Águas
A passos largos oiço ao longe um murmúrio
talvez sejam as águas que correm do rio
ou simplesmente o vento a assobiar
uma canção talvez, não consigo entender
É ao ver um castelo, na luz de um pirilampo
Trazem-me um pouco das sombras serenas
de labirintos na penumbra da minha memória
ofuscando os sentidos alucinantes
sem direção, sem palavras, de ausência
oiço ao perto o murmúrio do rio, no silêncio
do nosso encontro, caminho sem rumo,
das esquecidas e murmuradas palavras que
eu não entendo, os meus passos persistem
neste caminhar cansada e incrédula, onde sinto
o cheiro, o aroma da terra verde, o musgo
nas suas margens, uma saudade que persiste
na escuridão de um segredo guardado
numa tarde de inverno, oiço o murmúrio
de dor, de saudade, de amor sentidos e esquecidos.!!
Na torrente das emoções devemos evitar que nossas palavras saiam torpes e sejam levadas pelas águas turbulentas da incompreensão.
POUSO
Para me aninhar nos teus braços percorri mil oceanos,
As águas profundas de mim mesma.
Até dormir a teu lado passei as noites em claro,
Percorri os subterrâneos.
Para ver os teus olhos tive que descobrir os meus,
Meus olhos pousados sobre pedras quentes.
Chegar a ti foi tudo o que fiz. E foi o bastante.
O afeto, a confiança e a ternura devem ser tão espontâneos quanto as águas cristalinas de um manancial.
E, bem lá no fundo
de minha alma sofrida,
há segredos, você duvida...
Só das águas do mar profundo
deixarei voltar um dia
junto a uma forte maresia...
Encontrará quem comigo fez parceria...
mel- ((*_*))
ORAÇÃO
Eu velejarei de volta para casa, mesmo que por águas turbulentas, por que Tu estás comigo!
Eu descerei, sejam quantas vezes forem, mas retornarei ao cume, por que Tu estás comigo!
O fracasso curvará meu corpo abatido, mas o fogo do teu poder alimentará minha alma e novamente erguerei minha fronte, por que Tu estás comigo!
No vale da sobra e da morte, quando o temor paralisar meus músculos, sentirei forte a tua presença, por que Tu estás comigo!
Quando os trovões da maldade e do ódio alheio ameaçarem a minha tranquilidade, o escudo intransponível da tua verdade me protegerá, por que Tu estás comigo!
E quando os meus maiores temores implacavelmente se apresentarem, reinará em mim a calmaria vinda da tua bondade, por que Tu estás comigo!
Não apenas por mim, mas pela glória do teu nome.
Obrigado Pai!
Amém!
As vezes a curiosidade é como o vento que arrasta um barco sobre águas calmas para tempestades furiosas.
Vamos sonhar ordinariamente e mergulhar nas águas paradas e rasas do comum. Limitar o cérebro, nos conformar com o tradicional.
Vamos descolorir as tatuagens e desmanchar as canções. Apagar nossos rastros na areia, deixar secar a tinta da alegria.
Vamos ignorar o prateado da lua e tomar pra sempre o mesmo chá; violar nosso coração e deixar escorrer tudo o que amamos e que o mantém aquecido e colorido.
Vamos pintar nossos sonhos de gelo e afundar nossos barcos, nos misturar à multidão; desviar nossos olhos do sorriso que mais amamos e ignorar as cores alegres.
Vamos cortar as árvores mais queridas e quebrar os abajures mais brilhantes.
Rasgar as roupas mais ousadas e cobrir os espelhos.
Quiçá assim nos tornemos merecedores da morte e deixar este mundo não pareça tão cruel.
O Sofrer e suas águas.
O passo solitário do indivíduo o torna tão denso em sua "coletivização", que não observa os empecilhos, que as armadilhas da mente lhe impõe.
O sofrer para o humano,
É feito o olho d´água para o Rio
Nenhum vive sem o outro,
Do nascer ao caminhar
Sempre desafios.
Quando do sofrimento o humano supera,
Feito as curvas e obstáculos vencidos pelas águas,
Logo novos “sofrimentos” nos espera
E Impera,
E mesmo perante o Mar, o Rio não se apavora.
Isto, é Verdade anterior a própria verdade.
Isto, é anterior ao nascimento do próprio nascimento.
T.S.
"Navego nas turvas águas do meu meu pensamento, a procura de um afago, um momento. Tem ondas que são maiores do que as que desejo pensar e as imagino mesmo não querendo imaginar, algumas coisas são assim, mas não tenho medo. Se a coisa apertar me imagino na praia, na areia sentado fazendo castelo e percebo que dentro deste castelo é que existe paz, as vezes toda paz enjoa. Então meu coração voa e vejo as nuvens se engrandecendo até se tornar maiores do que eu desejo pensar."
Me livrar das tempestades do mar da vida me alivia a alma,
Mas caminhar por sobre as águas sem temer as tormentas me torna imbatível.
Quando o ser humano se permitir ser um peixe descobrirá a importância das águas; quando se permitir ser uma Minhoca compreenderá a importância da Terra;quando se permitir ser um Pássaro entenderá a importância do Ar;quando se permitir ser um Ruminante descobrirá a importância do Capim;Quando se permitir ser uma Abelha compreenderá a importância do néctar da Flor;quando se permitir viver entenderá a importância da Natureza para o exercício da Vida.
Queria banhar a minha alma
nas águas puras da fonte para
esquecer esta dor que dilacera o meu coração
tirar do meu corpo este sofrimento.
O coração bate descompassado
como se quisesse fugir de mim.
Num grito desesperado imploro
vai-te embora dor maldita..!!
AGIR E ACREDITAR
Um viajante caminhava pelas margens de um grande lago de águas cristalinas e imaginava uma forma de chegar até o outro lado, onde era seu destino.
Suspirou profundamente enquanto tentava fixar o olhar no horizonte. A voz de um homem de cabelos brancos quebrou o silêncio momentâneo, oferecendo-se para transportá-lo. Era um barqueiro.
O pequeno barco envelhecido, no qual a travessia seria realizada, era provido de dois remos de madeira de carvalho. O viajante olhou detidamente e percebeu o que pareciam ser letras em cada remo. Ao colocar os pés empoeirados dentro do barco, observou que eram mesmo duas palavras. Num dos remos estava entalhada a palavra acreditar e no outro agir.
Não podendo conter a curiosidade, perguntou a razão daqueles nomes originais dados aos remos. O barqueiro pegou o remo, no qual estava escrito acreditar, e remou com toda força. O barco, então, começou a dar voltas sem sair do lugar em que estava. Em seguida, pegou o remo em que estava escrito agir e remou com todo vigor. Novamente o barco girou em sentido oposto, sem ir adiante.
Finalmente, o velho barqueiro, segurando os dois remos, movimentou-os ao mesmo tempo e o barco, impulsionado por ambos os lados, navegou através das águas do lago, chegando calmamente à outra margem.
Então o barqueiro disse ao viajante:
- Este barco pode ser chamado de autoconfiança. E a margem é a meta que desejamos atingir.
- Para que o barco da autoconfiança navegue seguro e alcance a meta pretendida, é preciso que utilizemos os dois remos ao mesmo tempo e com a mesma intensidade agir e acreditar.
De todas as coisas o silêncio é o que mais me agrada.
Depois do silêncio, as águas, as folhas e a música.
A união deve ser como gotas de águas, quando encontrão se não há distinção, nem de cor nem do valor.