Água
Água abençoada que faz germinar a terra dando o fruto aos seus filhos que mata a sede que lava a alma.
Abençoada seja a água que nos mantem vivos sobre este planeta terra que por mérito deveria se chamar planeta água.
Hoje estou feito água de riacho que as pedras todas contorna. Sem choques, sem colisões. Água que corre transparente, límpida e que é capaz de refletir quem quer que seja. Ela que pode matar a sede, esfriar o rosto ou permitir um banho. Trata-se da ousadia de cada um. E que, inevitavelmente, leva para longe todo o tipo de impurezas, todas as incertezas, e que deixa cheirinho de novo. É hora de renovar. Energias boas, energias positivas. E vamos nós para mais um dia bom.
"Vez ou outra me ponho debaixo do chuveiro e deixo a água cair nos ombros só pra ter a ilusória sensação de que o peso irá escorrer pelo ralo..."
A água subiu e bateu, a chuva veio, firme fiquei, mas quando a bomba veio de cima não pude nada fazer, o entulho encheu e restolho sobrou para ser retirado da minha vida, hoje tudo é mais difícil, mas a esperança ainda há. Referente ao 11.09.2011
Agora o que me falta e ver se a porta da despensa está fechada. E se a água do café já ferveu. Agora o que me falta é ver se o meu quarto ainda está arrumado, ou se continua bagunçado como tudo aqui dentro de casa. O que me falta agora é um pouco de chá de Erva Doce para acalmar os animos. é ver se a minha agenda está lotada de afazeres desnecessários. Ou se a minha agenda está vazia de anotações baixas e românticas demais. Agora o que me falta é ver se o meu cachorro está alimentado, ou ver se as minhas roupas já voltaram da lavanderia. Andei o dia inteiro esperando te encontrar. Comprei até incenso para perfumar. Até deixei a luz entrar, antes de tentar escrever-te mais uma carta anônima. Mais a luz já partiu, junto com essa tarde que deixa o céu meio avermelhado, me fez querer ler-te Clarice, ou Mário. Tanto faz, dês de que me deixe sorrindo atoa. Dês de que me faça sentir aconchego, e me deixe inspirada para mais um dia te amando sem compromisso.
DILÚVIO DE MIM
Sinto-me água deslizando ladeira abaixo, rumo aos bueiros onde escondo os temores jogados pelas janelas da minha alma.
Através desse dilúvio no qual me transformo, e escorre das avenidas dos meus olhos, sou levada pelas enchentes de emoções, onde afogo meus sentidos e me perco de vista nessa correnteza sem direção.
Destinos
Lá fora caem gotas d’água; é a chuva.
Escorrem gotas no meu rosto; é dor.
Chuva que cobre o sol, acaba o dia.
Dor vem disfarçada pelo sorriso.
O passado me entristece, por que?
Foi quando, um dia, decidi te esquecer.
O passado me alegra, é você!
Hoje eu, ainda, só sei te querer.
O meu destino não quer me ajudar,
O vento vem pra trazer teu perfume.
Ele me atormenta só de pensar
Já entendi que devo te esquecer
Só não aprendi a não te querer
Me ajude, por favor, com seu amor.
POEMA DA SOLIDÃO
Serei tão secreta
como o tecido da água
e tão leve
e tão através de mim deixando passar
toda a paisagem
e todo o alheio pecado
do gesto, da presença ou da palavra
que logo que a tua mão me prenda
me não acharás:
serei de água
A VIDA, A ÁGUA E O VINHO
A vida é a correnteza, nos leva;
A água e o vinho, também
O primeiro é essencial,
O segundo nos traz a essência,
Portanto, um somos nós
O outro, o que queremos ser
São todos efeitos da vida.
A água é como se fosse nós quando nascemos,
Simples, puro, modesto, sem gosto, natural;
O vinho é como se fosse, ou será, robusto, ousado, complexo, perito, artificial
Mas são fases naturais, num mundo artificial, estético
Se comparar um e outro, vemos em sua essência, a água acima do vinho, hierarquicamente,
Porém, nada compara a vida em sua essência,
Seja esteticamente;
Seja intelectualmente;
Pois, ela se abstrata, desenvolve e perece
É abstrata porque nada é igual , seja a forma ou objeto
Se desenvolve porque segue sua evolutividade dinâmica
Por fim, se perece por que, assim como uma história, tudo e todos têm seu fim,
E quem escreve é o destino, seja feliz ou triste.
A água é vida ,
Vinho é água,
E a vida é o destino que nos cerca.
Escrevo para todos os tipos de leitores, desde os que querem “água com açúcar” aos que fazem das palavras sua fábrica/fonte para vida. Não que tenha a pretensão de agradar a ambos, pelo contrário, gosto mesmo é de incomodar.
Lição de presta atenção: Coloque a pessoa sentada numa bacia até ela perceber que a água esfria... Resultado imediato!
Vou arrumar a casa, colocar água nas plantas, ascender uma vela e rezar pras coisas se acomodarem... na verdade queria pedir que tudo não passasse de um pesadelo e que a gente acordasse... tomar um banho e, talvez, andar na praia... quem sabe, na beira do mar, eu encontre um rumo... ou consiga formular pensamentos que provavelmente nunca serão ditos...
É, o amor é água que lava, que apaga
é mão que acalma, que bate
é fogo que queima e clareia
é vida que chega e que parte
(...)