Adulto
A ruptura com a infância muitas vezes acontece de forma tardia e tende a ser muito dolorida, mas necessária! Um dia todos teremos que nos despedir de nossa bela infância e partir pra realidade da vida adulta. Bom é que poderemos fazer um breve retorno de vez em quando... sem esquecer que a partir dos dezoito anos, podemos as vezes, até brincar de ser criança... mas consciente de que isso não nos pertence mais e que dependendo dessa "brincadeira" adulta, alguém pode se tornar um "inocente" muito perigoso!
Trate criança como criança...
Criança não namora, não se maquia, também não é sexy, e escuta os mais velhos... Orem por elas e as eduquem para serem adultos dignos, verdadeiros e confiáveis, e digam sempre "Não" e repreendam sempre que necessitar, e poderão dormir em paz no futuro, pois é melhor levar uns cascudos em casa e aprender o significado de respeito e educação do que depois apanhar da polícia por terem desonrado seus pais na sociedade.
Quanto mais o tempo passa
mais fácil perceber o quanto
mais temos a aprender
do que ensinar às crianças.
21 (ou memórias limitadas)
Hoje eu completo 21 anos. Que maravilha. Vou confessar que nunca me imaginei com 21 antes. Já me imaginei com 70, aposentado, deitado numa cadeira de praia em Bahamas. E também com 30, estabelecido, quem sabe formando família e financiando um apartamento. Mas jamais pensei que chegaria aos 21. Que idade! Não sou tão jovem como quando tinha 20, nem mesmo um brotinho de adulto aprendendo a pagar contas. De repente pulei um degrau e caí no mundo real. Bum. Estou aqui. Tenho 21 anos e sou um adulto. Cem por cento consciente e responsável pela minha própria vida.
Com 17 eu olhava os de 21 e achava-os velhos demais. Pensava: “falta um cem anos até eu chegar aí”. Mas o século passou como um piscar de olhos. Olho ao redor e noto que o imaginar virou realidade. O tempo passou. A criança cresceu. Já não dá pra fingir que sou adolescente. Pela primeira vez eu percebo que cada uma das minhas idades, aniversários, velinhas sopradas e presentes abertos jamais voltarão. São só memórias limitadas (que com o correr dos anos vão se esticando, se rasgando e se perdendo no esquecimento).
Percebo que talvez eu não crie uma memória aos 22. São 365 dias que me separam do meu próximo aniversário. Nesse meio tempo eu posso ser atropelado, esquartejado, me afogar, levar uma bala perdida, ou ser vítima de um desastre natural. Até se o meu corpo falhar, o diagnóstico: “no máximo 3 meses” pode ser dito por um médico. Isso existe, não? Ou as doenças terminais afetam só os idosos? Não sejamos hipócritas.
Fazer 21 significa estar atento às mudanças do mundo. A própria idade é um alerta. É como se o calendário dissesse: “Agora perceba o quanto mudou. Nada jamais se repete” . E assim me dou conta que nenhum apego valeu a pena. Nem as aversões tiveram sentido algum. Pra quê me apeguei tanto a uma ideia, um sonho, ou um relacionamento se tudo acaba um dia? Pra quê me ceguei de ódio por aquela pessoa? Também de nada adiantou eu me frustrar demais pelas derrotas, ou estacionar nas minhas vitórias. As coisas mudaram. E a tal “estabilidade”, na realidade, nunca existiu. É um mito. Tudo nesta vida está em constante transformação.
Percebo agora que não existe um Gean criança, um Gean adulto e um Gean idoso. Somos vários tempos numa só pessoa. Sou o mesmo adolescente envergonhado por cantar em público. Sou a criança sensível que um dia observava as abelhas no jardim. A sensibilidade é a criança que já fui e ainda vive no meu interior. Reconheço outras idades em determinados medos, traumas, sensações, arrependimentos e aprendizados. O antigos eus continuam aqui. Alguns deles até estão mais presentes que outros – esses pode ser que me acompanhem até o definitivo fim.
Só me resta agora sorrir e agradecer. Que bom estar vivo. Que maravilha poder celebrar mais um ano de amizades, descobertas, tristezas, erros, lições, amores e temores. Que alegria entender que não pulamos de fases como num jogo. Mas deslizamos pelas idades feito o correr das águas de um rio. Por vezes mansa, por outras transbordando pelas margens. Enquanto houver água, que haja vida. Já se foram 21 anos da minha. Tempos que desaguaram em belos lagos cintilantes, oceanos profundos e em cachoeiras paradisíacas.
Somos do tamanho da nossa resistência e insistência. E assim vamos sobrevivendo à dureza e ao desencanto desses dias de vida adulta, rupturas, contradições, angústias, desencontros e conflitos
Passo a passo
Na infância o lado bom da vida; a inocência, as amizades puras, os incontáveis por que?
Na adolescência; as descobertas, um novo mundo acontecendo a cada dia, as paixões que machucam e parecem não ter fim, o despertar de novos desejos difíceis de serem controlados, um novo mundo de opções, oportunidades e escolhas, a liberdade sendo aproveitada como um presente insaciável.
No início da fase adulta as responsabilidades; as paixões se consolidando e se transformando em amor; os novos aprendizados sendo explorados; a busca por respostas sobre; o que? Quando? Como? Aonde?
Já na metade da fase adulta as conquistas e realizações profissionais, materiais e amorosas se tornam reais; os sonhos ganham força e se materializam, sejam eles; aquela viagem, um carro, uma casa ou o nascimento de um ou mais filhos.
Enfim; chegou a terceira idade; o trem está passando muito rápido, as emoções afloram com tantas lembranças e sonhos realizados; o desejo de viver mais um pouco logo será interrompido; só posso dizer de peito aberto que valeu!
Então; o botão de start é apertado; vai começar uma nova vida, um novo ciclo...
Existe um negocinho chamado argumento que, na terra dos homens, pode separar os adultos das crianças.
Nunca ter sido um pai ou uma mãe faltosos não quer dizer que vocês não sejam ou que não serão um dia.
A vigilância é para sempre, e ainda assim poderá não ser suficiente.
Todos nascemos com o HD zerado, pois é como se fôssemos um computador novo que ainda não tem qualquer programa instalado. Ao longo da vida, portanto, é papel dos pais acrescentar programas para moldar a "máquina" de acordo com os valores que acharem mais adequados.
Quando bebê ou criança, a personalidade, as características, os valores, os erros ou os acertos devem SIM estar sob os olhares dos pais, que não devem, sob nenhuma hipótese, terceirizar essa responsabilidade ou permitir que "vizinhos" tomem para si a criação de seu filho.
FAZ DE CONTA
Outro dia mesmo estava me divertindo,
assim meio descuidado, meio distraído,
e pelas brincadeiras de infância atraído.
Vieram outros dias, outras noites,
e, então, o tempo, sorrateiramente,
foi levando para longe de mim, dia após dia,
o pião que fazia girar as minhas fantasias;
as bolinhas de sabão, que eram meu alento,
foram desmanchando-se ao sopro do vento.
O faz de conta, os pés descalços, as ‘partidas’,
o ‘bate-bola’ nos campinhos de terra batida;
as alegres brincadeiras de ‘esconde-esconde’,
me escondiam do mundo adulto, não sei onde.
Enfim, até me dar conta que chegou o dia
de que esconder já não mais conseguia.
Eu não gostei de ter crescido, realmente.
Vez por outra eu me perco à minha procura.
Eu queria ter de novo aquela estatura,
aquela inocência, aquela candura.
Não queira esse mundo de loucura,
onde a verdade se vai e a mentira perdura.
Eu queria ser um menino eternamente.
Na verdade sou criança, apesar da aparência,
e luto para não ser adulto, com veemência,
para não adulterar de vez a minha essência.
O pião perdeu-se num mundo que continua a girar,
as bolinhas de sabão desfizeram-se de vez pelo ar
e nas ruas asfaltadas meus pés calçados vêm pisar.
Mas eu sigo brincando de esconde-esconde, contudo,
com o tempo que insiste em transformar tudo;
faz de crianças felizes, adultos sisudos.
Meu corpo de adulto pelo tempo foi esculpido,
embora me sinta criança, num corpo crescido,
com roupas de adultos, mas espírito despido.
Quanto mais ele muda, mais me contraponho,
pois muda um reino encantado de sonhos,
em um mundo ainda mais infeliz e tristonho.
Cresci e não gostei; isso me desaponta.
Por isso mantenho esse desejo oculto,
insistindo em brincar de faz de conta,
‘fazendo de conta’ que sou adulto.
Quando você começar a perceber que suas crianças estão crescendo rápido demais, não se espante, você esta só envelhecendo. Mas lembre-se, uma criança não é um adulto em miniatura, trate-a e eduque-a como criança e um ser em formação.
Minha paciência com crianças se esgota exatamente em cinco minutos e muita gente acha que por este motivo eu não gosto de crianças. Essas pessoas estão cobertas de razão. Mesmo assim, são os mesmos cinco minutos que reservo também para os adultos, se é que você me entende
Você deve pensar em todas as consequências do ato antes de fazê-lo. Isso significa pensar. Pensar nos outros, pensar em você, pensar que suas ações tem sim, poder de modificar o que quer que seja. Isso significa ser adulto.
Ouvi falar que se ficarmos maduros demais, vamos cair... O que você acha? Eu sorrio até disso, porque a nossa maduridade está em não envelhecer tudo, você apenas decide fazer com seriedade aquilo que da minha maneira por vezes é infantil. Acaba que nós caímos mesmo sem sermos maduros, porque nem eu quero ser criança, nem você o adulto, mas tudo se submete ao inesperado. Daí que você traça nossa vidas feito cigana seguindo as linhas das mãos, onde se revela o alvo que se quer atingir. Faz do nosso amor uma trama de promessas acumuladas, enquanto só precisávamos dar razões a nosso corações e deixa-los seguir adiante ao inesperado.. O AMANHÃ.
Caiu do ninho quase que expulso, cambaleou para um lado, cambaleou para o outro, abriu os olhos e se viu perdido. Estava na hora. Inúmeras opções, muitos "nãos" mas o que precisava era de apenas um sim. Recém-adulto, cheio de ideias e sonhos, sem saber por onde começar e já exausto de viver.
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