Alvo
O General está isolado, sem comunicação
e permanece em injusta prisão:
(((ele é alvo de política perseguição))).
Nesta Pátria do Condor
que vem sendo alvo
de sanções e traições
por alianças imperiais
bebedoras de lítio e metais,
vou remendando os milhões
de retalhos por pretensão
até tentar curar as dores
de tantos e os cacos
da memória de Ariano
em tempos mui duros
de tribunais vizinhos
fechados há mais
de cento e noventa dias,...
Por ousadia pedir que
a carta do Pai do General
que está preso inocente
seja com respondida
e o filho receba a decente
a medida humanitária
nunca será demais:
(porque o orgulho de uns
não deixa dar a liberdade
plena justa e merecida),
Como poesia da minha
Mata Atlântica sacrificada
que pegou carona
no vagão do tempo de
um país que tudo ainda falta,
onde ainda permanece
presa por autoritarismo
uma boa e decente tropa
e populares que ainda
estão pagando uma
pena porque carregam
a consciência leve
do dever patriótico cumprido,
(aqui prevejo que não
ficará muito diferente,
pois ainda está amarrado
por alianças doentias).
O General
tem sido alvo
de rechaço
por parte de
gente que
por conivência
com o imoral
finge não
enxergar um
palmo diante
do nariz,
não faço parte
dessa história,
mas estou
cansada só
de ler essa
gente infeliz.
Não há como
frear os fatos:
o destino tem
como prêmio
a consequência
em proporção
a cada boa
ou má ação,
tudo depende
da sua vontade
de fazer um
caminho pleno
de construção.
Uns dizem
que o General
foi olvidado,
mas estes não
deixam de ter
razão porque
a única que
o esqueceu
foi a Justiça
insistindo nessa
prisão indevida,
e eu sigo em
prosa e poesia
tentando mostrar
que ninguém
está livre de ser
jogado nessa
igual desgraça.
CÉU DO GOIÁS (soneto)
Agiganta as nuvens no alvo encarnado
Do céu do Goiás, da vontade de gritar
O horizonte longínquo tal qual o do mar
Se estende em rede por todo o cerrado
O sol no amanhecer rubra de encantado
Mantém-se altivo após o confidente luar
Desfolhando em quimera pro nosso olhar
Tingindo o entardecer dum avermelhado
No breu da noite a céu se veste estrelado
Cintilando na escuridão e nele a poetizar
Poemas tão singelos num silêncio calado
Então, a alma ao testemunhar, põe a chorar
Um choro portento dum puro e só agrado
Onde o poeta das Gerais aprendeu a amar...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2018
Cerrado goiano
ALVO
Pra onde houveres, sonho, pra onde fores
Irei também, suspirando a mesma utopia
Para amenizar o penoso logro, a fantasia
E, sossegar a quimera de suas mil dores
Que triste, a emoção sem as dadas flores
E eu tão sem agrado e o ser sem alegria
Sonhando sem inspirar a romântica poesia
Pesadelos molestando e fazendo horrores
Golpeou-me a direção? Que sorte sombria
Nas escarpadas faces dos postiços amores
De assim magoar-me sem que amor havia
Seria a mão do azar, então me tocando?
Se sou sonhador, e o amor com valores
Não o ter, nefasto eu, Deus! até quando?
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
25/08/2020, 10’36” – Triângulo Mineiro
A Flor do Madacaru
A flor do mandacaru... das lágrimas pelo chão
Brotam da dura terra num alvo véu do agreste
Ornadas de espinhos, num prenúncio de união
De força, na secura ou na chuva em ato celeste
Abrirá! E ao poeta de cordel - eterna comunhão
São trovas da flor a enfeitar a poesia que fizeste
Flor do mandacaru... graça despertada no sertão!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/11/2020, 09’02” – Araguari, MG
POR QUE
Por que, em vez do silêncio, não me arraste?
Por que foste tu alvo, a emoção enamorada?
Por que sempre, na lembrança, és tu citada
E em cada verso o teu doce cheiro deixaste?
Por que no olhar aquele olhar com desgaste
Do desejo? por que, ó minha singular amada
Poeto, e suspira uma sensação tão desolada
De uma solidão, ó tomento, amargoso traste
Foste, e no perder não sabia o que perdia
Hoje chora no peito está resistente certeza
Que não teve intuição no que o amor dizia
Agora, vazio e poética sóbria, uma tristeza
Imaginado em que parte estás de cada dia
E, tenho a saudade numa nostálgica dureza
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Araguari, MG - 29/07/2021, 19’06”
ANTÚRIO NEGRO
O som do vento no cerrado
faz dançar a misteriosa flor
O raio do sol do alvor
veste ela de significado
Que belo tom
mística flor
É um amor perfeito
hipnotizante, um louvor
Anthurio o seu nome
teu fascínio, pronome
- Negra é a tua cor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Junho, 2023 - Araguari, MG
LUAR DE ABRIL
Na imensidão do céu, eis o luar
Cá no planalto, alvo de candura
Atraente, seduz o amor a trovar
Toando o negror da noite escura
Oh lua clara que surge em prece
Dando ao sertão diáfana tintura
Divinal tom, que o encanto tece
Ao sentido esplendida candura
Cor caiada, etérea luz, especial
Traçando no espaço sensação
Cintilando florescência no vazio
Luz densa de um leitoso cristal
Reina rútilo, insuflando emoção
No cerrado regalado luar de abril.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
21 abril, 2024, 19’57” – Araguari, MG
Se você não tentar atingir seu alvo (ideal) não vai conseguir , tentando sua chance e enorme de conseguir. É preciso tentar e não ficar parado esperando ganhar na loteria. Quem tenta consegue.
ALVO PESQUEIRO
São flores a mira do horizonte
E o seu alvo o despertar do sol
N’algum lugar não se sabe onde
Ajeita na alma a ceva pro anzol
Cedo ou tarde já não mais se esconde
Fisgando amor antes virar pó!
as pedradas machucam, porque as que acertam são atiradas por quem está perto da gente,
as que estão longe geralmente erram o alvo.
O exímio arqueiro transcende a técnica, flexibiliza intuitivamente o trajeto entre a gravidade e o alvo, na sagrada arte milenar
Você não é incompetente!
Você apenas precisa buscar o conhecimento e treiná-lo repetidamente.
Isso só vai valer, se realmente é algo que você ama, e deseja muito conquistar!
Perseverança é ter o privilégio de colher os bons frutos das sementes plantadas. Nem sempre é fácil, mas vale a pena.
Amar é deixar inundar o deserto, é ir de peito aberto em busca do que seduz. Amar é deixar fluir, é explodir em luz. É mirar o alvo.
Amar é correr o risco de ser salvo.
Todos nós temos coisas a dizer que nunca conseguimos de fato falar, como flechas que nunca chegaram no alvo. Presas na garganta... Sangrando sem um alvo, que jamais veremos novamente!