Adulto
O acordar adulto
“A gente só para de espernear
Quando percebemos que a nossa dor só machuca a gente mesmo...”.
A MORAL ESPIRITUAL
O adulto é uma criança mimada que não sabe fazer as coisas sozinho, precisa sempre de ajuda e se for questionado por uma pessoa mais nova acha que está com razão e manda ela ficar quieta. É muito interessante isso, o que leva a pessoa achar que está com razão só porque tem mais idade que a outra? Filmes? Livros? Conta bancária? Gente vamos entender uma coisa, nós além de ser matéria somos espíritos, porque isso prova que alguém é mais evoluído moralmente do que o outro, até que você pode ver, crianças, por exemplo, que sabe fazer cálculo de matemática em 1 segundo, ou seja, ela nasceu com um dom, mas não é só ela que nasce com algo especial, todos nós nascemos, mas nós precisamos de tempo para saber qual é o nosso dom e a gente tem isso justamente por causa do nosso espírito, que passou por diversas encarnações, e isso é louco e incrível. Além disso, quando vamos em uma igreja evangélica e cantamos louvando a Deus muitos se entregam, porque talvez na vida passada gostava de cantar louvando a Deus e também quando a gente vai na missa e o padre faz a homília diária, muita gente se identifica, mas não sabe porque, talvez viveu nas vidas passadas a mesma passagem da homilia. É incrível juntar todas as religiões em uma só, porque assim não terá desigualdade. Enfim, o que eu quero dizer é que independente se a pessoa é um adulto, idoso ou uma criança, o que importa é o nível de espiritualidade, o nível da moral da pessoa, assim dizendo.
O medo nos faz chorar, e assim, vamos percebendo que ser adulto é apenas um ato de tornar a criança um ser com suas obrigações advindas dos nossos desejos.
Ovo, larva, pupa e estágio adulto: a alternância entre as fases de uma metamorfose segue um padrão linear de duração, variando insignificantemente em dias, que se tornam meses e assim uma diferente existência emerge do casulo que abrigou temporariamente um ex-alguém. Me valendo mais uma vez em puro caradurismo da mecânica do mundo, roubo para mim a semiótica e afirmo com provas e convicção que o que nos resta do passado é a pavorosa lembrança de quem fomos há um milésimo de segundo (caso prefira, converta esse tempo à duração que lhe convém). A essa altura do campeonato, se me sobrou um resquício de decência, só me resta admitir o ódio inerente àquela garotinha estragada que acreditava ter o mundo em mãos, mas nem sequer era capaz de administrar os próprios devaneios. Bom, não que isso tenha mudado drasticamente de lá para cá, mas convenhamos que as medicações aparentam surtir um melhor efeito. Apelando (como de costume) a pieguice, dou sinal verde às minhas lágrimas, e que desçam em um tom cinematográfico por essa cara maldita que não passou um dia desse ano hediondo sem levar uma boa bofetada da vida! É, há um ano eu caminhava ao entorno de um parque enquanto levava rajadas de ventos que me desnorteavam em meio a um frio meia-boca de quatro graus, agora me sento no telhado com uma bebida usurpada do armário de meus pais escutando à pavorosa sinfonia de rojões que não tem nenhuma utilidade além de acelerar meus batimentos cardíacos e impulsionar o negativismo que me lembra o calor insuportável que terei de aguentar amanhã. Neste momento deveria estar pensando em como abordarei os acontecimentos traumáticos de dois mil e dezenove nos próximos dez anos de sessões semanais de psicanálise, mas estou escrevendo como uma artista falida mantida pelos pais (sim, é isto o que sou). Afinal de contas, nem os pobres textos escaparam de todas as tragédias, há tempos não vomito a podridão que me faz de hospedeira em um texto melancólico e grotesco, já que por motivos desconhecidos tudo o que escrevo adquiriu um caráter erótico e esporadicamente crítico, minha esperança é de que sejam os tais hormônios os culpados, aliás. Enfim, nessas horas vale a pena citar meu bom e velho amigo Belchior e dizer que ano passado eu morri, mas neste ano eu não morro (espero, não suporto hospitais).
"Quer saber qual é a coisa mais ruim que existe em um órfão adulto? E de ser abortado diversas vezes pela mesma mãe durante toda sua vida!!!"
Se alguem tem um amigo imáginário enquanto adulto e não senil, encaminhe ele a um psiquiatra.
Se ele detiver um cargo público a solução é a mesma...
O estranho adulto adolescente....
Quem não conhece ou conheceu em sua trajetória, um adulto adolescente? Sim, aquele que se adsorver e criou raízes no estágio mais conflituoso e perigoso que se poderia fixar? Sabe aquela pessoa cheia de certezas?! Que transbordam autossuficiência, não há espaço para dúvidas?!
Aquele lobo pré frontal super desenvolvido e estimulado! Conhece aquela pessoa que leu duas páginas de um livro e já afirma: "não concordo com o autor"! Tão seguras de si... Como são chatas! São tão boas as minhas confusões que vieram com o passar do tempo. E as incertezas? Como é incrível a relação entre o envelhecimento e a desapropriação! Talvez a velhice seja meramente o "não ser", o despertencimento, a dúvida como certeza, a biologia contribuindo para dar sentido!
Afinal, como me cansam as convicções rasas, as certezas que revogam as conversas. E eu? Eu sou isso, dúvidas profundas, incertezas intensas, e verdades dúbias!
Quando se é criança a esperiência é totalmente do quando se é adulto.
E quando criança acreditamos no que os adultos dizem, mentiras para que tenham controle ..
Nunca é tarde para decidir fazer outra coisa. Tornar-se adulto não significa que de repente você tem todas as respostas.