Água
Águas escuras dos rios que levam a fertilidade ao sertão. Águas que banham aldeias e matam a sede da população. Águas que movem moinhos são as mesmas águas que encharcam o chão e sempre voltam humildes pro fundo da terra, pro fundo da terra. Terra, planeta água...
Aprendi há muito tempo que as histórias não são totalmente verdadeiras ou falsas porque são alimentadas por meias-verdades, por mentiras bem contadas ou lembranças distorcidas.
Ela nasceu chorando. Talvez porque percebesse que sua mãe não a amava… Talvez por ser mulher em um mundo dominado por homens… Ou talvez por sentir que seu destino já estava decidido e que, para alcançar a felicidade, sua vida se tornaria uma dura e longa batalha…
Assim como o chocolate se mistura com a pimenta para fazer o mole, a alma dela se misturou com a dele na eternidade daquele instante.
Ela tinha a incrível capacidade de transmitir seus sentimentos aos pratos que preparava.
Uma donzela estava um dia sentada à beira de um riacho deixando a água do riacho passar por entre os seus dedos muito brancos, quando sentiu seu anel de diamante ser levado pelas águas. Temendo o castigo do pai, a donzela contou em casa que fora assaltada por um homem no bosque e que ele arrancara o anel de diamante do seu dedo e a deixara desfalecida sobre um canteiro de margarida. O pai e os irmãos da donzela foram atrás do assaltante e encontraram um homem dormindo no bosque, e o mataram, mas não encontraram o anel de diamante. E a donzela disse:
- Agora me lembro, não era um homem, erram dois.
- E o pai e os irmãos da donzela saíram atrás do segundo homem e o encontraram, e o mataram, mas ele também não tinha o anel. E a donzela disse:
- Então está com o terceiro!
Pois se lembrara que havia um terceiro assaltante. E o pai e os irmãos da donzela saíram no encalço do terceiro assaltante, e o encontraram no bosque. Mas não o mataram, pois estavam fartos de sangue. E trouxeram o homem para a aldeia, e o revistaram e encontraram no seu bolso o anel de diamante da donzela, para espanto dela.
- Foi ele que assaltou a donzela, e arrrancou o anel de seu dedo e a deixou desfalecida - gritaram os aldeões. - Matem-no!
- Esperem! - gritou o homem, no momento em que passavam a corda da forca pelo seu pescoço. - Eu não roubei o anel. Foi ela que me deu!
E apontou para a donzela, diante do escândalo de todos.
O homem contou que estava sentado à beira do riacho, pescando, quando a donzela se aproximou dele e pediu um beijo. Ele deu o beijo. Depois a donzela tirara a roupa e pedira e pedira que ele a possuísse, pois queria saber o que era o amor. Mas como era um homem honrado, ele resistira, e dissera que a donzela devia ter paciência, pois conheceria o amor do marido no seu leito de núpcias. Então a donzela lhe oferecera o anel, dizendo "Já que meus encantos não o seduzem, este anel comprará o seu amor". E ele sucumbira, pois era pobre, e a necessidade é o algoz da honra.
Todos se viraram contra a donzela e gritaram: "Rameira! Impura! Diaba!" e exigiram seu sacrifício. E o próprio pai da donzela passou a forca para o seu pescoço.
Antes de morrer, a donzela disse para o pescado:
- A sua mentira era maior que a minha. E Eles mataram pela minha mentira e vão matar pela sua. Onde está, afinal, a verdade?
O pescador deu de ombros e disse:
- A verdade é que eu achei o anel na barriga de um peixe. Mas quem a acreditaria nisso? O pessoal quer violência e sexo, não histórias de pescador.
Deus permitiu a existência das quedas d'água para aprendermos quanta força de trabalho e renovação podemos extrair de nossas próprias quedas.
*-*A mesma água que mata a sede,afoga;
O mesmo fogo que aquece,queima;
A mesma mão que acaricia,mata;
A mesma boca que beija,ofende;
O mesmo amor que traz felicidade,magoa...-
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A água inteira do mar não pode afundar um navio, a menos que ela invada seu interior. Da mesma forma, a negatividade do mundo não pode te derrubar... A menos que você permita que ela permaneça dentro de você.
Ao meu amigo Baiano
"Deitado na rede tomando água de coco, sentindo vento no rosto, levantar? Meu Deus! Que desgosto".
Mas não estou triste, e tampouco alegre, não estou sentindo nada, pode jogar água fervida no meu peito, eu não vou gritar, eu não vou levantar, eu não estou aqui, ninguém está me vendo, eu não estou me vendo.
... acaso os lábios tocariam levemente a pele antes de encontrarem a água, e, sendo a sede muita, sofregamente iriam recolher no côncavo as últimas gotas, acordando assim, quem sabe, uma outra secura.
"buscar a aprovação de outros não passa de um ato de vaidade e tal pressão pode paralisa lo de sua própria vida.existe algo mais vazio que isso? Alguns chamam de autojustificação, mas não consigo ir contra minha natureza.sou dono de mim,ao ponto de traições não me afligirem.tudo que preciso é de meus fiéis companheiros,mesmo que isso signifique uma vida indigna