Água
Eles estavam em cima de uma mesa de piquenique naquele parque junto ao lago, à beira d’água escura, com parte de uma árvore caída, talvez um ipê amarelo com as raízes expostas, meio escondidos por uma bancada. Sentaram-se sobre a parte superior da bancada e tiraram os sapatos despreocupados. Era a triste como março, e a grama do parque era muito verde, o ar cheirava a sol. Havia abelhas, e o ângulo do sol fazia a água parecer ainda mais escura. Ocorriam mais tempestades naquela semana, com algumas árvores derrubadas e o som de motosserras destroçando. Suas posturas na mesa de piquenique eram idênticas: levemente avançados com os ombros arredondados e cotovelos nos joelhos. Às vezes, quando estavam sozinhos e pensando ou lutando para se entregar a Jesus Cristo em oração, eles se encontravam em dúvidas.
“E?”
“A história não termina. Não é no sentido tradicional. É possível que essa realização final seja a que finalmente desperte a escrita, mas acho esse resultado duvidoso. Acho que o ponto não importa.”
“Cadê o fim?”
“Isto, penso eu, é a chave para a qualidade narrativa da história. É terapêutica, não em seu conteúdo, mas na interpretação, que procura de uma só vez que você se identifique com a representação.”
“Qual é a do urso?”
“Judiaram do urso. O propósito da literatura é provar que não estamos sozinhos."
Sem água, sem vida!
A seca continua vasta
e a plantação não conduz
a terra se torna gasta
e do céu somente a luz
e o pobre gado não pasta
e o agricultor não produz.
Você é água,
Linda em sua nascente,
E mesmo sem ver todos os seus caminhos,
Sei que seu destino é crescente,
Sem eira nem beira, hora cachoeira, hora apenas corrente,
Seu sorriso, ainda na minha mente
Se espalha e toma todas as formas
Você é água, em sua eterna mudança,
ainda assim tão igual,
tão criança, tão jovial,
Mas carrega o peso do seu mundo
como Atlas carrega o peso global
Eternamente mutante à meus olhos, porém a mesma em todas as suas formas, caminhos e lembranças
Você é água, mas temo que em sua magnificência, eu desaprenda a nadar em sua presença,
mas mal sabes tu, que anseio por me afogar em ti.
Você é água, pequena.
Escrito por: Theophille Ramos
Pingo d' água
na torneira lá de casa.
Pouca água nos mananciais.
Não quero ver guerra na vida da gente!
Paradoxo na beira do cais.
Planeta Terra
Perdendo identidade,
seca documentada de cidade a cidade
Água no olhar
gotejando sem parar
Consciência!!!
Lave nosso pensar.
Se você não navega em meu mar
Se desconhece meus mistérios
Se você é ar e eu sou água
Eu junto o céu e o mar
Eu subo aos céus para te encontrar.
Eu me entrego a ti
Mesmo que as diferenças
Não me façam sorrir...
Mesmo que muitas vezes
Não possas me acompanhar,
Pois sei que somente abraçados
Poderemos voar.
Luz do meu caminho
Anjo que veio me salvar...
Deita cabeça no meu peito
Pois é contigo que vou ficar.
Amor que rege minhas tormentas
Desgoverna meus mares
Senhor do meu destino
De todos meus amores.
Amor que tanto busco
Amor que nos teus braços encontro.
Refúgio dos meus sonhos
Fortaleza de minha alma.
Lágrimas derramas em meu mar
Delas eu bebo teu verdadeiro...
Nos teus olhos eu enxergo teu guerreiro
Que me pede para ficar.
Fica então no meu mundo
No meu corpo, vida e cama.
Eu fico no teu, porque sou tua
E minha alma te reconhece e te chama.
Me abraça e me leva
Nosso amor é possível.
Amor de tantas provas
De tantas glórias...
Amor só nosso
Perfeito amor.
Perdeu
Ricky Henry
.
Não diz nada meu amor...
Eu sei que quando água da bica secou.
Você veio e ao meu lado ficou...
Mais eu sei que errei...
Eu...
Estava confuso, perdido, em conflito com a minha mente...
E aí, eu joguei fora um grande amor...
Desacreditei e infelizmente eu sei bem o quanto eu errei...
Aí só me restou o fundo do poço...
Chorei...
.
Refrão:
Hoje só tenho que orar e torcer...
Pra que o tempo seja cauteloso...
E que seja feita de Deus a tua vontade...
.
Mais preciso de fé em Cristo...
Colocar a cabeça na água fria...
Procura me reencontra, e me decidir...
Se estou pronto pra do teu lado caminhar...
Jogue a pedra, quem nunca acredito na vitória certa, e aí perdeu...
Que seja feita de Deus a tua vontade!!!
VIDA
Onde te encontro?
No útero da fêmea grávida
No olhar da criança pávida
Na fonte da água que jorra
Nas lágrimas da mãe que chora...
Onde te encontro?
Na chuva que molha o roçado
No arrependido que confessa o pecado
No vento que uiva lá fora
No filho que vai embora
No céu de estrelas cintilantes
Na árvore de frutos saciantes...
Onde te encontro?
Na ajuda que pede o mendigo
No animal dócil ou que ameaça perigo
No ladrão que assalta o mercado
No funcionário que acaba amordaçado
No sol que os dias clareia
Na lua que paixões incendeia...
Onde te encontro?
Na fumaça do casebre distante
No jardim de cada habitante
No mar com suas embarcações
Na terra onde há plantações
No Deus que estou sempre a crer
No amor que sinto por viver...
Onde te encontro?
Na morte onde sei
que outra vida viverei...
mel - ((*_*))
Melania Ludwig, 28/04/2015
Será que é amor
Telhado furado, uma gota d'água cai no meu colchão
Um pingo de chuva, uma gota do céu, escuto um trovão
Eu sinto na pele um leve arrepio e penso em você
O vento lá fora sopra e trás frio, começo a escrever
Falo de amor, da linda menina que me encantou
Dentro do meu peito, um estranho sentimento, será que é amor?
O aumento do número de pessoas secas e frias, faz um mundo com carência da água da vida e o calor humano do amor.
Inclinar os ouvidos à voz de Deus é o mesmo que aceitar e beber água cristalina, para logo sair do seu deserto e entrar no refrigério espiritual de sua alma.
UM POUCO DO QUE SOU
Sou a água do coco, o doce da cocada.
Do corpo, a água de cheiro.
Morro na praia, todos os dias, depois de molhar teu corpo inteiro.
Sou a poça nas estradas, e da criançada, o poço;
sou o suor do teu rosto, a chuva, a enxurrada.
Sou o sereno da madrugada, o orvalho,
e as lágrimas dos teus olhos.
Sou a esperança dos idosos,
e a doce alegria das crianças,
sou o fiel da balança,
o ouro da torneira.
Sou o “direito”, o amor perfeito
que brota do chão,
que desce do céu;
sou bombeada,também, pelo coração.
Sou um devoto em súplicas,
estou no pássaro que voa,
sou a vida na Terra, acontecendo.
Sou uma célula pulsando em cada canto.
Estou na presa fugindo; e na ave de rapina.
Sou a fonte brotando,
água cristalina,
Juntinho dos buritis;
pra não me estender muito, sou de todos os lugares: do Planalto Central,
da Serra da Mesa, da Moeda, da Canastra...
Da Serra Geral.
Sou das veredas do Guimarães Rosa, da Serra do Curral,
do Pantanal...
sou de Minas Gerais,sou Universal:
sou vista até em Marte.
Por fim, sou a justiça qual rio a correr,
que não pode secar;
sou a vida escoando
procurando o mar.
-24.04.16
E ao colocar meus pés na água do mar,
já não sou mais eu, adulto anestesiado,
mentalmente cansado, não sou mais.
Sou uma criança,
Uma típica criança feliz à brincar,
chuto as ondas, corro, mergulho,
boio, pulo, caio e até me arranho,
Planto bananeira para sentir
o vento nos pés.
Visto-me de algas/almas marinhas
e prossigo a dançar.
Transformo-me em peixe, sereia, tritão,
Tento abraçar infinitamente,
toda vastidão desse belo mar.
Força e fé.
É a força do sentimento
é a fé que nos acalma
é a água e o alimento
é a terra e a palma
é a dor do sofrimento
que purifica a nossa alma.
Não desperdice sentimentos puros e verdadeiros, assim como a água eles um dia podem faltar. E a seca juntamente com a sede podem assolar e tornar árido um coração que por natureza nasceu fértil, capaz de gerar flores e o mais genuíno fruto do amor.