Afro Descendência
Lá vem ela, minha afrodite, com sua beleza singular;
Seu andar top model resplandecente;
Sua pele trigueira, puro libido;
Em seus cabelos curtos, cachos;
Seus lábios vermelhos, um sorriso estonteante;
Em seus olhos, o brilho do sol me chamando para acompanhá-la...
E eu aqui, completamente inerte;
E lá vai ela... Como um devaneio.
Muito tarde pra pensar. Não há discernimento no mundo que tenha forças para afrontar a impetuosidade com que você invade a minha mente.
. Como è, delicioso e afrodisíaco, o bom humor, a paciência, a cumplicidade, o companherismo, o sorriso e as gargalhadas que despertamos em que amamos, e quando doamos um pouco de nòs sem cobrar ( ou querer) algo em troca...
E nada mais afrodisíaco, quando em tudo que praticamos existe o sentimento SINCERIDADE, AMOR E COMPAIXÃO!
A carta de afronta
Foi quando nasci chegou esta carta.
Dizia o senaqueribe que atravessou minha vida.
Eu vou te abater.
Vou te perseguir.
Você vai sofrer.
Eu tanto cego que não sabia ler.
De fato eles quis, desejo eu morrer.
Muita dor.
Muita tribulação.
Angústias no sabor.
Febre, desespero e muito calor.
Aqueceu de tal forma.
Experimentei essa norma.
Um jardim escasso de flor.
Assim foi minha vida, sem ver a cruz do amor.
Hoje sinto muito mais.
Cansado e oprimido.
Tento vencer o gemido.
Confrontar esse satanás.
A carta que acabei de ler, um tanto assustadora.
Que afronta de quem hoje foi ungido.
De quem pede a ser escolhido.
Apresento esse exército a ti senhor.
Sei que abate no sopro o causador.
Esse que tripudia da referida dor.
Minha mente se confunde.
Então mostre me a direção.
Não permita que eu afunde.
Receba minha gratidão.
Sei que ele não toca mais em mim.
Porque o senhor decidiu assim.
Ungido que teme.
O inimigo geme.
Abate todos os exércitos.
Faz do mendigo um rei.
Acredito, creio.
Giovane Silva Santos
vou continuar semeando o bem, pois sei a certeza da colheita. Quanto as afrontas? Quem nunca as recebeu? Visto que são males de quem a produz e por isso, não podem me alcançar. O meu plantio eu conheço. Não conheço e não recebo o plantio dos outros do qual eu não faço parte.
Sou preto, tenho sangue de afro-brasileiros correndo em minhas veias, minha cor nunca definirá ou atrapalhará minha trajetória, sou um menino negro e cadeirante tentando fazer história.
*George Floyd* foi assassinado por andar com notas falsas, mas será que vão me assassinar por ser negro e ter uma ideologia simples e verdadeira?
Autor: M.Cauã❤️
KIZOMBEIRA DA RAÇA
Sou afrodescendente. Sou negra! Qual é? Sou negra de sorte!
Meus cabelos revoltos da cor do grafite, beleza da cor.
Já fui renegada. A dor da chibata já marcou demais.
Em lamentos de dor meu povo gemeu derramou muito sangue,
Nunca mais Ku Klux Klan! Vem Luther King lutar pela paz!
Apartheid jamais! Salve Desmond Tutu! Viva Mandela!
Sou livre e capaz! Tenho a força tenaz! Orgulho demais!
Ecoou as kizombadas na festa da raça ao som do tambor.
Eu sou da kizomba e da capoeira jogada que gira o corpo,
Que chuta bem alto com o canto de fé ao som do atabaque.
No ritmo do afoxé, do agogô eu sambo meu samba na ponta do pé.
De saia rodada, penduricalhos nos pulsos e canelas a chocalhar,
De pés descalços na areia da praia vou levar flores pra Dandalunda.
Com meu traje branco no candomblé só peço axé pros meus orixás,
Minha mãe é Oxum e meu pai é Ogum a força da fé.
Eu como abará e acarajé com dendê. Feijoada rapaz! Com pimenta é demais!!
É dia de festa da nossa cultura com sol ou com lua, vale até chuva.
Povo afrodescendente formando um arco-íris bonito demais!
A minha mãe África está bem aqui! Vem pra cá kizombar!
Deixa de dengo! Vem pro batuque ganhar cafuné.
GOSTO
Do seu afrocoque!
Em especial,
quando os seus dedos
invadem os meus afrocachos...
Gosto também do seu afrobeijo,
afrolhar,
afrodesejo
a me desejar
"A vida precisar ser afinada como uma corda de violão, o segredo está no equilíbrio entre afrouxar e tensionar a corda em busca da afinação perfeita."
Sou sujeito, sou direito! Sou humano!
Hu- mano? Ah, mano!
Mano indígena, mano afro
Mano cigano, mano ribeirinha e quilombola, mano refugiado.
Minha diáspora, minha ancestralidade, minha huma-idade
Não extermine minha cor, meu gênero., minha humanidade. Meu chão, meu pão, tanta inflação, sem condição...
Crianças, infâncias, órfãos, velhices, se tenho ou não necessidades que o normal chama de “especial”. Sou humanidade!
Minhas crenças, minha descendência, não há inocência, existem carências....
Respeite, respeito!
Todos os direitos, os empregos, dos ordenados, os tratados.
Minha moradia, a saúde que se via, todavia, só morria...
A criança que sorria, só o ECA não bastaria...
Direitos, respeitos, humanos...Precisaria?
Humanos, falhamos, erramos...
Nos endireitamos... o Ser singular, Ser plural, Ser igual, Ser único. Ser direito e Direitos para ampliar o meu e o seu estágio, HU-MANO!
Ainda que estejas na ponta
No fim, permeável ao ódio
Que seja tão grande o que te afrontas
Mas, encoraja-te, transforma teu precipício em pódio.