Frases de Adélia Prado

Cerca de 91 frases de Adélia Prado

Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito.

Adélia Prado
Poesia Reunida. Rio de Janeiro: Record, 2015.

Nota: Adaptação de uma frase de Adélia Prado, do poema A Criatura. A citação costuma ser erroneamente atribuída a Clarice Lispector.

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O que a memória ama fica eterno. Te amo com a memória, imperecível.

Adélia Prado
Poesia reunida. Rio de Janeiro: Record, 2015.

Nota: Trecho do poema Para o Zé.

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O sonho encheu a noite
Extravasou pro meu dia
Encheu minha vida
E é dele que eu vou viver
Porque sonho não morre.

Adélia Prado
Solte os cachorros. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1979.

Amor pra mim é ser capaz de permitir que aquele que eu amo exista como tal, como ele mesmo. Isso é o mais pleno amor. Dar a liberdade dele existir ao meu lado do jeito que ele é.

Não quero faca nem queijo. Quero a fome.

Adélia Prado
Poesia reunida. Rio de Janeiro: Record, 2015.

Nota: Trecho do poema Tempo.

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Tudo que a memória amou já ficou eterno.

Adélia Prado

Nota: Trecho modificado da versão original.

Não tenho mais tempo algum, ser feliz me consome.

Adélia Prado
Poesia Reunida. Rio de Janeiro: Record, 2015.

Nota: Últimos versos do poema A Criatura, o mais longo de Adélia Prado. A citação costuma ser erroneamente atribuída a Clarice Lispector.

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Exausto

Eu quero uma licença de dormir,
perdão pra descansar horas a fio,
sem ao menos sonhar
a leve palha de um pequeno sonho.
Quero o que antes da vida
foi o profundo sono das espécies,
a graça de um estado.
Semente.
Muito mais que raízes.

Adélia Prado
Poesia reunida. Rio de Janeiro: Record, 2015.

Eu mesma não entendo minha enormíssima paciência de ficar à toa, só pensando, pensando e sentindo.

Dor não tem nada a ver com amargura. Acho que tudo que acontece é feito pra gente aprender cada vez mais, é pra ensinar a gente a viver. Desdobrável. Cada dia mais rica de humanidade.

Estou no começo do meu desespero, e só vejo dois caminhos: ou viro doida, ou santa.

Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra

A vida é muito bonita,
basta um beijo
e a delicada engrenagem movimenta-se,
uma necessidade cósmica nos protege.

Divago, quando o que quero é só dizer te amo.

Deus é mais belo que eu.

E não é jovem.

Isto sim, é consolo.

Sofro por causa do meu espírito de colecionador-arqueólogo.
Quero pôr o bonito numa caixa com chave
para abrir de vez em quando e olhar.

Assim que escurecer vou namorar.
Que mundo ordenado e bom!
Namorar quem?
Minha alma nasceu desposada
com um marido invisível.

Meu Deus, me dá cinco anos, me dá a mão, me cura de ser grande.

Um trem-de-ferro é uma coisa mecânica,
mas atravessa a noite, a madrugada, o dia,
atravessou minha vida,
virou só sentimento.

Uma ocasião,
meu pai pintou a casa toda
de alaranjado brilhante.
Por muito tempo moramos numa casa,
como ele mesmo dizia,
constantemente amanhecendo.

Adélia Prado
PRADO, A. Bagagem. São Paulo: Siciliano. 1993. p. 36