Alma Prolixa
Olhe, tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras.
Sou irritável e firo facilmente.
Também sou muito calmo e perdoo logo.
Não esqueço nunca.
Mas há poucas coisas de que eu me lembre.
Tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras. Sou irritável e firo facilmente; também sou muito calmo e perdoo logo. Não esqueço nunca. Mas há poucas coisas de que eu me lembre. Sou paciente mas profundamente colérico, como a maioria dos pacientes. As pessoas nunca me irritam mesmo, certamente porque eu as perdoo de antemão. Gosto muito das pessoas por egoísmo: é que elas se parecem no fundo comigo. Nunca esqueço uma ofensa, o que é uma verdade, mas como pode ser verdade, se as ofensas saem de minha cabeça como se nunca nela tivessem entrado? (...) Tenho uma paz profunda, somente porque ela é profunda e não pode ser sequer atingida por mim mesmo. Se fosse alcançável por mim, eu não teria um minuto de paz. Quanto à minha paz superficial, ela é uma alusão à verdadeira paz. Outra coisa que esqueci é que há outra alusão em mim – a do mundo grande e aberto. (...) Apesar de meu ar duro, sou cheio de muito amor e é isso o que certamente me dá uma grandeza.
Tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras. Sou irritável e firo facilmente.
Alma prolixa
Oh, alma minha
prolixa ao extremo
não consegue ouvir nada
quando o coração clama
desejos infinitos
silencie...
medite um pouco
ouça...tente ouvir
o murmurar da alma
bem lá no fundo
teus verdadeiros sentimentos
Lábios pronunciam palavras
belas...
os mais profundos desejos
profanos momentos
instantes de puro prazer
Silencie mais uma vez
relaxe...
tranquilize o teu ser
que ainda é humano
e sonha...
inventa momentos intensos
invadindo corpos alheios
a paixão está aqui
agarre-a sem pensar
hipnotize-a com palavras
com atitudes infinitas
e desejos do teu ser
não deixe escapar nada
é chegada a hora
o tempo exato de viver
caminhar junto...
viver novos instantes
sem pensar num novo amanhecer.
(Fouquet, 27 de maio de 2010)
Simples assim...
Olhe, Eu tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras, sou irritável e firo facilmente, também sou muito calmo e perdoo logo. Não esqueço nunca, mas há poucas coisas de que me lembre, mas tenho tantos defeitos: sou inquieto, ciumento, áspero, mimado. Embora amor dentro de mim eu tenha exagerado toda a vida; minhas paixões são ardentes, minhas dores de cotovelo de querer morrer, louco do tipo desvairado, briguento do tipo, tô de mal. Durmo 8 horas seguidas, meus amigos são semi- irmãos; meus amores são sempre eternos e meus dramas, mexicanos. Também sou manso, mas minha função de viver é feroz. Não entendo, apenas sinto, tenho medo de um dia entender e deixar de sentir. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo e preguiça. Tive toda a aparência de quem falhou, e só saberei se foi a falha necessária.
Sabe o que quero de verdade? Jamais perder a sensibilidade, mesmo que às vezes ela arranhe um pouco a alma, por que sem ela não poderia sentir a mim mesmo. Nada te posso garantir, sou a única prova de mim, a única verdade é que vivo. Sinceramente, eu vivo. Quem sou? Bem, isso já é demais....Gilberto Brostel adaptação do texto de Lispector.
POESIA : PARÓDIA SUAVIZEI
Tenho alma muito prolixa,
Por eu ser uma coisa, desafio o que não sou;
Logo todos os dias, nas autênticas certezas subjetivas que se mostram precisas, não objetivas conflitam a realidade.
Essa forma efetiva ao senso de justiça,
Situa pura minha poesia, que liberta a dignidade de sua falta, bem logo surgem alternativas distantes que citam doutrinas.
As jurisprudências que nunca falei não são lei, mas direito se faz se fez, e segue a paródia sossegada em mim, onde em melhor versão se esconde a diversão na escuridão da lei cega quanto ao direito de ser-sentir-vir-vê -rrrr...
POETA NILO DEYSON MONTEIRO