Alienado
O sujeito alienado no consumo já não consome coisas, mas a si mesmo, dissolvendo-se em um mundo de aparências.
O último voo.
...num movimento alienado, Aiumy olhou novamente pela janela impacientemente como se esperasse alguém. Estava inquieta e por isso foi buscar um cigarro no criado mudo do seu quarto, respirou fundo e foi caminhando o que lhe pareceu uma maratona. Colheu seu último cigarro do sexto maço que comprara junto de outros cinco a quatro horas. Acabou a munição, pensou consigo mesma, está chegando ao fim.
Sentou-se então na cama para acendê-lo, suas mãos tremiam incontrolavelmente o que dificultou o processo. Quando começou a queimá-lo fechou os olhos como se tentasse acalmar-se, como se fosse conseguir. Contou calmamente até 10 e depois deu uma tragada, pensou estar mais calma, mas a essa altura do campeonato Aiumy não conseguiria relaxar.
A sua frente mirava sua penteadeira desorganizada: quinze tipos de pincéis de maquiagem espalhados por todo o móvel, um curvex, seu estojo de sombras com cinquenta cores diferentes, um estojo de blush com seis tons e ainda 23 batons em todas as tonalidades de vermelho ocupando todo o espaço. Havia também perfumes, Carolina Herrera, Caron's Poivre, Jean Patou's Joy, Imperial Majesty, Chanel n°5, além de infinitos elásticos de cabelos de infinitas cores, grampos com e sem brilho, inúmeras jóias e algumas bijuterias. Por último e não menos visível, uma garrafa de Dom Pérignon vazia e alguns resíduos de sua fuga mais rápida. Alguns papéis, notas fiscais, contas e cartelas de remédio se via por ali também. Acima e refletindo tudo aquilo havia o espelho, que além de suas porcarias refletia o seu rosto cansado o qual não transparecia a tensão que ela sentia no momento.
Em uma tentativa de não enxergar sua desorganização, que sua mãe sempre considerara sintoma de loucura, olhou para o lado. Tentativa frustrada. Agora olhava seu criado-mudo ainda mais desorganizado, livros embaixo de tudo, 4 ou 5 exemplares, Clarice, Drummond, Machado, Nietzche, discos espalhados, pois adorava uma velharia. Ao lado deles seus óculos e a caixa do seu aparelho móvel: ambos inúteis. Muitas bolinhas de papel amassado além de embalagens de barrinhas de cereais de baixa caloria. Havia também o dobro de caixas de remédios, bulas, cartelas, receitas, copos meio vazios e um cinzeiro, o qual não se podia mais enxergar a imagem do fundo, muito menos qualquer outra parte do objeto que carregava bitucas e cinzas de quatro dias.
E agora, uma última bituca.
Acabou-se o cigarro então foi à janela conferir a presença de ninguém. Abriu a porta da sacada e demorou-se admirando as pessoas-formigas lá embaixo, era o vigésimo primeiro andar do prédio. De repente ao longe, talvez vindo da sala - agora não fazia idéia de onde colocara suas coisas - ouviu seu celular tocando Edith Piaf - Non Je Ne Regrette Rien. Irônico. Deixou tocar.
Tocou de novo. Ignorou. Não desistiu. Aiumy foi atender. Não quero, não quero, não quero, pensou alto, mas esqueceu de repetir mais uma vez para ir às quatro direções. Quando chegou parou de tocar, ela respirou e então tocou novamente. Somente de olhar o número não gravado seus olhos se encheram d’água. Não estava armazenado, mas ela sabia exatamente quem era. Atendeu, gritou, respondeu, esperneou. Do outro lado era o contrário: a outra pessoa respondia fria e indiferentemente. Aiumy desligou e jogou o celular no sofá, mas não havia dito adeus.
Olhou pensativa para o sofá, caçou o celular entre os cobertores e restos de comida. Mandou uma mensagem, uma palavra. Desligou definitivamente o aparelho e voltou ao quarto.
Dirigiu-se a penteadeira, sentou-se na banqueta, aspirou a ultima fileira e pensou, quem diria finalmente poderei me livrar desse vício. Olhou-se, e agora em seu rosto manchado de lágrimas transparecia seu sofrimento, porém havia prometido: "vou ser fiel ao rosto que criei". Selecionou suas maquiagens e se pintou, tornou-se perfeita novamente como era (re)conhecida, demorou quarenta e cinco minutos nessa última atividade e esforçou-se para não borrar, nem haver defeitos.
E então correu para sacada, até lembrar-se. Voltou até o criado-mudo, selecionou aleatoriamente uma das bulas, qualquer pedaço de papel serviria e escreveu alguma coisa pequena e somente nas bordas.
Voltou a correr para a sacada. Abriu a porta, apoiou-se com as mãos na mureta e olhou para baixo, ainda na sua incessante busca por ninguém admirando as pessoas-formigas. Pôs força nos braços, ergueu-se e ficou em pé na mureta, equilibrando-se com a respiração que aprendera na ioga.
Aiumy fechou os olhos, sentiu duas lágrimas caindo e seu coração pulando, seus braços se abrindo automaticamente em posição de asas e seu corpo foi despencando lentamente e para quem a entendia, percebeu.
Aiumy não caia, alçava voo.
Se você tem muito poder, acaba ficando alienado e arrogante. Mesmo que você seja cobiçado e procurado desde o principio.
FIM
O que achas de mim?
Pensas que sou teu escravo?
Ou rei? Ou um desvairado? Ou alienado?
Imagine o que quiseres
Não ignores teus pensamentos
Esses, tú conheces bem
Sentes que isso é uma vergonha
Inveja, inferioridade sem sentido
Fostes tú o criador de teus passos
De acertos e de erros
Foi por troca meramente material
Que tudo se transformou em escuridão
Tua estrada é assim
Te julgas invencível
Parece que não se cansas de ilusões, derrotas, de perseguições
Vives com os fantasmas da inveja e da preguiça
Por que essa tortura de vida?
Silêncio.
Apenas tú és responsável por um decente fim.
Setembro, 2010.
Ao melhor lugar é a sua mente que te leva, e estar alienado é o que nos cabe quando o mundo real é o maior gatilhos para a loucura.
Vou escrever um verso simples e improvisado, olhei para o fundo de seus olhos e fiquei alienado, você tem uma beleza deslumbrante, seu jeito de amar é hipnotizante, seu olhar reflete o horizonte do céu e seus lábios são doces como o puro mel.❤
Autor: M.Cauã❤
Seja racionalmente alienado, astral elevado, imaginário aguçado. A fantasia é real, só quase sempre acontece em outras dimensões onde com a mente aberta e espírito livre você pode viver em todas elas sem conflitos e em qualquer lugar.
Fanático, alienado, beato, bitolado.
São alguns atributos conferidos à alguém que tenta falar ou levar Deus à outras pessoas. Não desista!
A lei de Deus é tão poderosa, que faz... Somente sendo alienado, para não notar... Por isso não podemos seguir problematizando e negativando... Segue então positivando! 👍🏻
Enquanto o gado alienado só aceita que o ódio é só coisa ruim ou desnecessária, gente como eu descobre que é quase impossível lutar contra coisas odiosas sem podermos sentir o ódio. Às vezes me pergunto: por que será que a natureza está sempre possibilitando o ódio?
voto de cabresto...
voto alienado
voto do analfabeto politico
voto de cegos e surdos e ainda mudos
o voto é obrigatório
se vota em candidatos escolhidos pela ilite,
quando se têm um candidato ele é ladrão corrupto.
é por isso o mundo é dos espertos e paranoico pois se ganha dinheiro do país,
se tem contas no exterior com nome de laranjas,
depois o povo esquece o gigante adormeceu...
dentro dos contextos mais quatro anos de sofrimento...!
As religiões provocam uma cegueira que mantém alienado o indivíduo a pertencer obrigatoriamente ao sistema e desse modo o indivíduo se manifesta em favor porque a oposição representa castigo e morte.
De alguma forma tudo está meio que ligado, tudo em nossa vida anda meio que alienado, cheguei a essa conclusão depois que dei meias voltas e voltei para o mesmo ponto, você. E você da mesma forma, deu uns passos para outra direção e mesmo assim voltou para o meu lado. Como se mesmo que eu andasse ao sul, e você para o leste, iriamos encontrar uma forma para se esbarrar. Eu ao longo da minha caminhada arrisquei no passado, mas também conheci outras pessoas, me envolvi, me deixei influenciar, me permiti gostar Segui caminhos opostos, sabendo, ou até mesmo achando que isso não me levaria a você, mas o mais engraçado de tudo, sobre a vida em si, é que ela sempre nos surpreende, em uma noite eu dormi com a minha vida na monotonia, junto de uma pessoa que me fazia bem, mas não me fazia sentir totalmente inteiro, e no outro dia eu já não estava mais ligado a essa pessoa, e sim a você. É como se as coisas estivessem escritas, se envolver no passado e não fluir, se envolver no presente sabendo que ainda assim pode não fluir, mas da mesma forma arriscar. Eu arrisquei por você antes, e arrisquei novamente agora, e se eu pudesse mudar o meu passado, ou até mesmo o presente, eu não mudaria, estar com você, apostar minhas peças em ti, tem sido a melhor coisa que fiz. Se eu pudesse escolher de quem gostar, ainda assim eu escolheria você. É você, independente das voltas, era você naquele tempo, e é você agora, e mesmo que eu não escolha meu amanhã, ou até mesmo o futuro, eu ainda iria querer que fosse você.
ODE AOS INIMIGOS I
Obrigado, por me conduzires enganado,
Seduzido, alienado, bem-tratado, apaixonado...
À beira do abismo... (e de lá me empurrar...).
O que não sabias, e hoje sabes,
É que o Criador tem o poder de ressuscitar...,
Ou seja, de tantos mequetrefes como você
Fazerem-me cair... E Deus me levantar,
Aprendi a Nele sempre confiar
E, hoje, pela fé, sou até mesmo capaz de levitar...