Adultos
Como pode um mundo abarrotado de adultos sem noção, querer que uma criança de 10, 11 anos já tenha maturidade suficiente pra saber o que está fazendo?
Ah! O amor nos faz perder o juízo!
Torna adolescentes em adultos e velhos em adolescentes: não existe regra, não existe idade, não existe nada além dele. Se é surpresa para corações jovens, para os mais vividos é um presente dos céus, pois chegou na hora em que não acreditava mais no possível. A esse é dado mais valor, nem mesmo tem preço.
Ah o AMOR!!!!
Feito algodão doce
Sentimentos bons
Poderiam nascer em árvores.
Ter cores alegres
Feito algodão doce.
Envoltos em saquinhos
Plásticos transparentes.
Bem protegidos,
Mas à mostra,
Para que todos pudessem ver
E desejar possuí-los.
Árvores doces e coloridas
Para contagiar crianças,
Jovens e adultos.
Agora já entendia a diferença entre ser criança e ser adulta. Quando alguém dizia que podia afastar as coisas ruins, uma criança acreditava.
Eu sempre preferi a companhia das pessoas mais velhas, desde pequena...
Quando criança, muitas vezes deixava de brincar pra ficar no meio dos adultos, escutando os casos, histórias engraçadas (ou não), entre outros papos que aguçavam a minha curiosidade e também minha ânsia em tornar-me adulta.
O mundo adulto, para mim, era encantador... Eu admirava os mais velhos, me divertia e aprendia com eles.
Meus pais e tios costumavam se reunir aos finais de semana para jogar buraco. Não tinha diversão melhor para mim! Ficava sentadinha na mesa só observando (e aprendendo) o jogo. Algumas vezes dava palpites e amava quando chegava o meu momento de jogar (já um pouco mais crescida, claro). Na maioria das vezes, como eles varavam noites jogando, eu pegava no sono debruçada na mesa e geralmente acordava com os arranca-rabos dos parceiros discutindo as jogadas. Até disso eu gostava! Só ia pra cama quando o cansaço realmente me vencia, depois de uma longa briga com o sono.
Na época eu não sabia, mas na verdade o que eu gostava mesmo era da sabedoria dos mais velhos. E sou assim até hoje! Não é porque já sou adulta que eu ainda não tenha o que aprender e admirar...
Não que eu não goste de pessoas da minha idade ou mais jovens. Na verdade, tem jovens que possuem mais maturidade e conteúdo do que muitos adultos. No entanto eu tenho muita facilidade em me relacionar com os mais velhos, justamente porque cresci assim, fugindo das relações rasas e pessoas fúteis.
Sempre fui uma boa ouvinte e, nesse mundo cheio de faladores e "donos da verdade", as pessoas andam necessitando disso, querendo alguém que simplesmente as escutem, atenta e carinhosamente.
O Facebook se tornou um divã, onde as pessoas se derramam publicamente, por conta dessa falta de aproximação e vínculos. É louco, mas a rede social resgata e aproxima, mas também afasta e afrouxa relações.
Eu, como uma boa libriana (e nostálgica) que sou, sinto falta das amizades e relações da moda antiga. E daí bate aquela vontade de voltar no tempo e ser criança novamente, ser a criança que fui, que achava o máximo os adultos com banquinhos nas calçadas, papeando depois de um dia exaustivo.
É impressionante que, com toda a tecnologia de hoje, inúmeras formas de comunicação, as pessoas estão cada vez mais solitárias... Pior ainda, quando finalmente se encontram, ficam sem assunto, ou desconfiadas de se abrirem francamente umas com as outras (???), ou impacientes e intolerantes em ouvir opiniões e experiências divergentes...
Estamos nos acostumando com telas e esquecendo dos rostos. Aprendemos a nos expressar com emojis e nos desacostumamos a identificar as reações dos semblantes.
Não temos mais tempo de qualidade uns para os outros, e graças a isso, as clínicas terapêuticas estão cada vez mais lotadas.
E o telefone? Virou um meio de comunicação arcaico, enfeite na estante. Quando toca, (como aconteceu agora enquanto escrevia), geralmente é engano ou propaganda de produtos que certamente não nos interessa.
Que azar, ter me tornado adulta nessa época em que os adultos "não sabem" mais como se relacionar sem um smartphone ou computador...
quem és tu ó cadela leprosa
que faz soar e ressoar os meus tímpanos
ponha-se atrás dos capitais da ignorância
e veja a distância que nos separa
Para crianças há um pavor em descobrir as limitações daqueles que você ama. A hora em que você descobre que sua mãe não pode protegê-lo, que seu tutor cometeu um erro, que o caminho errado precisa ser tomado porque os adultos não têm força para tomar o correto... cada um desses momentos é o roubo de sua infância.
As crianças não mentem. Quando dói, elas falam. Quando estão bem, elas falam. Elas sempre são sinceras. Mas os adultos fingem que não estão doentes quando estão. Mesmo se estiverem recuperados, eles fingem a doença para poderem ficar um pouco mais.
Cordel da EJA
Muitas são as dificuldades encontradas por quem constrói o universo da Educação de Jovens e Adultos.
Para os alunos que estão recomeçando com todos os desafios, o preconceito do desnível, os conflitos de concepções, a luta contra o cansaço, a merenda não muito agradável mas um desejo no coração.
Para os professores, o último expediente, tentam manter o sorriso nos dentes para esconder o grande enfado. Ajustam a paciência para aquele aluno exaltado, pega na mão de dona Maria pra ela não escrever errado, mesmo que no curso de matemática para isso não tenha lhe preparado,
ouve até comentários de seus próprios colegas que professor da EJA é um tanto folgado, não sabendo eles que pra ajudar no recomeço exige é serviço dobrado.
Para o gestor é um tanto complicado, mediar os conflitos dos alunos ditos como “os danados”, justificar a falta de água e do material dourado é cobrado de todo lado, professor, aluno, vigia até do secretariado.
E a coordenadora por essas horas está rodando pra todo lado, botando aluno pra dentro, planejando caso a caso, tentando marcar uma reunião que inclua todo o professorado.
Mesmo com tudo isso, é um grande prazer participar pra valer da segunda chance da vida desse alunato semi-alfabetizados, da BNCC escanteados mas no meu coração, sempre amados!
Rayane Valentim
Ainda há uma resistência da sociedade em olhar para a criança como um humano de igual valor ao dos adultos. São dois pesos e duas medidas.
Um adulto me perguntou por qual motivo precisamos bater nas crianças. Uma criança me perguntou qual a razão dos adultos se machucarem.
É sensato e inteligente analisarmos o mundo e as pessoas igualmente às crianças, quais descobrem muitas coisas não mais descobertas por adultos manipuladores.
Na inocência sempre haverão muitas chaves para caminhos felizes, quais um dia ainda crianças, imaginávamos buscas e descobertas, mas abandonamos por um buscar do crescer e um triste adulto morrer.
Na escola entendi sobre a rebeldia dos jovens hoje, é porque descobriram que não tiveram infância. Eles não brincaram e querem fazê-lo agora, Aí se vingam dos adultos que fizeram deles seus brinquedos preferidos e mimados. Mas não sou eu o culpado por ter feito meus próprios brinquedos de recicláveis, nunca precisei brincar com criança!
É assim
Você anda pela rua em busca da sua historia,
Roda três ou quatro quadras e se enche de memórias,
Cria traços com escuro, chora, grita, brinca com inseguro,
Você quer está em apuro só pra se sentir livre,
O bip do celular não para,
Mas você só quer ficar só,
Então é assim que acontece, o mundo quer se enriquecer,
E você precisa só de mais um tempo pra colocar as coisas no lugar,
Então é assim que acontece com a nossa espécie quando ela cresce,
Quero ser como meus pais determinados,
Eu quero ser como meus pais iluminado cheios de paz,
Eu vi quando percebi que esse mundo não é pra mim,
Mas eu sorrir quando sentir que não preciso ser como os outros,
Minhas mãos limpas de sangue,
Minha mente livre,
Eu preciso de paz.
"Ensine um adulto e ele fará o possível, ensine uma criança e eles faram o que você chama de impossível acontecer"
Crianças só choram quando alguém está lá para ver, mas os adulto choram quando ninguém está os vendo.
O dinheiro nada mais é do que um papel sujo mal diagramado que foi criado para mercantilizar a dignidade humana.
“A maioridade tem um gostinho de liberdade e isso faz mal.
Achamos que somos livres pra enfrentar qualquer coisa, afinal... somos adultos agora, porém esquecemos como em questão de segundos ficamos sozinhos e deslocados, e assim voltamos a ser adolescentes outra vez.”