Águas
O tempo é implacável, tal como as águas de um livre curso de água, que segue uma constante em direção ao oceano, segue o tempo ao infinito.
O amor é como as águas d'um rio
Uma avalanche de sentidos
É como um alazão no cio
pelo vento galopando perdido
É desafio pra quem sente e manifesta
É provimento pra matar ou alimentar quem o poeta.
As pessoas são como águas
Correm como rios
confluem-se como os mares
navegam entre mananciais
sujam - se com seus interesses
E depois retornam limpas em seus lares
Lencois cor de branco do esquecimento
Amar?
A mar, sim, imensidão de volumosas águas sem poder mensurar. Amar amor, imensidão de um sentimento de sublime valor, imensurável valoração, daquilo que faz transbordante e saudável o nosso coração.
O nordeste tem.
O nordeste é resistente
por aqui de tudo tem
terra boa pra semente
e águas que fazem bem
pode ser independente
por ser auto - suficiente
não depende de ninguém.
"Águas profundas"
Vou flutuando pelos oceanos preocurando a direção do vento e o caminho das ondas , escorregando pelos deslizes de uma ciberg a caminho de me levar de volta a beira e conquistar tudo a que o pertence ,tendo o misterio e o segredo de baixo das aguas que de tanto sal brilha e mostra o outro lado do mar que se chama(vida ) e se prolonga a cada ano e guarda milhares de coisas perfeitas e com valores inegualavel a mãos humanas chama-se !viver oque nunca tinhas visto)
ANÁLOGO
Com as canoas oceânicas do ontem
flutuando nas águas do agora
estou navegando nas ondas do passado.
Finjo um gosto e no contra gosto
e as vezes mesmo cheio de desgosto
remo no tempo inconformado.
Já estou p'ra lá do meio
creio que o futuro irá mudar
mas a muda não desgruda do arreio.
Então me faço de conformado
mas pelos passos pesados do passado
eu sei, eu sei... O futuro esta condenado.
Antonio Montes
Ah! Se os ditados só deixassem as verdades
Se águas passadas não movessem moinhos
Mas deságuam no presente futuro
Meu coração, um moinho de cordas
lançado aos moinhos de vento!
Vai longe meu pensamento!
Um origami de uma ave que nem sei o nome
Vai arfando enquanto cai o lenço.
O lençol sobre um corpo.
Por um momento
Eu pensei que o pensamento fosse o sonho
E o sono fosse à noite e o tempo.
São as marcas do passado
Que escalam as escadas do meu quarto,
Sem escadas, sem escalas, como um astro,
Que surgiu pela janela sonolenta.
Foi um vulto, mas meu corpo não esquece
Que sentiu o vento, o vulto e a prece.
Eu esqueci da prece.
A pressa toma conta da nossa vida.
Eu tomei conta disso um dia,
Mas de repente a conclusão desaparece,
Como uma promessa esquecida,
Um raciocínio que se perde...
O que serão das promessas não cumpridas?
Das palavras não ditas, não ouvidas?
Mas sentidas, em cada pedaço da alma
E das almas esquecidas ainda em vida?
Serão almas congeladas?
Há um pedaço do mundo, alto e fundo
Para onde tudo vai.
Vai um sopro que Deus manda,
vai o sonho que se esqueceu
o pensamento que se perdeu
nas voltas que o mundo dá.
As paredes do seu quarto,
O primeiro amor sentido,
Todo o medo resumido,
Todo sorriso amargo.
Um morcego apavorado
Mora ainda aí contigo.
Não se assombre se um dia
Lendo... encontrá-lo ao seu lado.
É um limbro... diga assim.
Mas não está acabado.
É o limbro que habita em ti.
É um embrulho, é um sopro,
É o futuro do passado,
É o moinho do moinho,
Esquecido há tanto tempo,
Inerente a ti e tudo.
ÁGUAS DE CHUVAS
Águas de chuvas
que caem em março...
Faz calhamaços nos maços;
mata a sede na rede
e revigora as cores verdes.
Aproveite o jato, d’água
que não voa, mas esta molhada
molhando tudo, molhando a taipa
para construir a casa
singela, amassada e talhada
para a sua amante amada.
Águas de chuvas
despencando sobre o morro
psiu! Socorro!
Entupimento de bueiro,
meu Deus! Será que morro?!
Águas de chuvas
desaguadas das represas
para nadar, á Teresa
expondo felicidade plena
no calor da sua mesa
águas de chuvas de março
que mormaço!
Que beleza!
Antonio Montes
Quando você atravessar as águas, eu estarei com você. Quando você atravessar os rios, eles não o encobrirão. Quando você andar através do fogo, não se queimará, as chamas não o deixarão em brasas. Pois eu sou o Senhor, o seu Deus, o Santo de Israel, o seu Salvador
Saúdo o entardecer no espelho das águas, no bailado colorido das nuvens envolvendo o céu, como um abraço, como o descodificar de símbolos, numa linguagem de luz e de sombras.
Não há vultos, nem vozes, apenas o som da brisa soprando aos ouvidos da cidade uma canção melódica, finamente orquestrada nas harpas dos deuses.
É este entardecer que me acalma e me embala como o berço do rio que me viu nascer.
Hoje eu acordei sem dores, acordei na leveza das águas do mar. Uma sensação grandioso, "positive vibration".
Após muitos anos, na incerteza, vivendo a falta, tive um acalento: a tua presença. A felicidade que não se pode esconder atrás do explícito sorriso, meus olhos molhados de alegria não escondem o evidente.
Não tenho dúvidas que o tempo é muito precioso e implacável, mas pouco ou falível para poder apagar o mágico e verdadeiro sentimento.
Obrigado mais uma vez, que o tempo passe e deixe sempre os rastros do reencontro.
Eu me perco nas nuvens, onde os anjos brincam de esconder
Eu canto com as águas, onde a melodia toca minha alma
Eu durmo sob as estrelas, onde não há nada mais lindo se ver
Eu sonho com o amor, que me acalenta e me acalma...
Eu acordo toda manhã. Abro os olhos e penso: lá vamos nós de novo.
... que o novo Ano seja Próspero!
Quem joga uma pedra
Nas águas de um lago tranqüilo
Pode sempre vislumbrar
O efeito na superfície
Mas a pedra prossegue impassível
Invisível trajeto
Cujo destino a gente não sabe
Nem pensa...se esquece
E a pedra e as águas
Obedecem seus destinos
A água, no seu ciclo
Percorre o mundo
Enquanto a pedra
parada
vai cumprindo
solitária
A triste sina
de ter nascido pedra
Mas a pedra,
quando nasce abençoada
Percorre por tempo indeterminado
Os confins do Universo infinito
Guardadas as proporções
Há vidas que são água
Enquanto
Outras vidas são pedra
Fazem vôos diferentes
Leves ou pesados
Ambas, porém
Jamais poderão se eximir
de um destino
E ambas estão obrigadas
A um dia experimentar
A queda
Edson Ricardo Paiva
E finalmente entendi
que o rio não pára,
e que as águas contornam as pedras
à procura do melhor caminho...
Parei de tentar removê-las
e, apenas mirar-me no exemplo
das águas do rio.
Cika Parolin
SEMPRE TERÁ ALGUÉM.
Ainda que os pássaros deixem de cantar, as águas deixam de fazer os seus sons, e as arvores deixam de orquestrar sua sinfonia.
Ainda que o sol não brilhe, a chuva não caia, a lua não apareça.
Ainda que o dia desapareça de nossas vidas e a noite caia sobre nossas almas.
Ainda assim surgirá um poeta, um romântico, um apaixonado, um sonhador que encontrará uma forma de viver e descrever o verdadeiro amor..
REVOADAS
Há um segundo atras
O rio era outro, outras águas
Eu teria uma vida mais longa...
Há cinco segundos atras
Eu era mais jovem quinze segundos
Somando-se dez segundos
Que eu levei pra escrever esta frase
Há dez minutos eu tento falar
Que o tempo passa
E implacavelmente deixa suas marcas...
Há quanto tempo tento falar desse enigma
Outros olhares, outras palavras, outros rios
E o rio passa em mim há quantos séculos
Outras palavras não explicaram
Ou não foram compreendidas
E o tempo tingiu nossas cãs
Um dia nos erguemos sobre nossos membros inferiores
E pensávamos que sabíamos de tudo
Mas o tempo muda as paisagens
Verga nossas espinhas e embaça os horizontes
Mas nós poetas escrevemos
E libertamos pássaros em revoadas
E nesse bater de asas divino
De editar sentimentos, alguma coisa muda
E navegamos incólumes às vicissitudes naturais
O individuo perece mas o poeta é imortal