Alma
- Eu compreendo-a perfeitamente. É uma moça [...] ainda jovem no corpo, mas velha n'alma. Quando se atira a esses excessos de depravação [...] atordoa-se, embriaga-se e esquece um momento; depois vem a reação, o nojo das torpezas em que rojou, a irritabilidade de desejos que a devoram e que não pode satisfazer; nestas ocasiões tem suas veleidades de arrependimento; a consciência solta ainda num grito fraco; a cortesã revolta-se contra si mesma. Isso passa no dia seguinte. Eis o que é Lúcia; daqui a algum tempo o hábito fará dela o mesmo que tem feito das outras: envelhecerá o corpo, como já envelheceu a alma.
A humildade revela inteligência, nobreza de alma e superioridade de espírito, boa formação de carácter e um conceito exacto do que é a vida.
O sucesso da bailarina esta no valor que vem da emoção emanada do ventre da alma, em sua constância alegria.
Estou amontoando todas as nossas saudades num lugar bem escuro e escondido da minha alma. Junto com todas as coisas feias do meu passado. As que eu separo pra tentar esquecer. As coisas colocadas lá, acabam se perdendo pra sempre no meio de tanta bagunça. É o que sempre nos resta fazer com histórias sem finais felizes. Amontoar numa caixa, jogar num canto, e esperar que o tempo faça o resto. Que o tempo nos dê a habilidade de enxergar somente um amontoado de tralha no lugar daquelas lembranças absurdamente felizes. Porque por mais que escondamos certas coisas em lugares bem escuros, no fundo a gente sabe bem que elas continuam existindo. Então na verdade, a gente nunca esquece que essas coisas existem. A gente só esquece de gostar delas. É isso que fazemos com as coisas que não podemos matar nem possuir: tentamos esquecê-las.
Que o vento leve tudo o que fere a alma.
Que carregue o que impede o sorriso dos lábios.
Que cicatrize as feridas que porventura se instalarem no coração.
Hoje, eu quero que o amanhã seja precioso,
que traga Paz, que seja doce
Nada melhor que deitar e não ter peso na consciência. Essa leveza da alma ainda é uma das coisas que eu mais faço questão de manter.
A alma, felizmente, tem um intérprete - muitas vezes inconsciente, mas ainda um fiel intérprete - no olho.
"O culto da paixão tem mais sabor que pitanga roubada e minha alma dissoluta, dissimulada, mistura ao vinho uma idéia de me jogar em lençóis de linho ou no mar
Eu tenho o necessário em minha alma para manter afastado qualquer mal, desejo ou qualquer distúrbio.
Orar é derramar o coração e alma de modo sincero, consciente e afetuoso diante Deus por meio de Cristo, no poder e ajuda do Espírito. Essas coisas dependem de tal modo umas das outras, que é impossível que haja oração sem que todas elas cooperem. Por mais excelente que seja o nosso discurso, Deus rejeita toda súplica que não possua estas características. Se não se derrama coração sincera, consciente e afetuosamente diante dEle, e isso por meio de Cristo, não se faz outra coisa senão um
mero esforço de lábios, o que está longe de ser agradável aos ouvidos de Deus. Assim também, se não é no poder e ajuda do Espírito, é como o fogo estranho que ofereceram os filhos de Arão (Levítico10:1).
Uma voz doce e calma
A voz que aquece a minha alma
Logo imagino o teu olhar
Imagino ele ao brilho do luar
Com seu sorriso resplandecente
E uma beleza fervente
Com um olhar inocente
Porem a mente nos surpreende
De inocente ela se faz
Eu sei do que ela é capaz
”[…]Vou me acalmar a alma, relaxar, deixa estar porque tudo irá passar, vou respirar fundo e deixar o meu sorriso fluir naturalmente. Preciso mesmo é de ficar em paz comigo mesma, deixar o coração quieto e sozinho. Preciso do meu tempo, do meu espaço, preciso de um pouco de solidão, ando precisando de sorrir e chorar sozinha, de cantar, de dançar, fumar, tirar pontas duplas do cabelo, preciso de pensar…sozinha. […]Quero apenas estar comigo mesma, nesse momento sou a melhor companhia para mim, não quero precisar de nada agora. Quando tudo estiver tranquilo, irei soltar o coração e esbanjar sentimentos outra vez, mas enquanto isso vou-me esconder, vou-me aquietar. “
ESTE É O PRÓLOGO
Deixaria neste livro
toda a minha alma.
este livro que viu
as paisagens comigo
e viveu horas santas.
Que pena dos livros
que nos enchem as mãos
de rosas e de estrelas
e lentamente passam!
Que tristeza tão funda
é olhar os retábulos
de dores e de penas
que um coração levanta!
Ver passar os espectros
de vida que se apagam,
ver o homem desnudo
em Pégaso sem asas,
ver a vida e a morte,
a síntese do mundo,
que em espaços profundos
se olham e se abraçam.
Um livro de poesias
é o outono morto:
os versos são as folhas
negras em terras brancas,
e a voz que os lê
é o sopro do vento
que lhes incute nos peitos
- entranháveis distâncias.
O poeta é uma árvore
com frutos de tristeza
e com folhas murchas
de chorar o que ama.
O poeta é o médium
da Natureza
que explica sua grandeza
por meio de palavras.
O poeta compreende
todo o incompreensível
e as coisas que se odeiam,
ele, amigas as chamas.
Sabe que as veredas
são todas impossíveis,
e por isso de noite
vai por elas com calma.
Nos livros de versos,
entre rosas de sangue,
vão passando as tristes
e eternas caravanas
que fizeram ao poeta
quando chora nas tardes,
rodeado e cingido
por seus próprios fantasmas.
Poesia é amargura,
mel celeste que emana
de um favo invisível
que as almas fabricam.
Poesia é o impossível
feito possível. Harpa
que tem em vez de cordas
corações e chamas.
Poesia é a vida
que cruzamos com ânsia,
esperando o que leva
sem rumo a nossa barca.
Livros doces de versos
sãos os astros que passam
pelo silêncio mudo
para o reino do Nada,
escrevendo no céu
suas estrofes de prata.
Oh! que penas tão fundas
e nunca remediadas,
as vozes dolorosas
que os poetas cantam!
Deixaria neste livro
toda a minha alma...
tradução: William Agel de Melo