Alcoólatra
“UM HOMEM SÓ SERA LIVRE DO VICIO DE ALCOOLISMO, QUANDO ELE RECONHECER QUE É ALCOÓLATRA. ENQUANTO ESTE DISSER! PARO QUANDO QUERO! CONTINUARA SENDO UM ESCRAVO DO VICIO.”
É assim que lembro do meu tio alcoólatra, bebia até cair, a família cansou de buscá-lo na sarjeta, era uma decisão infeliz, ele não se sentia doente e nós não conseguíamos mudar seu ponto de vista.
Ele não era aparentemente saudável, usava roupas inapropriadas, cabelos assanhados, com uma vontade súbita de morar na mesa de um bar. De forma esplêndida ele se destruía a cada dia. Fiel a cerveja, whisky e cachaça.
Era um otimista incorrigível, a vida estava sempre pedindo comemoração com um copo de bebida na mão, havia mil razões para convencê-lo do contrário, mas ele estava completamente feliz com sua escolha.
A família foi paciente, passou por momentos de vergonha, por dúvidas sobre uma internação compulsória, sob o olhar de julgamento de quem não entende da cruz de ajudar quem não quer ser ajudado.
Às vezes damos mais importância às drogas ilícitas do que ao alcoolismo, mas o sofrimento é o mesmo de toda dependência, principalmente para a família que não sabe como agir.
Por várias vezes ele foi encontrado molhado de xixi, com frio de uma madrugada ao relento quando resolvia mudar de bar e sair de casa sem avisar, com dívidas exorbitantes de vendas no fiado.
Foi tudo repentino, uma dose aqui, outra ali, uma vontade de beber de dia, de tarde, de noite, de madrugada, uma vontade de não sair do bar até ser expulso porque o estabelecimento precisa fechar.
Nem ele acreditaria que fosse possível se viciar, de jeito nenhum, essas coisas acontecem com os outros, ficamos imunes, não sofro de nada, posso parar quando quiser, bebo porque gosto e me faz bem são as respostas de sempre.
Essas pessoas não afundam sozinho, não sabem a gravidade de adoecer a família inteira com preocupações, com emoções desgastantes, com falta de dinheiro desviados para o bar, meu tio foi rico, poderoso, político, importante, porém perdeu tudo, se afundou.
Perdeu principalmente a dignidade, o respeito, o amor-próprio, perdeu seus neurônios, perdeu o que a vida tinha a lhe oferecer, perdeu a bondade, se espatifou no chão, se destruiu.
Diário de um Alcoólatra
Alcoolizado,
vejo como tudo esta errado
como o mundo é complicado
e o porque não estou ao seu lado
Como pode ver
Fico muito mais alegre ao beber
Pois todos problemas consigo esquecer
e é assim que deve ser...
Como o álcool é destilado,
Qualquer problema pode ser simplificado,
todos são meus amigos,
E ninguém fica parado..
Mais uma dose
e tudo começa a rodar
do passado fico a recordar
E no meio do bar, começo a chorar
Mais uma rodada
para eu não lembrar de nada,
e não me fala de igreja
Pois estou a degustar minha cerveja!
Nada mais me traz alegria
fora nosso álcool de cada dia
Vamos beber e nos divertir
Pois é o que resta para me fazer rir!
Meu pai foi ausente, alcoólatra e imoral!
Com 69 anos contraiu câncer de cabeça e pescoço e faleceu.
Eu lia a Bíblia para ele, tocava violão e cantava para ele ouvir.
Ele enchia os olhos de lágrimas e, em meio a tantas dores, dizia: "Eu nunca senti tanta paz. Você é como um anjo na minha vida!".
Eu respondia que o que ele estava sentindo era o amor de Deus pela vida dele. Minha irmã e eu fizemos tudo o que pudemos para cuidar dele, mas ainda achamos que fizemos pouco.
Ele não merecia o nosso carinho? Não me considero grande cantora e mal toco violão, mas era tudo o que eu tinha. Cada um oferece o que tem!
No final dessa história, o bem venceu o mal, e isso é o que importa! E você? O que tem a oferecer?
Quando uma pessoas consomem bebidas alcoólicas até se embebedar, não é porque ela é alcoólatra e sim para tentar esquecer o sentimento de dor que sentem.
Eis o amor que vale a pena,
é aquele que nos faz virar poeta
ou alcoólatra!
Imaginem um amor
que nos dá as duas coisas!
Uma dose de UTOPIA por favor!
É o desejo de uma alcoólatra insana que deixou de beber...
E agora garçom? Isto é Poesia ou Poema?
Me responda querido garçom, e o amor?
Arde sem se ver ou é dor que desatina sem doer?
Assim como os alcoólatras evitam um gole, ela segue o evitando para não reincidir o amor que faz mal a sua saúde.
Não virei alcoólatra, não engravidei aos 15 e nem estou desempregada. Sim, acho que orgulhos meus pais.
Assim como eu uso a bebida pra esquecer o Amor, os alcoólatras deveriam usar o amor pra esquecer a Bebida.
A solidão é como um alcoólatra, o sentimento de amor é como a bebida, que te faz mal e destrói sua cabeça.
Às vezes não é alcoólatra.
É só alguém que ofereceu
o amor quente e acabou na
companhia de cerveja gelada.
Para drogados e alcoólatras existem órgãos chamados narcóticos anônimos e alcoólicos anônimos, para pessoas depressivas existem os serviços como o CVV por exemplo, mas para pessoas que tem sérios problemas amorosos no relacionamento, até onde sei não existe um serviço que preste auxílio a esse tipo de ajuda gratuita e independente de se misturar com uma religião.
E em muitos casos o que leva uma pessoa para as drogas ou bebida ou ao suicídio, é justamente o motivo de um problema relacional amoroso.