Agradecimentos a Jesus
Meu primeiro amor
Com o …
Por entre as pétalas das suas “mathangas”
Aprendi como é que,
Se desenha um filho
Sem noção de arquitectura
Penetrei-te amorosamente
Como o camponês
Desvirgina a terra
Na esperança de um dia
Lhe proporcionar uma bela colheita
Quando gritei Nhandayeyoôô…
Quando invoquei aos meus antepassados
Era o nosso filho estalando-se no seu óvulo,
Fecundante.
Era o leite que, amanhã, fará com que,
Os que hoje te chamam de “Nguavana”
Te chamem mulher
Contigo aprendi que,
Na vida nada mais doce pode existir
Senão essa fonte de prazer
Que as sexopatas vendem até em “Dumbanegues” .
Coitado de mim
Sempre fui amado
Mas nunca subi retribuir
Vagabundo incorrigível
E causador do sofrimento alheio
Eu sou bicho, me assumo sem receio
Quantas vezes me quiseram amar
E eu fingi que já amava sem razão
Magoando inocentes sentimentos
Acabando com sonhos do coração
Se eu pudesse ser outra pessoa
Invento sorrisos para enganar, e consigo
Vivo inventado cores sem sentido
Um dia irei pagar. Coitado de mim
Não estou a saber viver a própria vida
Sou ironia de mim mesmo, é!
Enquanto eu semear esta semente
Ela não vai parar de crescer
E quanto menos tardar, irei colher
Porém, amargos serão os seus frutos
Como mudar?! Coitado de mim.
Imaginação
Quando o sabão acariciava,
O seu corpo apoiado na palma da mão
E eu em pensamentos te via
Suava e o desejo me molhava o rosto
Me sentia inútil por nada poder fazer
Mas a esperança adormecida despertava
E eu desacreditado acreditava em mim
E não via a hora nem o dia de possui-la.
O destino é sempre justo
Na hora oportuna
Sabe sempre juntar;
Lábios,
Gémeos nascidos um para o outro
Assim aconteceu
Quando naquela noite, eu laguna
Associado num beijo ruidoso de prazer
Assinando o contrato do meu amor por você
A combinação biológica e química
Se deu para nunca mais chamar outra mulher
De meu amor senão você meu amor.
Mulheres montagem
Enquanto umas
Preferem trabalhar deitadas
E descansar em pé
Umas outras
Gastam o suor do sangue velho dos pais
Na compra de beleza em “Dumbanengues”
Compram cabelos
Cujos verdadeiros donos
Vão apodrecendo em sarcófagos
Compram unhas
E agem como onças
Nas noites em que vendem e não são pagas
Vestem-se erudita e artisticamente
Mas nem se quer
Nas suas próprias línguas
Me podem definir “Arte”
Elas montam-se de princesas
Para ludibriar coitadinhos
Que roubam o salário mísero
Que a adúltera da vida
Vomita em cada final do mês
Como ganho dos pobres pretos dos pais.
Admiração
Se com palavras
Eu pudesse dizer o que sinto
Ou em prosa ou em verso
A tal prosa ou os tais versos
Nada mais seriam
Senão o mais belo que no mundo há.
Marília
Marília,
Sempre acreditei
Que te teria um dia
Para realizar o que sempre sonhei
Vê-la de perto
Tão linda e tão clara
Agora estou certo
Que a tua beleza é rara.
Desvida
Se é vida não sei
Momentos há que desacredito
No quanto na desvida me apeguei
Enfadonho e imprestável no descritivo
Mais sei o que foi mais do que o que será
Eu e muitos como eu
Cá chegamos vindos de boleia
Uns nasceram do pai que morreu
E outros foram paridos na diarreia
O optimismo em algo nos ajuda
Prologar a nosso crença absurda
Tolos! Pouco sobra-nos esperança
Com razão. O sofrimento tem desgastado
Aqui se nasce e se morre na desgraça
E foi preciso pecar para ser diabo
Há uma conotação entre nós todos
A carência nos fustiga como doidos.
Até à morte
De todas as dores que
No inferno da vida contraí
Nenhuma pôde ser tão forte
Como a que a tua morte me causou
Com os olhos vejo nada
Pois a minha satisfação
Consistia na tua existência
Estou morto na vida
E muito ansioso para morrer
Definitivamente.
Eu sei que assiste o meu pranto
E não vês a hora da minha chegada
Mas eu quero que saibas;
Enquanto eu não morrer
Sempre rogarei a Deus
Que me tire a vida
Para na morte contigo viver
Continue morta
Pois, não tardar
A dor da tua perda
Também irá me matar.
Miséria dourada
Tal maravilhoso e meigo bom dia
Sai misturado com o brilho de ouro
Mas é tudo fruto da putaminosa estadia
Na famosa e frequentada casa do matadouro
Dantes o pim pim pedia que saísse da estrada
Mas esse de hoje é para o dono ser visto
O volante lhe fica, mas a lata foi emprestada
É talento que possuem os que vivem nisto
Sempre atrás da mulher do vizinho
Quer provar ser macho onde nem fêmea é
Ele te dá para chupar e faz com carinho
E sempre vais chupar porque és bebé
Calças, sapatos e cabelos sempre novos
Se formos a ver a saúde está despida
A vossa vaidade é sensível que 2 ovos
Já são horas, divorciem-se desta desvida.
Sentimentos que sinto
A tinta vai peando
E a folha servindo de chão
A mente vai exprimindo
Belos sentimentos do coração
Floresço-me em cada verso
E desconheço-me no mesmo
E já não é em terceto disperso
Que a quadra me vê com sarcasmo
Sou artista de mim próprio
Sinto poesia circulando na veia
Assim como alguém se embriaga com ópio
Poesia e mais poesia, sempre a mesma ideia
Alegro me quando me exprimo
São sentimentos que eu sinto
É por isso que o que sinto é esquisito.
Prostituto
Prostituo-me com prostitutas
Disdou sentido a minha vida sem sentido
Só para que os de más condutas
Olhem para mim e digam “ele é fudido”
A minha vida é tão enfadonha
Tal e como a de muitos jovens
Cheia de vícios, malefícios e vergonha
Eu tenho isso em mente não sei se tu tens
Embarquei na loucura dos tempos
Desviei-me dos bons costumes que aprendi
Sonho na área e tudo vai com os ventos
Não sei nem se quer dar conselhos a ti
Eu que sou o mais antigo na vida
Mal sei formular projectos de vitória
Vivo como mortos atormentados pela desvida
Depois desta, de mim ninguém terá memória.
Minda
Minda!
Só para dizer o quanto és linda
Sem receio 1000 versos como estes faria
Versos iguais ao teu rosto cheio de alegria
Embora não penses o mesmo de mim
Com versos e rimas te elogio mesmo assim
Tu mereces, ainda que consideres pouco
Aceite o elogio deste vadio, poeta e louco
Até podia te oferecer um vestido de marca
Mas não seria mais belo que a sua anca
És doce no falar e excitante no desfilar
És preta e negra com isso deves te orgulhar
Não te ofereci flores porque és uma delas
Nem me foi necessário te oferecer estrelas
Tu brilhas, alegras os olhos do apreciador
Resumindo todo poema; Minda és um amor!
Não acredito
Embora fosse o que sempre quis;
Me deitar no seu corpo como morto
Desfalecendo os meus músculos virís
E ressuscita-los no aconchego do seu porto
Embarquei na loucura de dissuadi-la
Organizei mil dúzias de caprichados versos
E os recitei docemente para comove-la
E se uniram em mim sentimentos dispersos
Para a minha espantosa alegria, me aceitaste
Não acreditei! Era um sonho ouvir de ti um “sim”
Quase enfartei quando amorosamente me osculaste
Na hora esqueci da vida, por conseguinte, de mim
Estou infinitamente feliz por tê-la ao meu lado
Alegras-me os momentos e viabilizas-me os sonhos
Embora não acredite, mesmo por ti sendo desejado
A verdade é que os meus dias já não são tristonhos
Reflexões da mente
Tanto esforcei a mente
E na efervescência dos miolos
Rapidamente conclui, infelizmente;
Na minha cabeça mais do que piolhos
Tem o que atemoriza muita gente
Tenho muito tempo para pensar
Acredito esta ser a maior riqueza do pobre
Tempo, suficientemente, para lastimar
Mas o que eu concluo é simples e nobre
Embora tão difícil num poema se revelar
Trago nesta meia dúzia de versos
Um segredo, a chave para se ser feliz
Embora já tenha vários escritos dispersos
É neste que revelo o que se sabe e não se diz
Eu e todos, infelizes, pela vaidade submersos.
Estrela minha
Nunca te elogiei
Mas sempre reconheci tua beleza
És linda, incomparavelmente, com certeza
É por isso que sempre te amei
Aprecio te ver sem extensões
Não que tenha algo contra elas
É que de cabelos com as sobrancelhas
Só de te olhar se me alegram emoções
És a melhor flor do meu imaginário jardim
Adora mais que tudo em ti, pois é lindo
Ainda que um dia esqueça-me a mim
Pensar sempre em ti é bem-vindo
Nada me alegra longe de ti
Porque a tua presença me motiva
Do que me magoaste esqueci
Por ti só sinto amor, minha diva.
O Nosso amor já era
Ontem foste a preferida
Amava-te mais do que a própria vida
Igualmente me amaste também
Só que o tempo foi passando
E conheceste outro alguém
Desde então vivi corneado
Tentei avivar o nosso amor
Mas em troca me causavas dissabor
Sonhei acordado e desacordei
Não soube explicar-me o sucedido
Muito menos entender onde errei
Vi o amor desgastado e desiludido
Hoje sou eu quem não te quer
Não por vingança, nem se eu puder
Magoaste-me quando te superiorizaste
Como quem traz o mundo às costas
Sem medir esforços te mostraste
Não quero saber se de mim ainda gostas
Saia dos caminhos que um dia nos uniram
E devolva-me o amor que as flores pariram
Para que não mais de mim sintas falta
Para que não mais me lembre de ti um dia
E com meu novo amor tenha vida grata
Pois contigo já era, se é que não sabia.
Mistura dos tempos
Chorei rios de saudades e nostalgia
Pois despertaste a infância em mim
Voltei a ser criança, lembrei o que não devia
Ó vida nefasta! Porque me maltratas assim
Porque não me deixas viver o presente
Tão sem graça como sempre foi
Me recordas o passado mísero e indigente
Sem ao menos dizer; passado, oi!
Não me mistures as minhas tristezas
É suficiente o fardo que diariamente levo
Lhe afirmo isso e mais, com todas certezas
Conheço a paz mas somente a observo
Agora vida, basta de lamúrias
Não sei qual é a sua real intenção
Se é me treinar para viver nas luxúrias
Ou eternamente me magoares o coração.
Tapete vermelho
Estás num tapete vermelho
Como te fica nele caminhares
És uma imagem reflectida no espelho
Que tombo terás quando despertares
Num mundo tão real como este
Não sei como é que consegues tanto sonecar
Esse velho que tão novo coração cedeste
É caso e desfruta bela vida familiar
O que me admira nesse vosso amor
É ouvir de te que se amam sem limites
Mas que amor é esse que não dás valor
Entregando se a mim sem recreio nem convites
Não vou pedir que o deixes agora
Pois não tenho o material que ele te dá
Mas eu lhe advirto antes mesmo da hora
Largue-o, antes que a vida te prove o quanto é má.
Bando de embriagados
Tão jovem tão bêbado
No sangue mais do que vitaminas
Circula o álcool
Que vergonha!
9 Meses de castigo
Para nascer uma cegonha
Vale a pena um aborto
Do que esses friks de hoje,
Vivem o modernismo
O que eu chão de perdição e morte
El Salvador, Zero, Zed, DoublePaunch, Tentaçao, Boss …
Que nomes tão belos
Mas com efeitos desastrosos
Eu não consumo esse veneno
E tu?
É claro que consomes pois não passas de um ébrio.