Adolescência
"Desde que o mundo é mundo" nunca vi uma sociedade tão bonita e tão vazia...
Transbordam vaidade e carecem sabedoria... Tão cheios por fora!
Cabelos impecáveis, roupas de marca, corpos malhados e alto mutilados.
Presente de 18 anos? Cirurgia plástica...
O suplício da carne em prol de uma "ascensão social"... Afinal, nessa nova fase da vida, é preciso "ser curtido" para se sentir pertencido!"
O estranho adulto adolescente....
Quem não conhece ou conheceu em sua trajetória, um adulto adolescente? Sim, aquele que se adsorver e criou raízes no estágio mais conflituoso e perigoso que se poderia fixar? Sabe aquela pessoa cheia de certezas?! Que transbordam autossuficiência, não há espaço para dúvidas?!
Aquele lobo pré frontal super desenvolvido e estimulado! Conhece aquela pessoa que leu duas páginas de um livro e já afirma: "não concordo com o autor"! Tão seguras de si... Como são chatas! São tão boas as minhas confusões que vieram com o passar do tempo. E as incertezas? Como é incrível a relação entre o envelhecimento e a desapropriação! Talvez a velhice seja meramente o "não ser", o despertencimento, a dúvida como certeza, a biologia contribuindo para dar sentido!
Afinal, como me cansam as convicções rasas, as certezas que revogam as conversas. E eu? Eu sou isso, dúvidas profundas, incertezas intensas, e verdades dúbias!
“Há um determinado momento em que se tem de decidir... Deixar de tergiversações cotidianas... Esquecer dos subterfúgios como válvulas de escape... Flertar diuturnamente com a coragem... Engolfar-se aos solenes desafios da vida... Crescer realmente dói; mas continuar na perene infância, dói mais ainda.”
Se alguém vive sua vida com problemas de auto estima, significa que ainda não transendeu a camada de adolescência da personalidade. E isso não é nada bom.
É um fator de fraqueza que os outros usarão para a lhe manipular.
Eu soltei o fone;
Não dá mais pra ouvir aquelas músicas.
As lágrimas encurraladas dentro dos olhos;
Uma tremedeira sem igual.
Terei a capacidade de continuar o estudo?
Se tudo que eu penso é continuar escrevendo e escrevendo.
Não mais entendo
Quero que você saiba que sou eu
"Como me declarar pra ela sem ela saber que sou eu?"
Eu perguntei
A resposta.... se foi boa, não sei
Sobre ela, dividimos sentimentos
Argumentos
Apelos
Mas nenhum deles era recíproco
Sempre platônico
Nos dois sofremos
Você por ela, e eu por você
E agora cá estou eu;
escrevendo e escrevendo.
- maio, 2021
"Nesse céu de nuvens escuras que não me amedronta, vejo, feito criança, o brilho de relâmpagos. Recordo eu-menino sentindo pingos de chuva, vendo-os com as mãos e ouvindo de repente, na imensa noite silente, um recorte de um trovão. Então, já adulto, estendo meus olhos e toco esse lugar de ponta a ponta. Contemplo, por horas, uma tela pintada de saudades."
(03/03/2014)
Para uma mãe não existe um filho(a) preferido(a), e sim momentos evolutivos diferentes para ambos. E esses momentos conduzem todos a novos ciclos, tanto distanciam como aproximam uns dos outros.
A infância é o tempo
de brincar com alegria
em castelos de areia
sob os raios da magia.
É surfar na ilusão
e não ter obrigação
até o final do dia.
Acredito que é nos grandes e pequenos acontecimentos que nos tornamos adultos,
Muitos acham que as pessoas se tornam adultas somente pela idade,
Mas isso não é verdade, pois há muitos jovens mais maduros que adultos,
Eles passaram por muitas coisas mesmo sendo jovens,
E esses jovens merecem ser tratados como as pessoas maduras que eles são e não pelos números chamados idades...
Viva em minha memória está a dança que compartilhamos naquela noite.
Por um breve momento o mundo estava inteiramente certo,
Como podia saber que haveria um adeus tão breve?
Agora, ainda bem que não sabia como tudo iria acabar, como tudo seria,
Nossas vidas precisavam seguir seus caminhos.
Certamente eu poderia ter escapado dessa dor,
Mas teria que perder nossa dança.
Com você em meus braços eu tinha tudo,
Por um momento foi um rei ao lado da sua Rainha,
Mas se eu apenas soubesse como o rei cairia!
Será que realmente tive a chance de mudar tudo?
Agora, ainda bem que não sabia de nada, de como seria o dia seguinte,
Nossas vidas precisavam seguir seu destinos.
E eu poderia ter evitado a dor, mas teria que perder nossa dança.
Sim, minha vida segui seu caminho,
Mas hoje essa dor talvez não existisse, se tivéssemos continuado a Dança.
Não sou o único viajante que ainda não acertou seu erros,
E também não sou o único procurando um novo caminho para novamente seguir.
Quero voltar à noite que juntos nos dançamos.
Talvez assim poderia dizer à mim mesmo o que fazer,
Assim poderia disser: ' Não tire ela para dançar!'.
Por favor, me leve de volta à noite em que juntos nos dançamos.
Naquele abraço, eu tive tudo, talvez quase tudo, ou mesmo só um pouco de você,
Mas depois, certamente não tive nada seu, ou quase nada,
Por que hoje não sei como viver apenas com sua doce lembrança me acordando todas as noites.
Deus, deixe-me voltar à noite em que juntos nos dançamos,
Voltar para o momento em que a noite ainda era assustadora, mas que eu ainda não a tinha tirado para dançar.
Hoje, continuo preso aquele momento, por que não posso voltar a noite em que juntos nos dançamos, e pedir que a música nunca acabe.
Inspirado na música 'The Night We Met' de Lord Huron.
O JOVEM
Muito pai já controlou
a vida do filho seu.
Lá na frente não viveu,
só fez o que o pai mandou,
não criou, não inovou.
O jovem tem rebeldia,
é pessoa arredia.
Não é só má-criação,
é também demonstração
de que quer autonomia.
Pela ponte da estrada
ela ficava olhando o menino
que vagamente caminhava.
Lá de cima ela sonhava
com o dia que tocaria
a pele macia
do Menino do rio.
Eram crianças e imaturas
Não havia nem as maldades
que se criam na adulta imaginação
Tudo era puro e de verdade
no inócuo do coração
Quando menina ela o amava
De longe olhava o Menino no rio
Um dia, na ponte, ela o encontrou
olhando em seus olhos, tudo contou
Num beijo durou como sendo infinito,
Agora em seus braços, o Menino do rio
Era, enfim, seu grande Amor.
(FERGOM, Edleuza. O Menino do Rio. In: GONDIM, Kélisson (Org.). Vozes Perdidas no tempo. Brodowski: Palavra é Arte, 2020. p. 104).
Nenhum adolescente quer ser compreendido. Por isso é que eles reclamam por serem incompreendidos o tempo todo.
Devo ser um completo egoísta, sinto que eu sou mais do que um peso, quero viver sozinho mas não quero ser um ser de solidão. Quero ter para mim algo que me faça feliz, não parece que eu encontrei minha felicidade mesmo quando estou em ``casa´´ já que não me identifico em lugar nenhum, não me aceito como fui feito mesmo tendo a noção que sou a imagem e semelhança de Deus, não acredito que faça diferença a minha presença ou falta. Essa merda de adolescência está me bombardeando de sentimentos ruins, emoções intensas mas vazias, como se mesmo se eu tiver tudo não serei nada, não tenho nome, oque realmente eu sou, oque eu posso fazer, oque eu devo fazer, certo e errado já virou apenas algo sem sentido.