Águia
Sou frágil, como asas de borboletas, mas tenho a coragem da águia que voa sem medo e, mesmo sem destino, nada teme.
Sê forte como o leopardo, leve como uma águia, veloz como uma gazela e vigoroso como um leão, no cumprimento da vontade de teu Pai que está nos céus
Divagações...
Quem me dera ser águia a voar através do sol, desconhecendo - das próprias asas - os limites... Ou notas musicais - em âncoras transformadas - eternizando fragmentos de um tempo intensamente vivido... Ou, então, mar de águas claras, de ondas valentes, de mistérios profundos a transmutar sentimentos do (a) poeta em poemas versados no ontem, hoje, sempre...
Águia, Garça e Coruja.
Com o tempo aprendemos, que para alcançar nossos objetivos, temos que ter alguns requisitos, alguns primórdios.
Aprendermos a ser como uma águia, enxergar longe, ter foco, no objetivo, ter uma fé inabalável no que acreditamos ser possível.
Aprendemos a ser como uma garça, saber entrar numa lama e não se sujar, conviver com o outro, sem nos deixar manipular.
Aprendemos a ser como uma coruja, silenciar a nossa mente, a observar e ser perseverante, não criticar e fazer da nossa experiência e a experiência do outro um mapa de possibilidades.
Distante a mirar!
Águia que olha distante,
Já sofreu tanto
Quanto sofri?
Um olhar distante
É o que me resta!
Será que somos
Dois diamantes sem brilho,
Ou esquecidos, ignorados,
Menosprezados, não
Lapidados, desvalorizados o que há?
Só fico aqui sentado pensado
Distante a mirar!
O homem é a águia que voa; a mulher, o rouxinol que canta... Voar é dominar o espaço, cantar é conquistar a alma!
Infelizmente, muita gente vive num plano bem diferente da águia. São, portanto, como urubu. Você já prestou atenção como o urubu voa? O seu voo não é em linha reta, mas sinuoso. Ele voa para lugar algum. Ele voa sem avançar para frente, sem desenvolver. Além do mais, vive sempre de olho nas imundícies do mundo. É assim que você está voando?
Queria ser uma águia para, quando a tristeza vir voar bem longe, ver o horizonte e me distrair, não olhar para trás, ser firme, forte e resistente...
Não fique esperando a tempestade passar
pra fazer alguma coisa
ou tomar uma decisão, a águia corta
o céu nos dias difíceis
e atravessa a tempestade buscando
bonança acima das nuvens.
Assim com o voo da águia cruza o céu, chega até às alturas, assim deve ser a vossa fé, não limitar em coisas terrenas.
Ao sopé de uma gigantesca montanha, confabulando amistosamente, estavam a Águia e a Tartaruga. Falavam sobre superar limites, e atingir objetivos.
A Águia, poderosa rainha dos ares, dizia não haver lugares inatingíveis, e nem metas que não pudesse alcançar. A envergadura de suas asas permitia que fosse a qualquer lugar. Era soberana e tinha a segurança que apenas tem, quem sabe do seu real potencial.
A meiga Tartaruga, a quem a Paciência já havia ensinado grandes lições, falava sem pressa. Contava sobre pequenos detalhes, que, ao longo de sua caminhada, haviam entrado pelos seus olhos, e marcado seu coração.
A Águia, sempre sedenta por aventuras, propôs um desafio á Tartaruga. Subiriam a montanha, para lá do alto, ver o mar. Queria mostrar para sua amiga, o tamanho real do mundo. O horizonte visto do alto, era de uma beleza impar. Empolgada, descreveu o aprendizado que sua alma faminta, já assimilara. A Tartaruga, conhecendo a velocidade de seus passos, soube que este desafio muito lhe custaria. Talvez a metade de sua existência. Mas, queria ver o que havia lá no alto.
Olharam-se, sorridentes, e começaram sua aventura. O farfalhar das asas da Águia, ergueu poeira, e em instantes, sumiu das vistas da Tartaruga.
E esta, movendo-se no ritmo que lhe fora conferido pela Vida, foi subindo lentamente. Seu corpanzil pesado tinha muita dificuldade para se mover naquele terreno irregular. Durante o trajeto, muitas vezes tropeçava na falta de experiência, e rolava morro abaixo. Mas, depois de se refazer, recomeçava a caminhada. A trilha era estreita, e muitas vezes, ela parava para dar passagem a outros animais, que subiam ou desciam, e sempre gentil, oferecia-lhes seu sorriso.
Alimentava-se da vasta vegetação, e seu paladar provou novos sabores. Alguns amargos, mas outros absurdamente tenros e macios. Olhando ao redor, para não perder nenhum detalhe, deu-se conta de que havia flores, ornamentando o caminho, e estas, com seu perfume, derramavam alento, dentro de seu coração.
Enquanto a Tartaruga se empenhava em subir, tomando muito cuidado com as quedas, a Águia, há muito já alcançara o topo. Aliás, não demorara quase nada, e agora, no alto de uma frondosa árvore, se perguntava quanto tempo levaria a Tartaruga, para vir a ter com ela.
Esperou dias e noites. E aquela paisagem, sempre encantadora, foi tornando-se cansativa, e ela ansiou por sair dali. Precisava alçar vôo, traçar novas metas. Tinha sido tão fácil chegar, e agora se perguntava porque incentivara a pobre Tartaruga a subir. Não seria possível esperar por ela. A Vida se agitava dentro das suas veias, e estagnar significava matar seu espírito. Morreria, se ficasse. Precisava estar em constante movimento, para que suas asas não atrofiassem. Olhou para baixo, e nem sinal da Tartaruga. Então, seu piado forte, cortou o silêncio, enquanto ela cortava o céu, e voou dali.
Anos mais tarde, completamente exaurida, chegou a Tartaruga ao topo. Durante este tempo todo, enquanto caminhava, e quando o cansaço minava as suas forças, era nas palavras da Águia que ela pensava. Veria algo novo. Veria um novo mundo. E este pensamento foi seu alimento. A cada vez que quase sucumbia, tentava visualizar aquele horizonte, descrito pela Águia, e então, cantarolante, começava tudo outra vez.
Seus passos eram constantes. A subida não lhe conferira uma nova velocidade. Muitas vezes, havia sido muito duro, olhar para o alto, e ver o quanto ainda faltava. Então, ela olhava para os lados. E olhava atrás de si. E, orgulhosa constatava que, mesmo que morresse ali, que jamais atingisse seu objetivo, jamais em sua vida, havia feito algo igual.
Faltava pouco agora, para que conhecesse um mundo novo. Mais alguns arbustos e estaria no topo da montanha. Seu coração batia apressado, seu corpo tremia de ansiedade e excitação. Então, a cortina se abriu. Tudo o que vivera até então, não se comparava ao que estava sentindo. Lá estava o horizonte se encontrando com o mar gigante. Ambos se tocavam, numa suave carícia, e o sol, nascia da união dos dois. Vinha saindo, todo matreiro, de dentro do mar, e erguia-se sobre a Terra.
Nesta hora, duas lágrimas suaves, brotaram nos olhos da Tartaruga. Mentalmente agradeceu á Águia, pelo incentivo que lhe dera. Sabia que não a encontraria ali. Sempre soubera. A Águia plantara dentro dela, um par de asas gigantes. Apostara em sua persistência, e graças a ela, a Tartaruga se tornara única, entre todas as Tartarugas.
Com um suspiro emocionado, recolheu-se dentro de seu casco, e dormiu serenamente.
A liberdade é algo bom, mas pense;
Passarinho voa livre, e existe sempre uma águia a caçar
Se queres a liberdade, terás que ter alguém, e saber que sempre vai haver a águia a te esperar.
"-A águia tem razão - disse Lorde Digory - Ouça, Pedro. Quando Aslam disse que vocês nunca mais poderiam voltar a Nárnia, ele se referia à Nárnia em que vocês estavam pensando. Aquela, porém, não era a verdadeira Nárnia. Ela teve um começo e um fim. Era apenas uma sombra, uma cópia da verdadeira Nárnia que sempre existiu e sempre existirá aqui, DA MESMA FORMA QUE O NOSSO MUNDO É APENAS UMA SOMBRA OU UMA CÓPIA DE ALGO DO VERDADEIRO MUNDO DE ASLAM. Lúcia, você não precisa prantear Nárnia. Todas as criaturas queridas, tudo o que importava da velha Nárnia foi trazido aqui para a verdadeira Nárnia, através daquela porta."
As Crônicas de Nárnia p. 729
O gênio é como a águia: quanto mais se eleva menos visível se torna, e vê castigada a sua grandeza pela solidão em que se lhe encontra a alma.
Pensamento do dia
De que me adiantaria voar perfeitamente como uma águia, rugir como um leão, se penso como um gafanhoto em só destruir as plantações?