Água
os muçuns
eles turvam a água
para que você não veja,
para que você não beba,
para que você não seja,
para que você não saiba,
para que você não suba
e depender da aspereza;
turvam a água e são retráteis,
retratos de déspotas a despistar
cinicamente;
eles estão na superfície
e nós no fundo, entre náufragos,
como seres estranhos,
se alimentando do que afunda
e está morto;
no fundo, sem vermelho,
sem amarelo,
sem verde
e o azul já se desfaz,
escuro e frio...
eles estão na superfície
e nós no fundo,
em baixa temperatura-
dentes à mostra-
e a pressão aumenta
esse entredevorar-se.
tempo em que a palavra verde esperança
é proliferação de bactérias
e há versos que nascem das feridas,
da injustiça, do incêndio, do abuso-,
e até os poemas são equipados para a guerra.
O que sacia o corpo, é o ar, a água, o alimento;
O que sacia a alma, é o sentido, o amor, o conhecimento.
CANOEIRO
Na água doce do rio
Sopra o vento devagar
E La se vai canoeiro
Tranquilo sempre a remar
Rema sem pressa de ir
Tão pouca pressa de chegar
La se vem canoeiro
Tranquilo sempre a remar
Desliza em onda tranquila
Batida de remo a passar
Segue um canoeiro
Tranquilo sempre a remar
De bubuia nessas águas
Destino vai te levar
Manhã tão cinza e noites claras
Canoeiro sempre a remar.
Beba apenas de uma única fonte e achará que só lá tem água limpa sem nunca questionar a qualidade do que você bebe.
Uma das mil vantagens de ter relacionamento com Deus, é que não precisamos mais buscar água, em poços vazios.
CASSINO GLOBAL
A Terra é partida
Transformada em tabuleiro;
Terra e Água, Bem e Mal,
Xadrez globalista polarizado,
População desigual
Tudo é jogo, legalizado;
Tudo é oculto e o vírus letal…
Sociedades secretas de ambos os lados
Corrompendo o espaço vital,
Com as mesmas regras absurdas,
conspiram pelo domínio global.
Minha dor
Como água é minha dor
Não tem cheiro nem cor
E é abundante como um rio que segue seu leito as águas do mar
E imensa como o oceano
Um oceano cheio de amor para dar
E apaixonado só de olhar
Pois é incapaz de beijar
E se contenta com o simples e leve sopro do luar.
Amor completo
Sou a água que te rega, o sol que te amanhece, o fogo que insistindo em ser soco, te aquece.
Sou a estrela que aparece, o favo de mel que te derrete, e o doce, o doce na boca que o seu delírio apetece.
No final da tarde sou sopro, vento que acalenta, abraço que estremece.
No fim do dia, sou negrume, o mais belo dos perfumes, seu desejo reconhece.
Que seja tudo para ti, o que teu corpo implora e pede, seja fogo e também água, que enternece e te deságua, na mais bela namorada.
O Amor é ...
O amor é como a água
que corre sem parar
num caudal de solidão
no pulsar de um coração
para as águas do mar.
O amor é como a vida
que se dá de par em par
que por vezes é paixão
outras tantas ilusão
de nossos olhos a chorar.
O amor é como a rua
onde passa quem passar
onde chega quem partiu
d'onde parte quem sentiu
tanta dor no seu olhar.
O amor é como as rosas
nas margens do cansaço
umas vezes entre flores
outras tantas entre dores
no leito ou no regaço.
O amor é como a morte
vem de longe num rumor
à procura d'um Poeta
que fala, que confessa
tanta coisa sem pudor.
Afinal o que é o Amor?! ...
É uma coisa inacabada
que alegra e magoa
que nos deixa ir à toa
à deriva pela estrada.
INTUIÇÃO
Olhe para a água e verás
o reflexo da sua imagem.
Através do vento encontrarás
o suspiro da coragem.
Através da água saberá,
dos segredos a relevar.
Acredite sempre na sua intuição,
para não desviar da direção.
Sua intuição vai te guiar
e te alcançar onde estiver
basta sempre avaliar,
os caminhos que passar.
"Se eu tivesse 70 anos eu voltava morar no sítio. Não paga água, luz, gás......quer comer uma raposa ou tatu, só caçar".
as palavras mais bonitas nascem-lhe nos olhos
como se fossem pétalas a soltarem-se da mãe
ou água a descer por rochas verdes e brilhantes
sonho deslizar-lhe um dia pela rigorosa curva
ou pela silhueta vermelha que sei existir-lhe
porque oiço a ousada adolescência quando fala
o seu aroma хвилясте transporta-me ao mar
eleva o desejo à longa potência do horizonte
desenrolando-lhe a nobreza da pele nos meus olhos
e sendo altar ou santuário ou templo da juventude
se lhe escrevo é porque me inspira pura voz e sorriso
é porque sobre o silêncio das aves cai o seu esplendor
é porque a sua ausência derrama insuportável ácido
é porque das palavras nasce um dos gemidos em que amo
De todos os materiais, a água é o mais resiliente. Sobe até os céus, desce como gotas de lágrimas, percorre corredeiras, despenca em forma de cachoeiras, cabe orgulhosamente num oceano ou humildemente na circunferência dos olhos. Não resiste aos obstáculos, contorna-os sem reclamar. Deveríamos ser metaforicamente como a agua. Caímos, nos levantamos. Somos pisados, contornamos. Somos excluídos, evaporamos, vamos para outros ares.
O pior balde de água gelada é a descoberta, mas depois, o sol vai secando e a gente vai ficando quentinho de novo.