Águas
Olhando para a vida vejo um mar revolto, águas turbulentas de ondas sombrias
Um mar de fúria que não tem pra onde desaguar. Assim vejo uma vida que está sofrendo angustias, tristezas e dores na alma, sem esperança, sem amor, sem rumo e sem luz. A alma doente disseca o corpo e aos poucos vai tragando a vida para este mar, se afogando em desilusões e decepções causadas por nós mesmo.
A alma doente mata aos poucos esse ser vivente que não tem forças para reagir e se entrega para a morte, é lamentável e doloroso esse processo que passamos por um período de tempo na vida. Esse processo é uma experiência que vem para nos avivar e mudar por dentro nosso modo de pensar sobre a vida, muitos não conseguem sair e os que saem e compreende o motivo do processo, compreendeu tudo.
Nenhum ser humano está imune dessa experiência todos um dia viveu ou vive esse caminho sobre o mar, e para os que sobreviveram, renasceram outra vez.
Não se culpe tanto!
Se você não fez a coisa certa, pelo menos não ficou esperando as águas do rio baixarem, enquanto faz um temporal que não cessa.
Os resultados não vêm de quem espera, mas de quem não se intimida.
Nara Minervino
Devaneios
É o tempo que passa,
é a vida que vai,
qual as águas do rio,
que não voltam mais.
É o olhar sofrido,
do sonho perdido,
do sonho que o tempo,
deixou para trás.
É a criança escondida,
num corpo surrado,
que a mão da vida,
ajudou a surrá.
Que já não desperta,
do sono pesado,
por que o passado,
não pode voltar.
Autor: Cícero Marcos
VOZ DAS ÁGUAS
Voz das águas! Voz das águas!
Quem é que escuta as tuas mágoas?
Quem escuta o teu clamor
Clamando por mais amor?...
Clamando por mais limpeza,
Mais respeito à natureza.
Voz das águas! Voz das águas!
Quem é que escuta as tuas mágoas?
Quem é que escuta o teu grito,
O teu canto mais aflito,
Ecoando pelo Norte...
Relutando contra a morte...
Quem é que escuta as tuas mágoas?
Voz das águas! Voz das águas!...
RIO MORTO
(Parodiando Manuel Bandeira)
Onde as águas puras do passado
Produziam vida em abundância
Contemplo agora a realidade
Do presente, degradado, poluído,
Onde escorre, na areia, o rio morto.
Rio morto, rio morto, rio morto.
Águas de paisagem cristalina
Que abasteciam os ribeirinhos!
Águas, potáveis águas,
Para bebermos jamais.
Se perderam com o rio morto.
Rio morto, rio morto, rio morto.
Rio morto, rio injustiçado
Rio violentamente, rio
Morto, sem motivo algum,
Razão nenhuma. O que foi
Ficou no passado.
Agora é apenas um rio morto
Rio morto, rio morto, rio morto.
As águas vão e voltam! Assim é nossa vida também.
Então vamos doar gratidão para ter um mundo com mais união!
O vento bate nas águas do mar
De longe vejo as ondas se formar
Meus pés descalços calmo caminhar
Sinto a brisa meu nome chamar
É o marasol
É o marasol a me chamar
É o marasol
É o marasol de Yehovah
O sol quente já vem inspirar
Um renovo na areia do mar
Vejo o horizonte e vejo o luar
Ansioso a tomar seu lugar
É o marasol
É o marasol a me chamar
É o marasol
É o marasol de Yehovah
Um menino descalço a jogar
Um barquinho de longe a pescar
O silêncio me leva a pensar
No grande e lindo tamanho do mar
É o marasol
É o marasol a me chamar
É o marasol
É o marasol de Yehovah
O AMOR é a energia mais poderosa
É ele que inspira a vida e subitamente
Começam a cantar águas e florestas
A vida é bela!
Que os golfinhos e os botos possam continuar a fazer festa nas águas dos Rios e no Mar, mostrando aos seres humanos o quanto é maravilhoso viver neste planeta.
O mito do vento
Tantas vezes a face estampada no reflexo,
Das águas, espelhos, telas e estampas...
Sabem lá inúmeras vezes escancaradas
Este enigmático ser humano sem nexo!
Ah! Existem aqueles a acusar o outro:
- Como és narcisista seu rosto á postar!
Entres flashes surgem as selfies no ar:
Rostos, caras e expressões, é o colostro!
Há quem desdenha dizendo assim:
- Vais ver quantas curtidas recebestes?
Naquele ar de quem não age por tal fim!
Daí, amplificando o mito, decifro o atrito:
-Todos, sem exceção, narcisistas rebeldes!
Pois, todos carregam sua imagem no vento!
LAGO DE AMOR
O amor amado,
Aquele amor para o qual se entrega, entregado...
É como as águas tranquilas de um lago;
Ainda que se atirem pedrinhas...
Que se joguem pedras grandes e pesadas,
Que se criem as ondas e se fiquem revoltados;
Que se admirem e se fiquem espantados;
Logo tudo se acalma...
Isso é enigma do amor!.
O amor explorado, o amor forçado é:
Viver em um leito de um rio corrente...
Em cada curva se encontra embaraços, pedras;
Se é surpreendido e se vive assustado.
Não vale a pena viver um amor assim;
Viver estas coisas acaba com a gente;
Coisa sem nome, neutra...
Coisa sem jeito, sempre uma treta.
Á viver em pressuposta solidão... Preferível
é ter ainda a esperança no peito.
Flores e eu!
Regando flores artificiais, com águas minerais que nascem na fonte da imaginação...
Flores artificiais não crescem... Também não morrem...
Meu eu vive um dilema, quase um sufocado problema que me faz pensar: A dor de ser eu é amenizada pela alegria de não ser os outros...
Enquanto molho minhas plantas, os outros plantam para não molhar...
Sou um ser social que vive em um mundo virtual, totalmente antisocial. Sem transtornos aparentes, vivo uma vida normal.
Meu eu é uma mistura típica. Tipo comida baiana. De tudo um pouco, do nada, acabo em sufoco. Tenho muito que dizer. Fico triste ao perceber que não sei me expressar.
Um sofrimento latente que alcança os lugares mais impenetráveis, onde minhas plantas crescem, os jardins florescem, e a vida não para. Assim como o tempo. Bem, os dois param... Mas lá não...
A flor artificial parece comigo: Muitos admiram, poucos molham, ninguém planta...
Sem almoço ou janta, vivo a vegetar.
Sinto pena da planta que nem isso faz...
Vou contar um segredo, tenho medo da flor secar, um dia meu eu acordar e não mais conseguir dormir. A flor não está triste, não vive em estado vegetativo. Pobre crisântemo, jamais será natural, sem aromas como as rosas do jardim que desafiam por ser perfumada.
Pra mim, você tem cor, cheiro e sabor. Deixou meu dia mais feliz, ainda que não saiba disso, pois a natureza te negou a raridade de não ser parte da fauna nem flora, porém, quem liga agora. No final, vamos acabar em um lixo por não sermos naturais. As flores e eu...
TEMPO DE MAR
Desaguarei em nós nas águas
Interditas na nascente do rio
Palavras exaustas de sangue
Procuro-te no rio a correr para o mar
Mas estás presente no mistério
Do verbo amar no tempo
E hoje estive a ver o mar
Deixei-me empurrar pelo brisa do vento
E deixei fluir os meus pensamentos
Caminhei deixando na areia
As marcas das dores que carrego nas costas
Afinal temos tanto em comum
O vazio, a fúria, o indomável, o bravio
E na alma trago todos os sonhos
A bailar-me nos olhos do coração
É tão difícil furar este mar
Que me empurra para as ondas entre a areia
Sou aquela que se desfaz ao vento entre a areia do tempo no mar.
Gênesis 1 : 10 E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou mares. E viu Deus que era bom.
11 E disse Deus: Produza a terra erva verde , erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nela sobre a terra. E assim foi.
As reflexões que ganham vida, se tornam atemporais, transformando os cronistas em águas vivas, imortais; inesquecíveis.