o sim e o não, mudando de acordo com o vento. Somos a conformidade dos dias cinzas, o corpo acolhido na cama, o cansaço tardio do tempo em que a vida cabia numa mochila. Somos uma mala remendada e bagunçada, remexida, precavida. Somos a leveza esquecida, a impulsividade amarrada, a risada contida, a paixão amornada.
Somos nós com a nossa melhor companhia, sem o medo da solidão, confortáveis com a própria presença. Passamos a nos entender mais e nos aceitar melhor. Percebemos que verdadeiros amigos são poucos e que amores verdadeiros são raros. Não entendemos como fomos tão tolos e tão felizes, e porquê a sabedoria tem que vir de mãos dadas com a melancolia.
Somos a nostalgia daquilo que fomos, a saudade do que foi vivido e sentido, a lamentação da entrega cega, a dor latente da queda. O pensamento de que teríamos feito tudo diferente e exatamente do mesmo jeito. O arrependimento pelo que fizemos ou não, os porquês sem resposta, o tempo perdido. A falta de tempo que não deu tempo para nada. O vazio que ficou.
Somos a perspicácia adquirida depois de alguns golpes. A malícia extenuante que prefere mil vezes ceder o seu lugar à singeleza da boa fé. O agradecimento por ainda ter um bocado de lisura no meio de tanta desconfiança. Somos o faro aguçado e as unhas felinas, precavidos ao bote, antecipando o movimento suspeito. E nos convencemos de que somos melhores assim, mais fortes e preparados para as bordoadas, quando, na verdade, queríamos mesmo é voltar à época da credulidade e ingenuidade.
Somos uma constante metamorfose e a permanência da criança de antigamente. A casca se molda enquanto a essência persevera. O que somos é diferente do que nos tornamos, mesmo que o lado de fora influencie o de dentro. Mudamos a nossa forma de enxergar o mundo, o outro e nós mesmos. Modificamos o olhar sobre tantas coisas sem que deixemos de sentir cada uma delas. Os sentimentos perduram, enquanto a necessidade de ter razões para eles perde o sentido.
Somos o passo mais firme, a decisão coerente, a prudência sentimental, a disponibilidade laboral. Somos a necessidade de fazer parte de um grupo e a total falta de vontade de pertencer a um meio. Somos o duelo entre a soltura e a prisão. Não gostamos quando nos prendem, mas não admitimos quando nos soltam. Somos carentes da profundidade e dependentes da superficialidade.
Somos uma mistura do tudo e do nada que nos identifica e nos assemelha. Viver é isso. É um somatório de momentos, uma coleção de emoções, uma constante construção do ser. No fim das contas o importante é permitir-se. Por isso somos o que somos; o resultado daquilo que fomos e o rascunho do que um dia seremos.
Quando você finalmente se dá conta do quanto já perdeu de saúde (física e emocional), apenas por alimentar aquela ideia fixa de que precisava, a qualquer custo, encontrar alguém que aceitasse a árdua missão de lhe fazer feliz, muita água terá passado por baixo da ponte.
Só que esta missão – acredite – é única e exclusivamente nossa! Com o outro a gente soma. E partilha.
Mas até que a gente se dê conta do erro que foi cometido, já teremos nos aventurado por diversos relacionamentos desde o início fadados à frustração, devido ao simples equívoco na elaboração da meta. O que por sua vez poderá acabar por definhar aquela nossa, por vezes, já tão frágil autoestima.
Enquanto isso o tempo vai passando, novas oportunidades vão surgindo e a gente vai continuar arriscando tudo o que (ainda) tem, na esperança de que desta vez dê certo. Porque a gente merece ser feliz. E a gente já não vê a hora. Mas a cada nova frustração, sentimos que perdemos bem mais do que tempo com alguém que não se fez merecedor da nossa estadia na sua vida. Perdemos também um pouco da fé na possibilidade de um dia sermos felizes como sempre sonhamos.
Entretanto, em algum momento da vida a gente resolve mudar. Porque a gente também se cansa. E nessa hora fazemos uma análise da nossa postura frente à realidade que nos circunda.
A partir de então intuímos que não era exatamente o outro quem sempre falhara na missão. Fomos nós que entramos em campo com a estratégia errada.
E é justamente neste momento de elevação da consciência, que algumas pessoas concluirão que não faz sentido reconhecer a felicidade nas suas vidas, exclusivamente por ação dos outros. É aí que, tal qual pai e mãe que se esforçam pelo seu filho, porque vendo-o se desenvolver bem, eles ficam bem, também, elas se convencem de que fazer alguém feliz não tem preço. Pois a alegria de um, reverberará na vida do outro.
Pois eu não acredito que o amor se dê por geração espontânea. Ele se origina e desenvolve em etapas. É preciso atravessar as fronteiras das descobertas e das decepções. Caminhar pelo vale do silêncio, compreendo a dispensa dos excessos malditos e mal ditos. Dosar paciência para realinhar os acordes. Partilhar o perdão. Assumir construções e reconstruções extremamente fundamentais para o amadurecimento tanto pessoal quanto coletivo.
Então, quando chegarmos em tal nível de consciência, passaremos a dedicar toda a nossa energia no propósito de sermos, um para um outro e mais do que nunca, um local firme o suficiente onde ele(a) possa desabar sempre que preciso. Pois felizmente teremos compreendido que o lar também pode ser uma pessoa. E nós vamos querer ser este porto-seguro.
E ali ele(a) saberá que o(a) professor(a), carteiro(a), doutor(a), entregador(a) e etc, ficou da porta pra fora. Ali dentro ele(a) será apenas – e não menos importante – o João, a Maria, o José, a Camila, o Fernando... sem aquela tão pesada e desnecessária sensação de que precisa corresponder ás expectativas lançadas pelo mundo.
Porque ele(a) sempre saberá que dentro daquele curto espaço entre o peito e os braços, tudo ficará bem. Porque um pode contar com o outro. Pois estarão em casa. A salvo. Amém.
Infeliz daquele que protege sua opinião com cercas de ego e arames de orgulho. Submeter a opinião a liberdade de se modificar é a essência do amadurecer
Amadurece aquele espera sua vez de falar, que genuinamente se coloca no lugar do outro, que não tem medo de aprender, mudar de opinião, errar e voltar atrás.
Depois de um tempo você passa a não se incomodar com ausências, com lutas e problemas, não por não se importar, mas sim por entender que o que é verdadeiro sempre estará do seu lado e que tudo tem um tempo certo pra acontecer. Isso não se chama descaso, mas sim amadurecimento.
"Nunca faça com ninguém coisas ruins que fizeram com você , ser diferente ti torna único , e saber aprender com essa situação te torna uma pessoa madura".
Em um instante da vida passamos realmente a sentir a dor do outro, esse instante é o momento que a ocasião aconteceu conosco, até então éramos apenas ouvinte.
Nós caimos , levantamos ,sonhamos e sofremos como homens, choramos , sorrimos como crianças quando perdemos e quando conquistamos , pois bem amadurecemos
Nós aprendemos a não mais chorar pelo passado , a vida nos ensinou a pagar pelos pecados
A vida nos ensinou.A vida nos ensina.
A vida nos ensina e a gente aprende.
Um dia todos nós aprendemos que nada é por acaso e tudo tem um propósito, e
que o chão não é o nosso lugar.e as quedas servem para o nosso amadurecimento,
Na infância e adolescência não provocava briga, mas quando ela surgia encarava para mostrar que sabia brigar, ate porque isso era a atitude que dignificava o proceder do sujeito homem.( cabra macho).
Hoje com a cabeça branca, descobri que é melhor correr que ficar e apanhar!
Mas o que falta nas pessoas? Porque se tornam antissociais? No meu ver, elas precisam passar no processo de evolução e de crescimento da alma. O que seria? Um dos primeiros passos, não perder tempo cuidando da vida alheia, fazendo comparações do que tenho, ele tem, com isso trazendo inveja e rancor se tornando um verdadeiro nada, por que não consegui copiar nem um e nem outro, com isso perdendo sua personalidade e muitas vezes o caráter também, sendo assim pessoas que nunca saíram do processo de amadurecimento, não conseguiram vencer, não conseguiram ter uma pessoa á seu lado...como já esta acostumado em procurar algo nas pessoas perderá coisas, momentos, oportunidades por não observar e valorizar o que está do seu lado... infelizmente as pessoas destorceram os valores...perfeição não existe... o que existe é, HUMILDADE para reconhecer, RESPEITO, CARINHO, AMOR pra dar e receber, SINCERIDADE,HONESTIDADE, CONFIANÇA, pra ser digno ter amigos, trabalho e romance, CORAGEM, DETERMINAÇÃO, EXPERIÊNCIA, DECEPÇÃO pra alcançar seu objetivos, é necessário ter um pouco de LOUCURA pra desafiar, romper barreiras pra chegar ao sucesso, MEDO pra superar e enfrentar, e não esquecer jamais da ESSÊNCIA, do ESPIRITO DE AVENTURA, DA FÉ... o dia que o ser humano voltar a perceber esses valores, não precisará perder tempo procurando as pessoas certas e nem acusar as pessoas erradas...terá aprendido á viver...